Oi pessoal!
Notre Dame é uma universidade repleta de tradições, desde a camiseta que se usa para ir ao estádio até a lenda de que é proibido pisar na grama do God Quad porque isso te levaria a não se graduar
Já faz um pouco mais de um mês que estou aqui na Universidade Notre Dame e é incrível como cada vez mais sinto que fiz a escolha certa. Neste período, muitas coisas aconteceram. Minhas aulas começaram, obviamente; assim como os meus mid-Terms, que me privaram de muitas horas de sono. Tivemos a Frosh-O Week, a semana de orientação aos alunos internacionais, uma conferência nacional sobre empreendedorismo social, o início da temporada de futebol americano (Go Irish!), a visita de alguns membros do Notre Dame Club of Brazil, a feira de atividades e muitas outras coisas. Não é por coincidência que tantos me avisaram que o primeiro mês seria exaustivo.
Bom, Notre Dame é uma universidade repleta de tradições, desde a camiseta que se usa para ir ao estádio até a lenda de que é proibido pisar na grama do God Quad porque isso te levaria a não se graduar. Mas dentre tantas tradições, a Frosh-O Week com certeza é uma das mais especiais. A Frosh-O Week é a semana de recepção dos Freshmen (alunos do 1º ano), organizada pelos Sophomores (alunos do 2º ano). Contudo, antes de explicar o Frosh-O, preciso explicar a tal dorm-life daqui.
Em NotreDame, não há fraternidades; o que temos são os nossos dormitórios. O que acontece é um pouco diferente do que ocorre em universidades mais urbanas: é comum você viver os quatro anos no campus ao invés de se mudar para off-campus.
Então, o seu dormitório acaba sendo parte da sua identidade nesses quatro anos e a dorm-life acaba se assemelhando às fraternidades. Outro fator é que aqui, como a maioria das fraternidades, não há dormitórios co-ed; ou seja, não há dormitórios de homem e mulher. Temos 16 dormitórios masculinos e 14 femininos. Cada dormitório tem um mascote também. Obviamente, existe uma certa rivalidade entre os dormitórios, especialmente entre os do mesmo sexo. Existem perfis específicos para cada dormitório e até a eleição de melhor dormitório do ano.
O meu dormitório, sem dúvida alguma, é o melhor! Localizado na frente do melhor refeitório do campus – o South Dining Hall – e muito próximo do centro do campus, Howard é o menor dormitório feminino e de longe o mais aconchegante. E o nosso mascote é um pato.
Cada dormitório tem um/uma Rector e Assistant Rector, que são responsáveis por cuidar do dormitório e ajudar quem mora neles com o que for necessário. Cada andar tem um/uma RA (Resident Assistant) que é um aluno da universidade responsável por nos ajudar com a adaptação, tanto em termos acadêmicos como no dormitório.
Agora vamos ao Frosh-O. Essa série de eventos acontece logo depois da orientação internacional, em que nós, alunos internacionais, aprendemos melhor como lidar com a questão de visto, trabalho dentro efora do campus, serviços oferecidos pelo plano de saúde, adaptação à uma nova cultura, etc. Durante o Frosh-O, passamos cinco dias que nos levaram de volta aos tempos de “summercamp”. Fazíamos atividades com os outros dormitórios do campus que iam desde trabalhos sociais até ir à piscina. Tudo isso tinha o objetivo de nos integrar à community life de NotreDame, que sempre foi tão forte.
Durante o Frosh-O de Howard, tivemos muitas atividades internas para conhecer as outras residentes, mas muitas atividades unificadas. Por Notre Dame ser uma universidade católica, tivemos algumas missas para ir. Nenhuma é obrigatória, então eu acabei indo em duas que me pareciam especiais: a missa de boas-vindas aos Freshmen e a missa de início do ano letivo para os Freshmen na Gruta. E entre tantas outras atividades como ir ao lago juntas para fazer uma fogueira, organizar doações para um orfanato local, entre outras coisas, a atividade do Frosh-O mais especial para mim foi, sem dúvida, a visita à Reflection Pool.
O Frosh-O me mostrou que eu não estava vindo para Notre Dame para me formar e ter um diploma. A questão de estudar em outro país é manter a mente aberta, aproveitar toda e qualquer oportunidade e se permitir evoluir
Em frente à biblioteca, tem uma piscina rasa que reflete o Touchdown Jesus na água, por isso o nome Reflection Pool (Piscina do Reflexo). No entanto, a piscina se tornou a Piscina da Reflexão. Nós (calouras) e nossas roommates escrevemos num patinho uma palavra que definisse o que esperávamos da nossa passagem por NotreDame. Em seguida, cantamos o hino da universidade juntas.
O que fez do Frosh-O um momento tão especial para mim foi o fato de que a todo momento, alguém estava fazendo de algo para que nos sentissemos confortáveis e em casa. Afinal, é definitivamente isso que a universidade deve ser: a nossa casa. O Frosh-O me mostrou que eu não estava vindo para Notre Dame para me formar e ter um diploma. A questão de estudar em outro país e se inserir numa cultura diferente é manter a mente aberta, aproveitar toda e qualquer oportunidade e se permitir evoluir como ser humano. E não me restam dúvidas de que Notre Dame é o lugar certo para mim.
Cada um se identifica com um lugar pelos motivos que julgar mais importantes. Seja a competitividade, a religião, os esportes, o renome. Não importa. Acredito que, o que todos devem fazer antes de estudar fora é procurar ex-alunos das universidades de interesse para aprender o máximo possível sobre cada uma das opções. E, assim, escolher aquela que mais atende aos seus interesses. O que me trouxe a Notre Dame foi o balanço entre renome e comunidade acadêmica unida. Para outras pessoas, outros fatores são mais relevantes. O que importa de fato é se sentir bem onde quer que você esteja e aproveitar ao máximo esta experiência.
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Daniela Felippe já se envolveu com a ONG Teto e o Projeto Aprender, que estão alinhados à sua vontade de lutar contra a pobreza extrema e pelo acesso à educação de qualidade para todos. Em 2014, foi aprovada no curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas optou por estudar na Universidade de Notre Dame, onde espera obter uma dupla graduação em Ciências Políticas e Finanças. Sonha em trabalhar em prol dos mais marginalizados.
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