Então você nunca saiu do Brasil. Nunca viajou, nem estudou fora. Essa experiência não fez parte da sua vida. Por falta de recursos, falta de interesse, porque não tem vontade de ficar longe por um tempo prolongado. Ou, porque você tem razões outras que são suas e portanto inquestionáveis.
Mas, você gosta daquilo que é do mundo. Sabe ou compreende razoavelmente bem idiomas, gosta de tudo que é novo e diferente, tem facilidade de se adaptar, é uma pessoa curiosa.
Diante dessa aparente “incoerência”, você se pergunta: mas como assim? Como é possível ser um cidadão do mundo, ter um espírito cosmopolita sem nunca ter deixado o meu país? Como é possível se internacionalizar sem sair de casa?
Pois é, vivemos hoje num mundo globalizado. E não são só a internet e as redes sociais que podem levar a qualquer lugar do planeta em segundos. O mundo também está na faculdade (alunos estrangeiros), trabalho (relacionamento com profissionais de outros países), em organizações que oferecem oportunidadesparaampliarmos nosso círculo e até de sairmos de nossa zona de conforto (ex: AIESEC, escritórios de órgãos internacionais de ensino e desenvolvimento etc).
Em termos práticos, inúmeras ações podem levar você a ter uma relação mais estreita com um processo pessoal de internacionalização sem sair do seu país de origem. Veja:
O mundo é grande para todos. O que faz o mundo grande e cheio de surpresas a serem exploradas é a forma como a gente vive. Atreva-se
– Recepcionar estudantes estrangeiros que chegamem sua escola (e ajuda-los com assuntos práticos e sociais);
– Hospedar um intercambista (a AIESEC oferece esse programa – http://www.aiesec.org.br/estudantes/hospede-um-intercambista/);
– Trabalhar ou ser voluntário em um escritório e ou órgão internacional (DAAD, Campus France, ONU, UNESCO, UNICEF, USAID etc.);
– Criar um International Student Office em sua faculdade;
– Dedicar-se a internacionalizar o seu trabalho e/ou seus estudos e produção acadêmica optando por temas internacionais e por se relacionar mais com estrangeiros de diferentes partes do mundo;
– Conhecer melhor a sua cidade e as múltiplas culturas que nela coabitam.
Então, se você é uma pessoa curiosa, que gosta de conviver com diferentes culturas e formas de pensar, explore melhor o seu espaço cotidiano. Não é nada difícil aproveitar as oportunidades internacionais que cercam você. Fazer intercâmbio em sua própria cidade, se misturar, transformar a sua vida num caldeirão cultural.
O mundo é grande para todos. O que faz o mundo grande e cheio de surpresas a serem exploradas é a forma como a gente vive. Atreva-se!
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Andrea Tissenbaum é formada em História e Psicologia pela PUC-RJ. Concluiu o mestrado e o doutorado na California School of Professional Psychology, em San Diego, nos Estados Unidos, onde viveu por seis anos. Já coordenou a área de Relações Internacionais do Insper, em São Paulo, e viajou o mundo para conhecer e fazer parcerias com instituições de ensino internacionais. Nos últimos dois anos, desenvolveu trabalhos de pesquisa sobre oportunidades internacionais para profissionais das áreas de comunicação e entretenimento. Orienta alunos em suas escolhas e decisões de estudar fora do Brasil e é autora do Blog da Tissen.
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