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Espanha: um país, muitas culturas diferentes

Por Vivian Carrer Elias

A Espanha é um país muito rico culturalmente. As suas diversas regiões, da Catalunha à Andaluzia, são únicas e possuem a sua própria história, hábitos e gastronomia. Por isso, a experiência de fazer intercâmbio no país pode ser muito enriquecedora – e extremamente variada, dependendo da cidade escolhida.

Há muitas cidades universitárias na Espanha. Em comum, elas têm o fato de oferecerem um custo de vida mais baixo do que em muitas outras partes da Europa, clima ameno e boas universidades. O Estudar Fora ouviu dois estudantes brasileiros que fizeram intercâmbio por lá, em regiões distintas: Juliana Leal, que viveu em Zaragoza, na região de Aragão, e Renan Simão, que passou seis meses em Sevilla, na parte de Andaluzia. Confira:

Renan Simão, de 25 anos, cursou um semestre da faculdade de jornalismo, que fazia na Universidade Estadual Paulista (Unesp), na Universidade de Sevilla

Conheci colegas que eram da região e entendi um pouco sobre a grande diferença que há entre Andaluzia, no sul da Espanha, e o resto do país. Lá, a comida, o flamenco, a arquitetura e os costumes são únicos

“Fiz intercâmbio acadêmico de um semestre em Sevilla pelo programa Santander Universidades. O processo seletivo da bolsa incluía análise de notas da graduação, de currículo e comprovação de nível intermediário de espanhol. Eu recebi cerca de 500 euros por mês durante o meu intercâmbio, valor suficiente para pagar as contas básicas, mas sem luxos.

Sevilla é uma cidade incrível. Como é turística, tem ótima infraestrutura e atividades culturais variadas, mas possui aquela atmosfera de cidade pequena, mesmo sendo uma das partes mais desenvolvidas da Espanha. Durante o intercâmbio, conheci colegas que eram da região e entendi um pouco sobre a grande diferença que há entre Andaluzia, no sul da Espanha, e o resto do país. Lá, a comida, o flamenco, a arquitetura e os costumes são únicos.

A cidade proporciona uma excelente qualidade de vida. Eu comprei uma bicicleta e aproveitei o lugar ao máximo pedalando ao lado do rio Guadalquivir. Eu adorei a comida local, me alimentava muito bem com jamón, salmorejo, paella, salada, só coisas deliciosas.

Na faculdade, fiz disciplinas de comunicação e audiovisual e gravei o meu primeiro curta-metragem, o que me ajudou a dar uma guinada na minha carreira. Hoje, sou pesquisador na área de cinema e pretendo fazer mestrado sobre o assunto.”

Juliana Leal, de 25 anos, é formada em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Em 2012, cursou um semestre da graduação na Universidade Zaragoza.

A parte mais legal do intercâmbio é conhecer pessoas novas e diferentes. Hoje, eu tento entender mais a identidade cultural dos outros e estou mais aberta para conhecer outras culturas e religiões

“Fiz o intercâmbio por meio de uma bolsa oferecida pela USP. Além de eu não pagar a universidade na Espanha, recebia cerca de 700 euros por mês, suficientes para se viver muito bem por lá.

Zaragoza é a quinta maior cidade da Espanha e fica na região de Aragón, no sul. Não é uma parte muito turística do país, mas é um lugar muito bom para se viver. A cidade tem uma atmosfera tranquila e familiar, há sempre crianças e idosos pelas ruas e os grandes centros comerciais ficam afastados do centro. O local é bem histórico, repleto de construções antigas e ruas com quadras largas. Além disso, é muito bem estruturada e o transporte público é eficiente.

Uma das coisas mais interessantes de ter vivido lá foi perceber as diferenças culturais entre as regiões da Espanha. Por exemplo, a base da comida em Zaragoza é batata e eles comem muitas tortillas, mas não é comum encontrar paella lá, que é um prato típico nacional, porque Aragón não fica perto do mar.

Em relação ao idioma, eu já tinha estudado espanhol antes, mas na prática é completamente diferente. Eu aprendi a língua de fato somente após viver em Zaragoza, pois convivi com nativos, ouvi o sotaque deles e aprendi expressões específicas.

Para mim, a parte mais legal do intercâmbio é conhecer pessoas novas e diferentes. Hoje, eu tento entender mais a identidade cultural dos outros e estou mais aberta para conhecer outras culturas e religiões. Às vezes, podemos achar o costume de alguém estranho, mas há toda uma história por trás dele, e isso me interessa muito.”

*Na foto, Juliana Leal em Zaraoza

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