Se você nunca ouviu falar na área de estudos, pode imaginar que um mestrado em Esporte seja um curso no qual os alunos precisam ir às aulas com roupa de academia. Mas Layana de Souza, que fez o mestrado em gestão de indústrias esportivas em Georgetown, conta que não é bem assim.
“Eu diria que é bem parecido com um MBA, mas mais focado na indústria do esporte, que tem várias peculiaridades. Lógico, você aprende finanças, marketing, processo de vendas, gestão, relações públicas e direito, mas sempre tem aquele diferencial”, comenta Layana, que atualmente trabalha como coordenadora de eventos e competições na Basqrete S.A., uma escola de basquete licenciada pela NBA no Rio de Janeiro.
Ela conta que se apaixonou pelo esporte aos 12 anos, quando começou a jogar basquete por meio de um projeto social. E viu no curso que escolheu uma oportunidade de estudar para usar o esporte como ferramenta de transformação social.
Trajetória
Layana conta que seu técnico de basquete, no projeto social em que treinava, foi quem lhe mostrou a oportunidade de estudar fora. Embora ela pensasse em fazer algo diretamente relacionado a educação física, no final acabou optando por estudar administração esportiva. “Eles gostam muito de falar que a indústria do esporte movimenta bilhões nos Estados Unidos, então eu pensei em explorar isso”, comenta.
Como parte dessa trajetória, ela estudou por dois anos no Northwest College, uma community college no estado do Wyoming. Na community college ela conquistou um associate degree de dois anos com o qual pode ingressar no Lees-McRae College na Carolina do Norte. E lá, ela estudou por mais dois anos para obter o bacharelado em administração esportiva.
Na metade de 2014, Layana se formou e voltou para o Brasil. Começou a trabalhar na THG Sports, na área de vendas, oferecendo pacotes de hospitalidade para eventos esportivos. “A ideia era usar os benefícios de inclusão e de compartilhamento de experiências do esporte para fidelizar clientes”, resume. E a partir dessa experiência, surgiu para ela a ideia de fazer uma pós-graduação em marketing esportivo.
A partir dessa ideia, ela encontrou o curso da Georgetown. Fez a candidatura e foi aceita em 2016. “Mas em 2016 eu consegui uma vaga para trabalhar nas Olimpíadas no Rio de Janeiro como coordenadora de informações esportivas do basquete. E eu não ia deixar passar essa oportunidade”, conta. Pediu à universidade se poderia atrasar o início de seus estudos até 2017, e obteve resposta positiva.
Como é a candidatura?
Da mesma maneira que não é necessário ir com roupa de academia para o mestrado em esporte, também não há provas físicas para ingresso no curso. “Acho que é bem parecido com o [processo de candidatura] de outros mestrados”, comenta Layana.
Para Georgetown, por exemplo, é preciso preencher um formulário online de candidatura e enviar statement of purpose (uma carta de motivação), duas cartas de recomendação, histórico acadêmico e CV.
Também é necessário comprovar proficiência em inglês para poder ingressar no mestrado. Isso pode ser feito por meio de exames como o TOEFL ou o IELTS, mas Layana conseguiu fazer isso de outra maneira: mostrando os diplomas do seu associate degree e do seu bacharelado, obtidos em instituições estadunidenses.
Como é o mestrado em Esporte?
O curso de gestão em indústria esportiva que Layana fez tinha, como já mencionado, muitas similaridades com um MBA. AS diferenças, na visão dela, vinham de duas particularidades. Primeiro, o fato de que o esporte “tá ligado a emoções, tem um lado emocional muito forte, e um lado de entretenimento”, nas palavras dela. Por isso, a frieza analítica que é muitas vezes essencial num MBA nem sempre se sai tão bem nessa indústria.
A outra particularidade é que “quando você pensa no produto que você oferece, muitas vezes a gente tá falando de humanos”, comenta. E naturalmente, não se pode tratar esse tipo de produto da mesma maneira que outros produtos são tratados.
Dessas particularidades surgem alguns temas interessantes que são tratados no curso. Uma das aulas que Layana conta que mais gostou foi a de CSR, sigla que significa Corporate Social Responsibility, ou “responsabilidade social corporativa”. A ideia é mostrar como as ações da empresa impactam a sociedade, levantar consciência sobre a responsabilidade que isso acarreta, e pensar maneiras de fazer esse impacto ser positivo.
“Isso era algo que eu sempre tinha em mente: usar o esporte como ferramenta de transformação social. Eu mesma comecei jogando basquete em projeto social, e foi a mentoria do meu técnico que me fez abrir os olhos para a oportunidade de estudar fora, e eu fui ser a primeira pessoa da minha família a fazer faculdade, e foi lá fora”, comenta.
Outros pontos positivos
Apesar desse foco do curso, Layana considera que a formação que ele oferece é bem abrangente. Muitas das disciplinas são úteis não apenas para a área de esportes, mas para administração de negócios de maneira geral, em qualquer setor.
E além disso, fazer um emstrado em Esporte no exterior foi para ela uma experiência enriquecedora também pela diversidade de pessoas que ela conheceu. Isso é comum a muitas experiências fora do país, mas esse tema de estudos é, na visão dela, especialmente competente em promover união entre pessoas de países, religiões e etnias diferentes.
Possibilidades de carreira após mestrado em esporte
Com esses aprendizados, o objetivo é que alunos do curso saiam preparados para atuar na indústria esportiva com plena consciência de suas possibilidades e responsabilidades. E trata-se, de fato, de uma indústria multi-bilionária — as oportunidades de atuação, prtanto, são múltiplas.
“Você pode ser técnico, administrador de clube, administrador de time, agente de esportista, empresário responsável por algum atleta, trabalhar na área de vendas de ingressos ou de patrocínios, nos Estados Unidos também é muito forte a área de leis e legislação…” lista Layane.
Além disso, ela lembra que a cada dois anos a indústria é sacudida por eventos de escala global: as olimpíadas e a copa do mundo, alternadamente. E isso gera demanda por profissionais capazes de atuar nesses eventos, tanto na organização quanto na comunicação, marketing digital, vendas, entre outras.
Depois de terminar o mstrado em Esporte em Georgetown em maio de 2019, Layana aproveitou o OPT. Trata-se de uma cláusula do visto de estudante para os Estados Unidos que permite que alunos de ensino superior fiquem no país por mais um ano após o fim das aulas. A ideia é que eles adquiram experiência profissional na área de seus estudos, contribuindo ao mesmo tempo para a economia estadunidense.
Durante esse ano, ela trabalhou em um resort de ski e snowboard na Carolina do Norte durante o período de inverno no hemisfério norte. Em março de 2020, no entanto, devido à pandemia da COVID-19, o resort fechou (aproveitando também o fim do inverno) e Layana voltou para o Brasil, onde conseguiu a vaga de coordenadora de eventos esportivos e competições na Basquete S.A.
As melhores universidades do mundo para estudar Esporte
A seguir, listamos as principais universidades do mundo para quem quer estudar esporte. A lista abaixo é retirada do ranking de melhores universidades por área de estudos elaborado pela QS Rankings.Ela lista as dez melhores universidades na área de “Sports-related Subjects”, ou “temas relacionados a esporte”.
Por isso, e você se interessou pelo tema e também pensa em estudar fora e fazer uma graduação ou mestrado em esporte, as instituições listadas abaixo podem ser um destino interessante para se ter em mente!
Naturalmente, no entanto, estudar fora tem uma série de custos envolvidos. No caso de Layana, ela participou do Programa de Líderes da Fundação Estudar e, com isso, conseguiu apoio financeiro para seus estudos. O programa seleciona anualmente jovens com elevado potencial de impacto social positivo — e você pode ser um deles na edição de 2021!
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Loughborough University
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Reino Unido
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2
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Canadá
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3
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The University of Queensland
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Austrália
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4
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The University of Sydney
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Austrália
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5
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Canada
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6
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University of Birmingham
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Reino Unido
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=7
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University of Alberta
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Canadá
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=7
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University of Copenhagen
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Dinamarca
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9
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Deakin University
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Austrália
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10
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The University of Exeter
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Reino Unido
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