Por https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2017/06/mariaeduarda-prep-1.png Bellini
Quando a cientista social Clarissa Malinverni decidiu encarar um mestrado, já trabalhava na mesma organização há anos e não queria se distanciar do mercado. Graças à possibilidade de se manter trabalhando, oferecida pelo recém-lançado Global Executive Master of Public Administration da Columbia, ela não precisou escolher entre um e outro. “Hoje, os mestrados mais tradicionais exigem demais de você e afastam as pessoas da academia”, opina Clarissa, que entregou neste semestre sua dissertação sobre o programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, que ela coordena no Brasil.
Esse, aliás, foi o ponto que a ajudou a chegar a Columbia. O programa Juntos, que oferece apoio à gestão pública, lançou bolsas para apoiar o mestrado de lideranças nas cidades onde atua – entre elas, São Paulo, Campinas, Santos e Parati. Elaborado por uma coalizão de líderes empresariais e capitaneado pela Comunitas, o programa apoiou quatro brasileiros aprovados em Columbia – entre eles, a paulistana. A oferta de bolsas é uma das frentes do grupo, com previsão de ampliação no ano que vem, e visa ao fortalecimento das lideranças públicas. “Não vamos conseguir mudar a gestão pública sem quadros qualificados, sem líderes que tenham uma missão e que possuam os meios de executá-la”, explica Clarissa.
Não vamos conseguir mudar a gestão pública sem quadros qualificados, sem líderes que tenham uma missão e que possuam os meios de executá-la.
Aprovada por Columbia no processo de admissão padrão, e já com a bolsa garantida, Clarissa pôde cursar esse tipo diferente de mestrado, novidade dentro da instituição, e focado nos desafios dos países emergentes, como Brasil, Índia e China.
Em vez de durar dois anos e exigir dedicação full-time, o Executive Master permite aulas à distância em boa parte do tempo. Semanalmente, os alunos devem assistir a dez vídeos por matéria e, uma vez ao mês, ter aulas no Global Center da universidade, na Candelária, no Rio de Janeiro. Os alunos também passam por dois módulos presenciais em Nova York, com duração de cinco semanas cada. Nesses momentos de contato mais direto com Columbia, os mestrandos têm acesso a atividades práticas. Para ver exemplos de gestões inovadoras, por exemplo, a turma de Clarissa foi recebida na Prefeitura de Nova York, onde conheceram os diferentes modelos diferentes de administração.
As adaptações oferecidas por Columbia não pararam aí. Para facilitar a validação do diploma em território brasileiro, a instituição mudou o modelo de avaliação dos estudantes que vinham do país. Era possível entregar uma dissertação aos moldes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em vez do tradicional project portfolio da Columbia. “No modelo americano, o aluno tem que se basear em um desafio de alguma instituição pública real e pensar soluções, fazer um planejamento para resolver o problema”, explica Clarissa. No caso dela, o tema do texto final tratou do Juntos e da proposta de uma governança colaborativa, envolvendo o setor público, privado e a sociedade civil.
Propostas como a da cientista social são bem-vindas na Columbia. O campo de pesquisa voltado para democracia e formas inovadoras de governar está dando os primeiros passos por lá, e propostas que fogem do tradicional ganham destaque. “Em Columbia, mesmo as aulas sobre parcerias público-privadas focavam nas mais tradicionais, que são feitas para resolver problemas muito pontuais de prestação de serviço, de gestão de equipamentos públicos. Quando eu apresentei a minha proposta, isso foi amplamente aceito”, conta Clarissa, que terminou o curso neste semestre, ao lado de mais dois bolsistas brasileiros.
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