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Quer fazer mestrado na Europa? Veja 4 dicas essenciais para preparar sua candidatura

Clara Bianchini em Amsterdam

Conseguir uma vaga para fazer mestrado na Europa pode ser difícil – principalmente porque estamos concorrendo com estudantes de tiveram oportunidades diferentes (muitas vezes, estudo básico de melhor qualidade) e em uma língua que provavelmente não é a nossa nativa. Por isso eu resolvi escrever este artigo, para contar algumas dicas fundamentais que me ajudaram a conseguir uma vaga no mestrado de Inovação de Negócios da NHTV Breda University da Holanda, no coração da Europa.

Na época em que me candidatei, para entrar neste curso eu tinha que concorrer com 10 pessoas por vaga. O número total de vagas era pequeno: apenas 25 pessoas são aceitas por ano. É um curso conhecido pelo seu alto grau de internacionalização (ou seja, eu estava concorrendo com pessoas de mais ou menos 12 nacionalidades diferentes) e também por exigir que o aluno já tenha tido experiências prévias com estratégia de negócios (eles não aceitam pessoas sem experiência de trabalho na área).

O primeiro passo era formar o dossiê de documentos e enviar por correio pra o escritório central da universidade na Holanda (agora o processo está digital, mas tirando isso, os critérios de avaliação continuam os mesmos). Então eu sabia que esse dossiê iria dar a primeira impressão da universidade a meu respeito. E se a impressão fosse boa, eu seria convocada para a fase 2, de entrevista.

Veja essas dicas e monte o melhor dossiê que te representa:

#1 Teste de proficiência em língua estrangeira

Bom, eu não deixei para fazer o teste de última hora. Na verdade, ao longo de 1 ano eu me preparei e fiz 3 testes. Mandei para a universidade apenas o último, em que obtive a maior nota (maior do que era exigido como mínimo). Os outros dois testes me ajudaram para ganhar experiência na língua. Isso me ajudou inclusive na segunda fase, na entrevista.

Então, minha dica numero 1 é: invista nisso! Estude, faça os testes com antecedência e tenha chances de se destacar por isso. Com certeza eles levam a sua desenvoltura em outro idioma em consideração. Afinal, durante um mestrado, você terá que defender uma dissertação, realizar uma pesquisa qualitativa e entrevistar pessoas, e muitas vezes, estagiar em alguma empresa estrangeira.

Leia também: Teste de proficiência multinível ou level-based? Qual é melhor para você?

#2 Cartas de recomendação

A universidade onde estudei pedia 2 cartas de recomendação: uma de um professor da graduação, outra de um ex-chefe do mercado de trabalho. Bom, eu acabei conseguindo 4 quartas, 2 de cada tipo! Mas fique atento porque algumas universidades não aceitam documentos a mais do que eles exigiram, então envie apenas o que estiver descrito no site.

De toda forma, uma universidade precisa entender quem é seu network, e o seu círculo de influência. Ou seja, quem você pode acionar durante e depois da sua pesquisa para compartilhar conhecimento, colocar em prática as teorias aprendidas, etc. Se você puder, através dessas cartas, demonstrar que tem conexões positivas, isso será bem considerado pela banca examinadora.

#3 Carta de motivação

Este é considerado o documento mais importante e mais temido de todos os candidatos! O que eu escrevi na minha carta de motivação: eu contei a minha trajetória acadêmica e profissional numa linha do tempo. E contei sobre o que me interessou mais nessa jornada, e quais eram os meus objetivos para o futuro se eu pudesse estudar nessa universidade.

Leia também: 8 dicas para escrever um Personal Statement excelente

Aproveite que agora vivemos na Era do Google, e pesquise os principais termos técnicos que aparecem no descritivo do curso que você quer fazer. Por exemplo, o meu curso se chamava Imagineering. Hum? Que isso? E falava muito sobre “co-creation of products and services with stakeholders, and not only for them”. Dizia que eu ia aprender sobre metodologias como Design Thinking, Appreciative Inquiry e World Café para solucionar os novos desafios das organizações.

Em 2010, eu nunca tinha ouvido falar disso tudo! Procure se informar, assim você vai conseguir escrever na sua carta como este estudo é importante para que você se torne o profissional que você quer ser! Ah, mas lembre-se – tente escrever tudo isso dentro do limite de páginas!

#4 Organização

Existem tantos outros documentos que você tem que organizar! Alguns exemplos comuns são histórico escolar e cópia de documentos pessoais, mas eu tive que conseguir até um atestado de solteira para comprovar que na época não era casada com ninguém e não tinha dependentes! Isso pode tomar muito tempo, e dar bastante dor de cabeça, então planeje-se com antecedência.

Mas pense então em quem irá receber este documentos todos. Como eles irão entender o que é o que? Minha dica então, é fazer uma carta de rosto bem simples, dizendo assim: documento X está na página Y, ou o documento X tem o nome Y2004, etc. Aproveite esse momento para demonstrar algumas de suas qualidades ocultas, como a organização, empatia, responsabilidade, etc. Acredite, isso conta muito!

Ferramenta gratuita: Cronograma para organizar a sua candidatura 

Como eu pude enviar meus documentos por correio, na época eu comprei uma pasta plástico, imprimi todos os documentos, e coloquei eles numa sequência. Numerei as folhas, e ficou tudo muito organizado e profissional. A banca examinadora irá perder muito menos tempo tentando entender os seus documentos e poderá focar em apreciar suas qualidades de organização. Se você tem skills de designer, solte-se, deixem eles ver o ótimo profissional que você é através dessa sutileza.

Espero que você tenha gostado dessas dicas e que agora se candidatar a uma vaga para fazer mestrado na Europa fique mais fácil e claro. Desejo a vocês toda a sorte do mundo, e espero que seguindo esses passos você consiga sua entrevista, e garanta a sua vaga para fazer mestrado na Europa!

 

Sobre a Autora

Clara Bianchini é ex-aluna do Mestrado em Imagineering na NHTV University em Breda, na Holanda. É co-fundadora da consultoria de inovação para organizações chamada CO-VIVA. Professora de Inovação da Escola Superior de Engenharia ESEG e professora convidada da INSEEC Business School em Paris. Colunista do portal Consumidor Moderno.

 

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Sobre o escritor

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