O Ciência sem Fronteiras busca os melhores alunos. Para concorrer à bolsa, é preciso que a instituição de ensino superior que o estudante estuda tenha aderido ao programa. O primeiro passo é se inscrever nas chamadas públicas divulgadas pelo CNPq ou pela CAPES, disponíveis no portal do programa Ciência sem Fronteiras. “Cada universidade e escola tecnológica participante, obrigatoriamente, tem um coordenador institucional do Ciência sem Fronteiras para auxiliar o processo e promover o acompanhamento dos alunos. Esse profissional, ligado à universidade, é responsável por selecionar os melhores alunos da instituição que se inscreveram na chamada pública para concorrer às bolsas”, explica Márcio Ramos de Oliveira, coordenador-geral do Programa Ciência sem Fronteiras. O ideal é procurar mais informações e recomendações com o seu coordenador. Veja quem são os responsáveis em cada instituição participante AQUI.
Nas grandes universidades, é possível ainda contar com o apoio de secretarias e vice-reitorias de relações internacionais. “Nós estamos preparados para dar todo o apoio ao estudante. Temos contato com os principais consulados para ajudar com a emissão de documentos e com dicas sobre o país e os costumes. Nossa equipe mantém contato permanente com todos os bolsistas do programa no exterior e auxiliam com qualquer problema que eles tenham por lá”, explica Liane Hentschke, Secretária de Relações Internacionais da UFRGS.
Além do bom aproveitamento universitário e ótimo potencial acadêmico, há outras exigências do programa. O aluno também já deve ter concluído 20% do currículo previsto para seu curso e ter alcançado, no mínimo, 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A principal exigência no entanto é o exame de proficiência na língua estrangeira do país onde o candidato pretende estudar. Não tem jeito, é preciso provar o domínio da língua com exames qualificados. “Estão sendo oferecidos gratuitamente cursos de inglês presencial e on-line, além de testes de proficiência por meio do Inglês sem Fronteiras”, conta Oliveira. Informações sobre os cursos de inglês on-line e sobre os exames podem ser obtidas no Portal do Programa.
Não por acaso, a principal recomendação da coordenadoria do programa envolve esses fatores. “Nossa principal dica aos estudante é tentar ser sempre um aluno dedicado em seu curso de graduação no Brasil, obter nota no ENEM acima de 600 pontos e se dedicar à aprendizagem do idioma do país que pretende estudar, buscando obter boas notas no exame de proficiência”, recomenda Oliveira. O programa ainda dá preferência para alunos premiados em olimpíadas científicas no país ou exterior e para aqueles que recebem ou receberam bolsa de iniciação científica ou tecnológica do CNPq (PIBIC/PIBITI) ou do PIBID da CAPES.
As áreas prioritárias para bolsas de graduação são:
• Engenharias e demais áreas tecnológicas;
• Ciências Exatas e da Terra;
• Energias Renováveis;
• Tecnologia Mineral;
• Formação de Tecnólogos;
• Biotecnologia;
• Petróleo, Gás e Carvão Mineral;
• Nanotecnologia e Novos Materiais;
• Produção Agrícola Sustentável;
• Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais;
• Fármacos;
• Biodiversidade e Bioprospecção;
• Tecnologia Aeroespacial;
• Ciências do Mar;
• Computação e Tecnologias da Informação;
• Indústria Criativa (voltada a produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação);
• Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva;
• Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde;
“Todo o processo de inscrição e resposta do programa foi bem complicado. Eu tinha muitas dúvidas que não eram respondidas pelo Ciência sem Fronteiras. Eu encontrei bastante ajuda em outros candidatos do programa. Eles estão passando pelos mesmos desafios que você e podem ajudar muito. Mesmo com essas dificuldades iniciais, minha experiência tem sido fantástica. Com certeza vou levar para o Brasil muitos hábitos que adquiri aqui. Do ponto de vista acadêmico, tem sido único. Minha universidade me deu certa liberdade para escolher as matérias que queria cursar e escolhi aquelas que não tenho no Brasil. Algumas delas simplesmente não existem na minha universidade, outras acredito que não existam no Brasil. Esse tipo de conhecimento não tem preço.”
Pedro Paiva, aluno de Engenharia Física na Universidade Federal de São Carlos e bolsista do programa de graduação sanduíche no curso de Física Aplicada da University of London.