Para muitos estudantes, estudar fora é um jeito de trazer novos conhecimentos para mudar seu país de origem.
No Brasil, não é diferente. É frequente, inclusive, que os estudantes saiam daqui já com um plano em mãos sobre o que precisam aprender para avançar mais rápido na volta, especialmente quando se trata de MBAs e mestrados.
Separamos as histórias inspiradoras de seis brasileiros que estudaram fora, em algumas das melhores universidades do mundo, como Harvard e Stanford, e aplicaram em prol dos brasileiros o que trouxeram na bagagem.
Brasileiros que estudaram fora e estão ajudando a mudar o Brasil
1. Allison Hirata
Quando Allison fez as malas para um mestrado na Universidade Stanford, nos EUA, já tocava há alguns anos seu próprio projeto educacional – a B8 –, organizando olimpíadas científicas que trazem visibilidade para estudantes talentosos de escolas públicas e privadas e os prepara para as fases internacionais. Na faculdade americana, estudou maneiras de fazer mais e inovar em educação. Hoje, já ajudou a trazer 60 medalhas para o Brasil na olimpíada de ciência (seis delas de ouro!) e outras quatro na competição de Física.
2. Erica Butow
Erica Butow é uma das cofundadoras do Ensina Brasil, organização parceira da rede global Teach For All. O programa seleciona jovens – normalmente de faculdades de ponta – para lecionar em escolas públicas brasileiras por dois anos, levando conhecimento para essas escolas antes de iniciarem suas carreiras. O projeto começou esse ano, impulsionado por um MBA na Universidade da Califórnia em Berkeley, onde Erica buscou aprimorar suas habilidades de gestão e explorar o mercado de educação.
3. Joice Toyota
Joice Toyota soube que não queria trabalhar como engenheira no momento em que pegou o diploma. Ela é uma das criadoras do Vetor Brasil, organização que busca remediar um dos problemas mais enraizados do país: a escassez de talentos no setor público. Assim, recruta e seleciona jovens talentosos para atuarem como trainees em órgãos públicos de diversas cidades e estados do Brasil. O projeto tomou forma após seu mestrado em Stanford, onde conviveu diariamente com a cultura empreendedora do Vale do Silício.
Ronaldo Lemos é um acumulador de funções: professor universitário, representante do MIT Media Lab no Brasil, diretor do projeto Creative Commons e do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio, além de aconselhar o Congresso Nacional. Como advogado e especialista, tem atuado em todas essas frentes para tornar o Brasil um país mais propenso (e preparado) para as inovações tecnológicas – vocação que aperfeiçoou com um mestrado em Harvard, em 2001.
Na época, era a única universidade do mundo com um centro de pesquisas totalmente dedicado ao direito e à internet. E foi precisamente nesse campo sua maior contribuição para o país – ele foi o principal articulador do Marco Civil da Internet no Brasil, pioneiro no mundo e elogiado até pela ONU.
Ana Paula Martinez é um nome de destaque do Direito nacional e internacional – eleita duas vezes o melhor jovem advogado do mundo na área de concorrência, que busca evitar práticas comerciais anticompetitivas e que prejudiquem o consumidor.
Após o seu segundo mestrado, realizado em Harvard, ganhou experiência e contatos. O currículo lhe rendeu convite para trabalhar no Ministério da Justiça, onde participou da criação da Estratégia Nacional de Combate a Cartéis (iniciativa que estruturou a cooperação no combate a esse tipo de crime) e coibiu a tentativa de uma empreiteira obter vantagens no processo de concorrência pela concessão da usina hidrelétrica de Santo Antônio.
O mineiro Daniel Vargas, hoje com 37 anos, vem construindo sua atuação no Direito a partir de uma perspectiva peculiar: busca estudar e aplicar o Direito como ferramenta que ajude a compreender e a resolver os grandes problemas do país.
Após um mestrado na tradicional universidade de Harvard, foi convidado a trabalhar no governo, junto ao presidente, e teve a oportunidade de atuar como ministro interino aos 30 anos de idade. Nesse período, ajudou a formular políticas públicas de longo prazo voltadas ao desenvolvimento do país, como a regulamentação fundiária da Amazônia. Atualmente, passa seus conhecimentos adiante como professor da Fundação Getúlio Vargas.