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Mudar de área durante a graduação: saiba como é o processo em universidades estrangeiras

Pessoa recostada com um caderno numa mão e uma caneta na outra, com expressão pensativa - mudar de área durante a graduação

Escolher uma área de estudos para a graduação pode ser um desafio. Essa decisão, afinal, tem um impacto imenso na trajetória acadêmica e profissional do estudante no futuro, e é comum que alguns alunos pensem em mudar de área durante os estudos. Mudar de área durante a graduação no Brasil é um processo burocrático que pode envolver transferência de curso ou até que o estudante refaça o vestibular. No exterior, isso é possível também, e é bem mais simples.

“Não houve nenhum procedimento formal que eu precisasse comunicar à universidade. Eu só me matriculei nas matérias e pronto”, conta https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya Leite, analista de investimentos da Valor Capital Group. Ela se formou em Yale em 2019 na área de Econometria e Economia Quantitativa, mas entrou lá em 2015 com a intenção de estudar Engenharia Biomédica.

Mudar de área durante a graduação

Engenharia Biomédica era uma área pela qual https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya se interessava desde o ensino médio, e sempre se imaginou trabalhando nela. Foi com essa ideia que ela fez sua candidatura para Yale, foi aceita e escolheu suas disciplinas para o primeiro semestre.

“A gente tinha muito poder como estudante para montar o nosso currículo, e para não me deixar desorientada a universidade dá um suporte”, comenta. Esse suporte é dado por alunos veteranos, que auxiliam os recém-matriculados a montar sua grade horária. Com auxílio deles, a estudante escolheu disciplinas da Engenharia Biomédica para estudar.

Mas ao fim do primeiro semestre, ela não estava satisfeita. “Com todo o suporte que eu tive, eu consegui ter uma visão bem ampla [de como era a área de atuação], e não era algo que me interessava tanto”, comenta. Por isso, no semestre seguinte, https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya explorou outros campos de estudo, incluindo uma aula de economia.

“Fui fazer aula de economia porque eu gostava bastante de matemática, e eu quis explorar outra maneira de continuar estudando”, diz. Foi uma boa experiência, e ela resolveu seguir estudando nesse ramo. Para isso, contou novamente com a ajuda de professores e veteranos para montar sua grade horária.

https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya Leite em Yale

Requisitos para se formar

Além de não precisar fazer nenhum procedimento formal junto à universidade, https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya ainda conseguiu aproveitar o tempo que passou estudando em outra área para se formar. Os créditos que cumpriu em matérias relacionadas a Engenharia Biomédica também contaram para sua formação na nova área de estudos, graças ao currículo da graduação de Yale.

“Em Yale de maneira geral, para você se formar, você precisa fazer 36 créditos. E via de regra, cada aula é um crédito. Para economia, eu precisava que 12 desses créditos fossem em matérias de economia”, comenta. Os 24 créditos restantes podiam vir de quaisquer áreas — até mesmo os de Engenharia Biomédica que ela já tinha cursado.

Há ainda outro requisito para quem deseja se formar por lá. Cada estudante precisa fazer pelo menos duas aulas em cada uma das seguintes áreas: Ciências, Idiomas, Humanidades e Escrita. Dentro de cada uma dessas áreas, no entanto, podem escolher as aulas que mais lhes interessarem.

Em outras palavras: dos 36 créditos de que https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya precisava para conseguir um major na área que ela queria, quase metade poderia ser de matérias que ela quisesse escolher — mesmo que eles não tivessem nada a ver com economia. É comum que alguns alunos usem esses créditos restantes para conseguir um minor também, mas ela não teve essa opção. “A gente não tem minor e para fazer um double major seria necessário muito mais créditos”, comenta.

E quais são seus planos?

Por um lado, isso dá ao curso uma liberdade que lembra um pouco das escolas de liberal arts. Por outro, pode dar a impressão de que os estudantes não têm muito estímulo para focar em uma determinada área, ou mesmo para se formar num tempo aceitável. Mas https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya garante que esse estímulo existe.

“A gente tem um representante da nossa turma, e todo início de ano a gente tem que reportar para ele o ou ela, para que eles tenham controle do que a gente realmente tá estudando. E no começo do terceiro ano, ao reportar, a gente precisa dizer também qual major pretende conseguir”, explica.

Esse representante, funcionário da própria universidade, ajuda a orientar os estudantes para as áreas e matérias que fazem mais sentido com a atuação acadêmica e profissional que eles pretendem ter no futuro. Ao mesmo tempo, também garante que os alunos estejam no ritmo certo para se formar dentro do período máximo de 4 anos — até é possível ficar 5 anos, mas para isso, segundo https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya, você precisa ter “ótimos motivos”, e até mesmo dizer que você decidiu mudar de área durante a graduação não é suficiente.

Escolha certa

A estudante também conta que sentiu que tinha feito a escolha certa quando, após mudar de área, começou a fazer mais trabalhos em grupo. “Eu via meus amigos no laboratório e ficava feliz de estar onde eu estava”, comenta.

A natureza mais colaborativa dos trabalhos da sua nova área de estudos tinha mais a ver com sua personalidade do que as tarefas mais individuais que ela tinha feito no laboratório. Na hora de procurar emprego, ela também relata que era muito mais fácil achar vagas abertas a alunos internacionais em economia do que nas áreas de engenharia pura.

https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngalya recomenda que estudantes mantenham a cabeça aberta a novas possibilidades sempre. Foi esse tipo de abertura que lhe permitiu mudar de área durante a graduação para um ramo de estudos que a deixou mais satisfeita. “Estar de cabeça aberta em Yale me abriu para um novo mundo que eu não conheceria”, comenta.

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