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Oriente Médio: um destino exótico (e excelente) para o seu intercâmbio

estudar no oriente médio

Por https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2017/06/mariaeduarda-prep-1.png Bellini

Pode esquecer os clichês sobre Oriente Médio que vêm à cabeça. Afinal, nem só de paisagens desérticas e camelos vive a região, que hoje oferece várias oportunidades a brasileiros que desejam fugir dos destinos mais comuns de intercâmbio.

Há tanto universidades mais tradicionais, como a American University of Beirut, fundada em 1866, quanto instituições bem mais novas, como a Qatar University, que abriu as portas em 1973. Em diversas delas, há brasileiros que optaram por uma experiência diferente no seu intercâmbio.

Líbano

O país é conhecido pela fama de mais liberal entre as opções no Oriente Médio e pelas atrações culturais bem diversas, da música ao cinema. É do Líbano que emergem grandes nomes como o da cantora Fairouz, conhecida pelos árabes como “A Joia do Líbano” e “Embaixadora das Estrelas”. No cinema, não é raro encontrar nomes libaneses numerosos entre os filmes mais comentados na região, como os da diretora Nadine Labaki.

O país oferece centros de ensino não só em árabe, como também em inglês e francês. Foi justamente a possibilidade de se virar com o francês que atraiu a estudante de Relações Internacionais Gabriela Bonicio, que passou um semestre estudando por lá e chegou ao país sem saber árabe. “Em RI, bastante gente fala francês e escolhe a Sciences Po, na França, como destino de intercâmbio. Mas eu tinha vontade de sair um pouco do ‘lugar comum’ e tentar algo diferente.”

Estudar no Oriente Médio
American University of Beirut

Em universidades como a American University of Beirut, a mais bem classificada em rankings internacionais do Líbano, o currículo vem todo em inglês e há disponibilidade de cursos intensivos de árabe. Durante o verão, os estudantes podem se dedicar ao idioma em aulas mais extensas, e ao longo do ano letivo é possível incluir o árabe na grade, só que com cinco horas de aula semanais.

Gabriela, porém, optou pela Universidade São José de Beirut, que possui convênio com a Universidade de São Paulo. Apesar de estar matriculada em sociologia e antropologia, lá ela tinha liberdade para escolher matérias de outros cursos. “Um diferencial bem interessante são as matérias relacionadas à cultura árabe. Entre elas, eu cursei ‘Pensamento Xiita’, uma das disciplinas mais desafiadoras e interessantes que eu já tive”, exemplifica a estudante.

Para os interessados em cursos que não tenham nada a ver com disciplinas de cultura árabe, nada de pânico. A AUB, por exemplo, oferece cursos que vão de Agricultura, a Desenvolvimento de Comunidades Rurais e Planejamento Urbano. Outra novidade no Líbano são os cursos voltados para estudos de gênero, que estrearam em universidade de renome como a Lebanese American University.

Catar

O país minúsculo no Golfo, fronteiriço com a gigante Arábia Saudita, já é conhecido pela produção de gás natural e petróleo. Com o boom econômico, os governantes logo decidiram investir pra valer em educação. Com sua independência declarada em 1971, dois anos depois o Catar já fundava a Qatar University, uma das dez melhores universidades da região de acordo com o QS University Ranking.

Hoje, as universidades do Catar possuem programas de internacionalização e reforçam a presença de estrangeiros no país. As estimativas do governo apontam que quase 90% das pessoas que vivem no Catar são de fora, boa parte delas com vistos temporários (de trabalho e de estudo, por exemplo).

O programa [de curta duração para estudo de árabe] leva estrangeiros com tudo pago – da passagem de avião à hospedagem – para o país

No caso dos cursos oferecidos pela Qatar University, o que se destaca é o de curta duração para ensino de árabe. Chamada de “Arabic for Non Native Speakers”, o programa leva estrangeiros com tudo pago – da passagem de avião à hospedagem – para o país. “Há um relacionamento próximo com a direção do programa, que eles têm interesse de internacionalizar cada vez mais”, conta o jornalista Pablo Augusto Relly, o primeiro brasileiro a fazer parte do programa, em meados de 2013.

Com duração de um ano, o curso permite aos alunos aprender árabe clássico e conhecer um pouco da cultura islâmica. “Desde o início, houve abertura para a gente decidir os temas de discussão. Aprendemos o básico de árabe com temas que nos interessavam, e não com assuntos infantis. Política, direitos humanos, história e até problemas mais atuais, como o assédio sexual contra mulheres no Egito”, diz Pablo.

Outra característica da universidade catari é aberta ao uso de tecnologias. Como o próprio Pablo conta, incorporar recursos como chamadas no Skype para trazer palestrantes às aulas era algo aceito pelos professores. No caso da turma do jornalista, em 2013, esses convidados ajudavam os alunos em conversação e na discussão de temas mais complexos em árabe.

Emirados Árabes

O país é formado por uma confederação de governos monárquicos que preservam sua autonomia, os chamados “emirados”. Gigantes no petróleo, os Emiratos Árabes Unidos também só conquistaram a independência em 1971 — ou seja, são breves 45 anos de história.

Hoje em dia, muitos dos centros de ensino são parcerias com organizações e universidades estrangeiras, como no caso da American University of Sharjah. Há ainda campi de universidades consagradas em sua versão oriental, como é o caso da Sorbonne Abu Dhabi, localizada na maior cidade do país.

No caso da Sorbonne, em vez de investir no árabe, o jeito é falar francês, uma vez que as aulas oferecidas no campus são idênticas às oferecidas em Paris. Se o estudante ainda não é fluente, pode recorrer aos cursos intensivos e aos cursos de verão, que ajudam no preparo para aulas e exames. Na prática, o estudante obtém o diploma da universidade francesa, mas incorpora à sua formação a experiência de viver em um país árabe.

Para os interessados, os programas de mestrado oferecidos vão desde áreas como Direito Internacional e Diplomacia, até História da Arte e Museologia.

 

* Foto: Qatar University, em Doha 

 

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