Cada vez mais frequentes, as discussões sobre gênero e sexualidade vêm ampliando o debate público no Brasil. Entretanto, ainda são poucas as universidades no país que oferecem possibilidades de se especializar em assuntos que envolvem questões LGBT e estudos feministas. No exterior, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa e na América Latina, existem diversos cursos em que é possível estudar feminismo. Alguns deles, inclusive, apresentam uma longa tradição em instituições renomadas.
Há, por um lado, universidades que estimulam pesquisas sobre violência contra a mulher. Para quem quer aprender mais sobre outras temáticas, não faltam centros no exterior onde é possível se aprofundar em teorias feministas e questões de gênero no dia a dia.
Universidade da Califórnia, Berkeley
A americana UC Berkeley é referência mundial por uma série de fatores. Por exemplo, por ter sido a instituição se descobriu o vírus da gripe. Também por lá, a primeira lei americana de divórcio foi escrita. A universidade costuma figurar nos principais rankings universitários.
Quando se trata de estudar feminismo, Berkeley ganha destaque. Começando pelo fato de que faz parte de seu quadro de docentes a filósofa Judith Butler. Ela se tornou uma das principais pensadoras do feminismo contemporâneo e da teoria queer.
Butler leciona no departamento de Literatura e no programa de Teoria Crítica da instituição. Entretanto, a UC Berkeley tem uma divisão específica para estudar feminismo. O GWS (Gender & Women’s Studies), com “major” e “minor”, em que é possível cursar disciplinas como “Introdução ao Gênero e Estudos de Mulheres”, “Introdução à Teoria Feminista” e “Feminismos Transnacionais”.
Mestrado Erasmus Mundus em Gênero e Estudos Femininos
Em parceria com o programa Erasmus Mundus, o GEMMA (Mestrado Erasmus em Gênero e Estudos Femininos) é uma boa opção na Europa. O mestrado interdisciplinar envolve sete universidades europeias de prestígio no Velho Continente. Entre elas, a Universidade de Granada, na Espanha, e a de Bolonha, na Itália.
Cabe aos alunos escolher duas das instituições que fazem parte do GEMMA para estudar feminismo. E, ao final do curso – que dura dois anos -, eles recebem um diploma de cada uma delas.
Flacso México
Inaugurada em 1976, a partir do mestrado em Ciências Sociais, a unidade mexicana da Flacso (Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais) conta com um programa de mestrado à distância em Políticas Públicas e Gênero.
A iniciativa se propõe a formar profissionais que apliquem os estudos de gênero de forma concreta, propondo planos de governo alinhados com as questões defendidas pelas (e para as) mulheres, por exemplo. O curso, que tem uma grade horária flexível por ser pensado para estudantes que trabalham e estudam ao mesmo tempo, é dividido em três linhas.
#1 Família, gênero, faixas etárias e saúde
#2 Instituições, políticas públicas e ação coletiva
#3 Decisões de governo e avaliação de programas
Esse e outros programas de pós-graduação da Flacso México oferecem bolsa de estudos para estrangeiros.
The Brooklyn Institute for Social Research
Se a ideia é fazer cursos livres – e mais específicos – sobre conceitos que fazem parte do movimento feminista, o Brooklyn Institute for Social Research pode ser o caminho. Localizado em Nova York, oferece opções como aulas sobre Feminismo Religioso e também um curso intitulado “Ecofeminismo e Xenofeminismo”. Nesse caso, a formação gira em torno de um questionamento peculiar: por que nos referimos ao planeta Terra como “Mãe Terra”? Como os cursos exigem uma participação ativa dos alunos e discussões a partir de leituras, é preciso ter um bom nível de inglês – embora não seja requisitado certificado no idioma – para acompanhar as aulas.