Você já olhou para o seu entorno profissional e se perguntou: como é que fui parar aqui? São inúmeras as variáveis que influenciaram a nossa trajetória até o atual momento profissional (cargo, área, empresa). Porém, na maioria dos casos, muitos de nós trilhamos um caminho bastante parecido: marcamos um x no curso do vestibular, completamos a faculdade, conseguimos o primeiro emprego, somos promovidos e ali estamos, numa situação bastante cômoda.
No processo de escolher o curso ou a experiência no exterior, deixamos de considerar um universo de possibilidades principalmente por dois motivos: medo de arriscar e falta de informação
Curiosamente, a comodidade incomoda, e começa a surgir um sentimento de inquietação. Não só pela situação atual, mas principalmente pela previsibilidade do que vem pela frente. Decidimos então que é hora de parar e fazer algo diferente: completar um mestrado em outro país, explorar uma nova área por meio de um curso, ter uma vivência no exterior. Muitas vezes o caminho é estudar fora.
E justamente quando nos damos a oportunidade de ir atrás de experiências diferentes para fugir da linearidade e previsibilidade que estávamos vivendo, caímos na armadilha de trilhar caminhos que funcionaram para os outros: fazer um curso de idiomas que uma agência indicou, cursar a pós-graduação que um colega de trabalho fez, tentar um MBA na escola “A, B ou C” porque ouviu falar que vale a pena. Não há nada de errado com nenhuma destas opções, pelo contrário, elas podem trazer experiências riquíssimas. Mas será que seus recursos (tempo e dinheiro) estão sendo investidos na opção que mais tem a ver com você e com seus objetivos futuros?
No processo de escolher o curso ou a experiência no exterior, deixamos de considerar um universo de possibilidades principalmente por dois motivos: medo de arriscar e falta de informação/conhecimento. E estas duas razões estão diretamente conectadas: se não temos informação suficiente, ficamos com o sentimento que estamos arriscando, e consequentemente, tomamos decisões menos assertivas.
Por isso, a partir do momento em que você decide fazer um curso no exterior, vale a pena dar um passo atrás e investir um tempo significativo pesquisando escolas, programas e cidades que tenham um “match” com você. Há muita informação disponível em sites especializados e você pode inclusive contar com consultorias que realizam um diagnóstico da sua trajetória profissional e objetivos futuros, indicando assim quais cursos/experiências no exterior fazem mais sentido para o seu caso. Deixamos aqui algumas dicas que podem lhe ajudar a considerar opções que muitas vezes passam despercebidas:
1. Cursos de verão nas melhores escolas do mundo.
Não tem tempo nem dinheiro para investir em um mestrado ou MBA no exterior? Pesquise a sessão “Summer School” no site de universidades estrangeiras. Geralmente são cursos curtos, com duração que varia de uma semana a dois meses e com valores mais acessíveis.
Será que seus recursos (tempo e dinheiro) estão sendo investidos na opção que mais tem a ver com você e com seus objetivos futuros?
2. Mestrados em outras áreas.
Principalmente no mundo corporativo, uma escolha óbvia é cursar o MBA no exterior, o que de fato é uma experiência única. Mas para tomar uma decisão acertada, você deve se perguntarpor que quer investir um ou dois anos do seu tempo e dinheiro nessa experiência. Se a sua vontade é se aprofundar em uma área mais específica, os mestrados acadêmicos podem ser uma boa opção: além de terem um valor anual mais baixo (comparado a um programa de MBA), o leque de programas, cursos e áreas no exterior é infinitamente maior do que no Brasil.
3. Cursos/programas que conectam você com seu propósito.
Decidiu voltar a estudar porque não enxergava mais significado no que estava fazendo? É cada vez maior a oferta de cursos voltados para pessoas que querem mudar completamente de área (e muitas vezes de vida!) e atuar com trabalhos mais ligados ao seu propósito, como é o caso de alguns programas de autoconhecimento, empreendedorismo e inovação social.
* Lembre-se sempre:
o curso precisa fazer sentido para você. Claro que o investimento, a reputação e a localização da escola influenciam na escolha, mas priorize programas que tragam desafios alinhados aos seus objetivos de carreira, conhecimento complementar à sua formação, e significado – tanto pessoal quanto profissional.
Sobre os Autores
Rajesh Montoya Rani é economista e cientista político pela University of Michigan e Service Thinker pela Escola de Inovação em Serviços (EISE). De ascendência indiana e colombiana, é cidadão do mundo desde criança e já morou no Paraguai, Estados Unidos, Inglaterra, Libéria, Tanzânia e Quénia. É co-fundador do Mewe, coletivo de profissionais do universo de inovação, e career coach na TopMBA Coaching, consultoria especializada no processo de escolha e preparação para programas de pós-graduação em escolas internacionais.
Daiana Stolf é cientista por formação e escritora e coach por paixão. De mestre pela Universidade de Toronto (Canadá) a aluna de Gestão Estratégica na Universidade de Harvard (EUA), passando por cientista-doutoranda da EPFL (Suíça), em 2011, descobriu o prazer de guiar brasileiros curiosos e determinados a expandir seus horizontes por meio de cursos de pós-graduação nas melhores universidades do mundo. Ela é co-fundadora da Top MBA Coaching.