De fato, esse ponto não é nada fácil. Lembro-me que, após os quatro dias de treinamento em Nova York (sim, para o programa de Aupair que fiz você passa por um treinamento sobre primeiros socorros, legislação básica, cuidados com crianças etc), comecei a chorar copiosamente. Era uma mistura de medo com saudade de casa. E olha que eu já tinha 23 anos! Mas o sentimento foi mais forte que eu.
Vamos combinar uma coisa: ficar o tempo inteiro se comunicando com a família e os amigos que estão no Brasil também não ajudará muito o seu intercâmbio
Meu nome é Marília Maciel e morei fora duas vezes. A primeira foi durante sete meses e a segunda, onze. Obviamente, senti saudade da minha família e amigos que deixei no Brasil. Não vou negar, não era fácil não ter o colo da minha mãe para correr quando eu estava doente, quando queria chorar ou simplesmente queria um carinho. Por mais que eu estivesse morando com uma família e tivesse uma “mãe americana”, e por mais carinhosa que ela fosse, ela não era minha mãe e nem iria ficar passando a mão na minha cabeça, naquele cafuné que só a nossa mãe sabe fazer. Claro, tive a sorte das minhas duas “mães americanas” serem gente fina, de conversarem bastante comigo e darem vários conselhos. Mas era isso. Então, você pergunta: “Como você fez para lidar com a saudade?”
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Minha grande companheira foi a internet. E olha que na minha época (2008 – 2010) não tinha esse negócio de Whatsapp nem Skype não. O mais perto disso era o MSN mesmo. Às vezes, ligava pra casa, mas como era muito caro, tentava conversar com minha família e amigos principalmente pelo MSN.
Hoje, está uma verdadeira “mão na roda” se comunicar com quem quer que seja em qualquer lugar do mundo. Há planos de telefonia celular com pacotes de ligações ilimitadas para outro país, você pode colocar crédito no Skype, transformando-o em um telefone, pode usá-lo via webcam também, tem redes sociais, Whatsapp, enfim, uma infinidade de opções.
Mas vamos combinar uma coisa: ficar o tempo inteiro se comunicando com a família e os amigos que estão no Brasil também não ajudará muito o seu intercâmbio. Quando você se propôs a embarcar na aventura de estudar no exterior, o objetivo (na maioria das vezes) é aprimorar um novo idioma e vivenciar outra cultura. Como você vai fazer isso se sua cabeça está no Brasil? Não estou dizendo para cortar contato com sua família. Jamais. Contudo, se dê a chance de se virar sozinho, de internalizar a nova língua.
Uma dica bem útil para lidar com a saudade é se encher de atividades. Enfie a cabeça nos estudos, no trabalho e nos passeios. Faça novas amizades e viaje pelo país sempre que possível
Para isso, uma dica bem útil é se encher de atividades. Enfie a cabeça nos estudos, no trabalho e nos passeios. Faça novas amizades, viaje pelo país sempre que possível, descubra coisas e lugares novos, nem que seja a sorveteria da esquina. E acredite: você poderá fazer amigos até na sorveteria! Eu fiz!
Será inevitável fazer amizades com brasileiros. Isso é fato. Eles brotam em todos os lugares do mundo! E, de certa forma, isso nos ajuda a matar a saudade de casa, da nossa cultura e língua. Mas não abuse tanto. Lembre-se de que você precisa aprimorar outro idioma e, principalmente, vivenciar outra cultura, então, de nada adiantará você passar 90 ou 100% do seu tempo com brasileiros.
Aproveite seu intercâmbio da melhor forma possível, pois quando voltar, a saudade imensa será do tempo em que você morou fora e aí… Vixe, aí teremos assunto para outro post: Como lidar com a saudade do intercâmbio!
Beijos e até a próxima!
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Jornalista – Marília Maciel
Formada em Jornalismo e com experiência em produção de conteúdo sobre turismo e intercâmbio, Marília é dona do blog Entre Andanças e Balanças, onde mistura os prazeres de comer e viajar com as brigas com a balança. A coluna da Marília é realizada em parceria com o Canal do Intercâmbio, site que fornce informações e dicas sobre oportunidades de trabalho e estudo no exterior.
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