Por Andréa Beer, aluna de MBA em Kellogg
Primeira semana oficial de aula em Kellogg, uma imersão colaborativa e um tanto cansativa….
Já haviam me dito que o início das aulas é intenso, mas minha primeira semana oficial em Kellogg foi mais corrida que o esperado. Basicamente, ficamos na escola das 9 da manhã à meia-noite e nem sempre, ou melhor, quase nunca estávamos tendo aula. Isso porque o calendário de Kellogg é um pouco diferente das outras universidades. Ao invés de iniciar de imediato as aulas do fall quarter (todos os bimestres nos Estados Unidos são divididos pelas estações do ano e agora estamos no outono), eles promovem três semanas de orientação e imersão cultural, social e acadêmica.
Além de aulas do pre-term (estatística e liderança) que começam no fim da primeira semana, o CIM – Complete Immersion in Management – contempla palestras de funcionários e professores de Kellogg sobre a escola, seus serviços, currículo e a metodologia utilizada em sala de aula, palestra de líderes empresariais sobre o impacto de Kellogg em suas carreiras, festas de confraternização, show de stand up comedy e até mesmo uma gincana entre as diferentes turmas ou sections. A “gincana” é, na verdade, o ponto alto da programação desta primeira semana.
Os mais de 600 alunos são divididos em oito sections ou turmas. Em Kellogg, as sections possuem nomes engraçados como big dogs (grandes cachorros), buckets (baldes) ou, no meu caso, highlanders. Sim, highlanders, o guerreiro imortal escocês que fez sucesso nos cinemas em 1986. Highlander é um nome que veio bem a calhar, já que é preciso manter um nível de energia alto para sobreviver à maratona de atividades, que vão desde memorizar o nome das mais de 65 pessoas em sua section até a produzir um show de 10 minutos que inclua música, dança, humor, elementos multiculturais e tudo o mais que sua criatividade e imaginação conseguir idealizar e executar.
É esperado que todos os alunos participem e é aí que a coisa pega, especialmente para estudantes internacionais ou para alunos mais velhos. A tentação de achar a gincana um pouco infantil e decidir participar o menos possível é grande. Fora isso, a semana é bastante cansativa. Eu não só fiquei cansada como também peguei uma gripe – algo tão comum durante o CIM que os alunos a apelidaram de CIM Sars. Mesmo um pouco doente, optei por participar.
E acho que ter participado me ajudou a entender melhor porque a escola optou por este modelo. Primeiro, a competição nivela a turma. Não importa se antes de começar a escola você era o CEO de uma start-up ou um professor, uma cantora ou um exímio nadador, um militar ou uma jornalista. Certamente, sua experiência e seu background serão importantes, mas as atividades nos obrigam a ir além dos títulos e cargos. Afinal, somos todos alunos de Kellogg ou highlanders, poets, buckets, big dogs…. Segundo, após uma semana convivendo mais de 12 horas por dia dentro e fora da sala de aula, estamos mais a vontade um com outro. Não me arriscaria a dizer que já somos melhores amigos, mas certamente criamos um vínculo que pode ou não ser fortalecido durante os próximos dois anos, já que os alunos da mesma section continuam tendo algumas aulas juntos nas matérias obrigatórias, como estratégia e contabilidade. Terceiro, as atividades nos incentivam a praticar a tolerância, a paciência, a criatividade, habilidades essenciais para o trabalho em grupo.
Por fim, após uma semana inteira de atividades, tenho certeza que Kellogg respira seu propósito: liderar por meio da colaboração. Isso também me faz ter certeza de que estou na escola certa, porque esta é justamente uma característica que pretendo fortalecer nos próximos dois anos. Por isso, meu conselho para quem ainda está pensando para quais escolas deve aplicar é tentar entender primeiro o que você quer do MBA e aí assim buscar a melhor escola para o que você está buscando.
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Andréa Beer – Colunista sobre a experiência de cursar um MBA no exterior
Andréa Beer, colunista do Estudar Fora, é jornalista de formação e Relações Públicas por opção. Apaixonada por boas histórias, teve a oportunidade de contar algumas delas na rádio BandNews FM, como repórter, e depois de participar de outras como consultora de Relações Públicas no Grupo Máquina PR. Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, com pós-graduação em finanças pela USP, Andréa também presidiu por dois anos o Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, entidade que reúne jovens investidores do mercado financeiro. Aluna do MBA de Kellogg, colabora com o Estudar Fora contando detalhes da rotina de um MBA internacional. Seu lema é simples: todos os dias são uma oportunidade de fazer a diferença. Com seus posts, espera continuar conectando ideias e pessoas.