Assim como praticamente todos os estudantes brasileiros, cresci ouvindo sobre a excelência e a seletividade das universidades públicas. Desde os anos iniciais do ensino fundamental, sabia que meus dois grandes objetivos na escola eram ficar mais esperto e passar na federal (não necessariamente nessa ordem). Na verdade, estava bastante acomodado: tirava boas notas sem maiores esforços e participava das aulas, o que deixava pais e professores satisfeitos. Porém, já me sentia, há muito, incomodado com a previsibilidade da minha rotina: conforme amadurecia, percebia que não estava fazendo valer os meus dias. No primeiro ano do ensino médio, decidi que cursaria economia na faculdade e que faria o vestibular no fim do ano para treinar. Inesperadamente, acabei sendo aprovado na federal. O resultado foi um divisor de águas para mim, porque me incentivou a sair da zona de conforto: ele me deu segurança e incentivo para buscar experiências e objetivos maiores.
O terceiro ano foi muito trabalhoso: conciliar a escola, atividades extracurriculares e SAT não é fácil. A solução foi definir prioridades, organizar melhor o tempo e me esforçar em dobro. Funcionou!
Ainda no primeiro ano, havia começado a participar de Simulações das Nações Unidas, as MUNs, e, após me apaixonar pela atividade, fui co-fundador do Clube de Relações Internacionais da minha escola. Mal sabia eu que esse clube ia mudar completamente a minha vida. Por meio dele, pude organizar e competir em MUNs, auxiliar outros estudantes a melhorar suas habilidades de oratória e compreensão de mundo e conhecer pessoas incríveis. Três anos depois, penso que o mais importante de toda essa experiência foi perceber que eu sou capaz de mudar uma realidade que não goste, como a minha rotina e a ausência de atividades proporcionadas na escola.
No fim do segundo ano do ensino médio, descobri a possibilidade de estudar fora. Parecia fantástico: me aventurar em outro país, conhecer pessoas do mundo inteiro, ter aulas incríveis e acesso a inúmeras oportunidades. Porém, ainda que sites como o Estudar Fora e grupos como o BSCUE ajudassem a desmistificar o processo, eu sentia como se não fosse possível para mim.
De qualquer maneira, segui fazendo o que gostava: mandar bem na escola e ampliar minhas atividades paralelas ao currículo escolar. Apliquei, ainda que bastante desacreditado, ao Scholars, programa de preparação da Fundação Estudar. Dois meses depois, recebi o resultado: havia sido aprovado para o melhor programa brasileiro de preparação para estudar fora. Com isso, aprendi que, mesmo às vezes sendo difícil reconhecer nossos talentos, é importante nunca deixarmos de correr atrás dos nossos objetivos.
Como ja era de se esperar, o terceiro ano foi muito trabalhoso: conciliar a escola, atividades extracurriculares e SAT não é fácil. A solução foi definir prioridades, organizar melhor o tempo e me esforçar em dobro. Funcionou: tive um excelente ano e, de quebra, amadureci muito devido aos vários desafios e percalços que foram surgindo pelo caminho. Obviamente, não fiz nada sozinho: ser parte de um time como o Prep me salvou em diversos momentos: contar com a experiência do meu mentor, counselor e de outros scholars fez toda a diferença no meu application (candidatura). Finalmente, no começo deste ano, chegou o resultado que esperava: fui aprovado em Carleton College, a minha dream school!
Hoje, de malas prontas para a maior aventura da minha vida, fico feliz ao ver o rumo que tomei. Nessa coluna, compartilharei com vocês os acontecimentos e aprendizados dos meus próximos quatro anos e mostrarei como é a vida em Carleton. Espero conseguir incentivar e inspirar outros jovens!
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Pedro Girardi foi aprovado em Carleton College, onde pretende estudar economia e política. Durante o ensino médio, envolveu-se em diversos projetos nessas áreas, sendo seu preferido a participação em Simulações das Nações Unidas. Por meio de atividades extracurriculares, descobriu que adora lidar com pessoas e ajudá-las a desenvolver suas habilidades. Quer ser professor e pesquisador.
*Foto: estudantes dão as boas-vindas aos novos alunos do Carleton College / Crédito: divulgação
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