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Como o intercâmbio ajudou um jovem estudante a trabalhar na ONU

Tiago Zenero durante intercâmbio

Por Vivian Carrer Elias

O intercâmbio faz com que o estudante saia de sua zona de conforto, enfrente desafios, conheça culturas diferentes e descubra novas possibilidades. Um exemplo disso é a trajetória de Tiago Zenero, de 23 anos, que cursou um ano de sua graduação em jornalismo nos Estados Unidos. Ele aproveitou todas as oportunidades que os seus estudos no exterior proporcionaram, de aprimoramento do inglês a trabalho voluntário. Ao retornar para o Brasil, toda essa experiência o levou a uma grande conquista: o sonhado estágio na Organização das Nações Unidas (ONU).

Cursei uma disciplina com Tim Anderon, jornalista que trabalhou como editor do The New York Times por nove anos. O objetivo da aula era produzir uma revista digital sobre refugiados nos Estados Unidos

Nascido em Piracicaba, Tiago formou-se na Unesp em 2015. Em 2013, decidiu fazer intercâmbio pelo programa Ciência sem Fronteiras para os Estados Unidos. Ele queria morar em Miami, Nova York ou Los Angeles. No entanto, acabou sendo aceito por uma universidade em um destino bem menos popular: Lincoln, capital do estado de Nebraska. “Eu não fazia ideia de onde ficava esse estado. Mas, no fim, acabou sendo bom ir para lá porque estudei na Universidade de Nebraska, que oferece um dos melhores cursos de jornalismo do país”, diz.

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Ao chegar em Lincoln, Tiago se deparou com uma cidade de 300 000 habitantes que, embora pequena, oferece uma boa infraestrutura. “Apesar de não ser uma metrópole, a cidade tem muitos recursos e o transporte público é ótimo. A qualidade de vida lá era muito boa”, diz o jornalista, que afirma ter se surpreendido com a simpatia da população local. “As pessoas sempre estavam sempre dispostas a ajudar e mostrar a cidade”, conta.

Segundo o Instituto Americano para Pesquisa Econômica, entre todas as cidades pequenas dos Estados unidos, Lincoln está entre as 15 melhores para universitários e é o 4o melhor destino para se trabalhar.

Experiências com refugiados

Uma das principais dificuldades que Tiago enfrentou eu chegar nos Estados Unidos foi o idioma. “No jornalismo, a língua é uma ferramenta de trabalho para escrever reportagens e fazer entrevistas. Estudei muito no início do intercâmbio, principalmente gramática, para poder me adaptar”, diz.

Tiago conta que um dos fatos mais importantes do seu intercâmbio foi ter convivido com refugiados. “Cursei uma disciplina com Tim Anderon, jornalista que trabalhou como editor do The New York Times por nove anos. O objetivo da aula era produzir uma revista digital sobre refugiados nos Estados Unidos. Por isso, acabei me aproximando muito da comunidade iraquiana da cidade”, diz Tiago.

Além disso, o jornalista também aproveitou as férias acadêmicas para fazer trabalho voluntário em Lincoln, dando aulas de inglês para filhos de imigrantes mexicanos. Durante os períodos sem aula, ele fez ainda um estágio na área de comunicação e atuou como fotógrafo em um jornal local.

Retorno ao Brasil

Quando retornou ao Brasil, inspirou-se em todas essas experiências para desenvolver o seu trabalho de conclusão de curso da Unesp, que foi um livro sobre refugiados no Brasil. O prefácio da obra foi escrito pelo professor Tim Anderson, com quem mantém contato até hoje.

Mas o principal fruto que o jornalista colheu ao voltar do intercâmbio foi a aprovação em um programa de estágio na área de comunicação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD), da ONU, onde trabalha há um ano. “Eu já havia ido a várias palestras da agência da ONU para refugiados e, quando vi a vaga de estágio para o PNUD, resolvi tentar. Hoje, já sou contratado”, afirma. “Eu gosto muito do meu trabalho porque participo de uma série de atividades relacionadas ao desenvolvimento humano, atuando com questões ligadas desde o meio ambiente até o sistema carcerário.”

*Na Foto, Tiago durante o intercâmbio em Nebraska / Crédito: arquivo pessoal

 

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