Por Ana Pinho
Em janeiro de 2016, estudantes do mundo inteiro farão o último SAT no formato atual. A prova exigida por boa parte das universidades norte-americanas em seus processos seletivos passará por importantes mudanças. Em vez dos atuais 2.400 pontos, passará a valer 1.600, entre outras alterações.
De acordo com o College Board, organização responsável pelo exame, o teste irá focar em habilidades e conhecimentos que importam mais para o ensino superior e para o sucesso do aluno. Entre as mudanças, estão o fim do vocabulário rebuscado e com palavras poucos conhecidas, a troca de cinco para quatro respostas em questões de múltipla escolha e o fim da penalidade do “chute”. No novo SAT o candidato não irá mais perder pontos caso erre uma questão.
O SAT mudará em 2016. O que fazer?
Também haverá mais tempo para preencher cada uma das seções – Writing, Reading, Math – e 16 perguntas a menos no total. As redações (essays) tornam-se opcionais e os estudantes passam a ter o dobro de tempo (50 minutos) para escrevê-las.
“Mesmo sendo ‘opcional’, as melhores escolas vão pedir a redação”, considera Annie Kim, do Dux Institute, que prepara candidatos para a graduação fora. Segundo ela, é preciso estar preparado para o novo formato do texto: “Antes, você escrevia sua opinião ou posição sobre algum tópico e agora precisa ler um texto e explicar o raciocínio do autor. Com isso, estão testando também suas habilidades de Reading e Analysis.”
Ainda há certo mistério envolvendo novidades como questões sobre textos históricos, como a Declaração da Independência americana – algo que alunos internacionais naturalmente conhecem menos. “O College Board diz que você não precisa estudar a história dos EUA para fazer bem a prova, mas acredito que os conceitos, a filosofia e o vocabulário dos textos podem ser difíceis para brasileiros sem nível avançado de inglês”, diz Annie. O jeito, então, é adicionar um pouco mais de estudos.
A coach de preparação para estudos no exterior Thais Pires, há 21 anos no ramo, aconselha os estudantes a aproveitarem o modelo velho em janeiro, lembrando que os resultados valem cinco anos. Quem não começou o processo de application ainda tem tempo para se preparar para o novo teste.
“De qualquer maneira, o aluno precisa continuar sendo um bom aluno, porque o teste não é o elemento principal para ser aceito”, aponta. “A maioria das universidades dá muito mais valor ao desempenho escolar, às atividades extracurriculares e a como ele se apresenta nas redações.”
ACT ou SAT?
Em 2013, o ACT superou pela primeira vez seu “rival” em adesão. Hoje, ambos são amplamente aceitos no processo de seleção de universidades norte-americanas. “O SAT novo será mais parecido com o ACT, que cresceu muito em termos de procur”, conta Thais. “É bom fazer os dois e ver em qual você vai melhor, qual faz mais o seu estilo”, completa.
Annie explica que a prova do ACT, feita pela ACT Inc., é considerada mais próxima do que é ensinado em sala de aula. Ela vê as mudanças do SAT, antes baseado em raciocínio lógico e agora mais voltado ao conteúdo em si, como positiva.
A dica para qualquer escolha? Praticar, praticar, praticar. Annie indica decidir entre os dois modelos já no 1º ano do Ensino Médio e fazer a prova no 2º. E destaca a nova parceria entre College Board e Khan Academy, que oferece curso online grátis para o novo SAT. “Como a prova é nova e não há muitos materiais para estudar, o aluno deve aproveitar esses que estão disponíveis, como da Khan Academy”, diz. “Tanto o ACT como o SAT são provas treináveis, mas é preciso entendê-las.”
Veja na tabela abaixo as diferenças entre o velho e o novo SAT:
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