Por Juliana Simon
A cada ano, mais brasileiros procuram a África do Sul como destino de intercâmbio. Além da beleza natural do país e de sua história, a terra de Nelson Mandela atrai estrangeiros que buscam mais do que diversão e estudo. Na bagagem, vai também a vontade de ajudar.
Apesar de ter entrado em contato com uma realidade difícil, foi muito bom poder ajudar, pelo menos um pouco
Há várias opções para conhecer o país e fazer o bem por meio de trabalho voluntário, seja no cuidado e educação de crianças carentes até no trabalho com idosos, animais selvagens e em zonas de conflito atuando junto à Cruz Vermelha.
Após 20 anos do fim do apartheid, que durou quarenta anos, as marcas da violenta segregação entre brancos e negros ainda resistem. Locais como o Museu do Apartheid e a Ilha de Robben, onde Mandela e outros opositores ao regime ficaram presos durante mais de 20 anos anos, ilustram o período.
Julia Bastos, que passou três semanas em janeiro deste ano em uma moradia estudantil da Cidade do Cabo, já conhecia o país e decidiu voltar. Lá, a estudante de psicologia deu aula para crianças e ensinou surfe para adolescentes da favela de Dunoon, onde moram imigrantes da Nigéria, Somália e Zimbábue. Por ser uma das economias mais desenvolvidas de seu continente, a África do Sul é também um dos países que mais recebe refugiados em todo o mundo. “Apesar de ter entrado em contato com uma realidade difícil, foi muito bom poder ajudar, pelo menos um pouco. Funcionou como uma espécie de estágio para mim”, diz Julia.
“Foi uma experiência extremamente positiva em todos os aspectos. Apesar de violenta, a Cidade do Cabo é agradável. Lá você encontra desde praias lindas até montanhas para fazer trilhas e ter uma visão espetacular da cidade. Pretendo voltar muitas vezes e, com certeza, indico para os brasileiros”, completa.
Na África do Sul, assim como no Brasil, a pobreza vive lado a lado com a natureza exuberante e cenários luxuosos. É possível explorar a Table Mountain, o local mais fotografado do país, de onde é possível ver toda a Cidade do Cabo de dentro de um teleférico. Além disso, não muito distante da capital, existem reservas para ver de perto espécies de animais e de plantas só encontradas por lá. Para quem gosta de esportes radicais, além do surfe, o local é conhecido pela prática de escalada, trilhas, vela e mountain bike. Conhecer a produção local de vinhos também é outra opção de roteiro.
A hospitalidade dos sul-africanos também encanta os turistas. “É um povo extremamente simpático, caloroso, alegre e receptivo. Me surpreendi. Uma vez estava perdida na rua, pedi ajuda a um senhor que passava e ele andou meia hora comigo até o ponto de ônibus, me contando sobre a sua vida, sobre a cidade”, lembra Julia.
Foi uma experiência extremamente positiva em todos os aspectos
Bruno Contrera, gerente de cursos de idioma do STB, confirma que os brasileiros estão descobrindo a África do Sul como destino possível para ajudar o próximo e também aprender inglês. O preço dos cursos de até 12 semanas (máximo permitido pelo país sem a necessidade de visto de estudante) também é outro atrativo, já que sai 20% mais barato que destinos mais tradicionais como Inglaterra e Estados Unidos.
Segundo Bruno, a faixa etária que mais procura o destino é entre 18 e 25 anos. Os jovens buscam passar as férias de uma maneira rica em cultura, história, esporte e solidariedade.
*Crédito das fotos: arquivo pessoal da Julia Bastos
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