Home » Preparação » Conheça 3 brasileiros aprovados para bolsas integrais na China (e saiba como conseguir também!)

Conheça 3 brasileiros aprovados para bolsas integrais na China (e saiba como conseguir também!)

Yifu Library, na Tsinghua University

O Schwarzman Scholars é um dos programas de bolsas de estudo mais prestigiosos da China. Todo ano, ele seleciona dezenas de estudantes para realizar pós-graduação na Tsinghua University com tudo pago. E na edição de 2020, três brasileiros foram selecionados!

Os três devem começar seus estudos na Tsinghua University no segundo semestre de 2021. Lá, participarão de um programa de mestrado de um ano de duração, com bolsas que cobrem todo o custo do mestrado, moradia no campus, alimentação e seguro de saúde.

Essa conquista é a culminação de uma série de esforços de cada um deles. A seguir, saiba mais sobre a trajetória de cada um dos três brasileiros selecionados para o programa. E, na sequência, confira dicas de cada um deles para o processo de candidatura!

Eduarda Silva, concluindo o curso de Psicologia na UFPE

Eduarda reside em Itapissuma, no estado do Pernambuco, e estagia no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) da Secretaria de Saúde do município.

Ela teve sua primeira experiência estudando fora no 3º ano do ensino médio, pelo programa Ganhe o Mundo do estado de Pernambuco. “Desde então, fui mordida pelo bichinho de Estudar Fora”, brinca. Em 2018, conquistou uma bolsa para o European Forum Alpbach, e dedicou 2019 a conquistar uma bolsa de pós no exterior.

Ela tinha sido aprovada para um mestrado Erasmus, mas a pandemia atrasou sua graduação. Isso a fez pensar novamente no Schwarzman, sobre o qual ela já tinha ouvido falar. “mas fiquei extremamente intimidada pela lista de documentos e pelo perfil dos últimos aprovados“, comenta A pandemia lhe deu, ao menos, a chance de “pensar com mais calma” na oportunidade. “Felizmente, não deixei a autossabotagem falar mais alto dessa vez”, avalia.

No seu estágio, trabalhando com pessoas em situação de vulnerabilidade, ela percebeu a importância de políticas públicas que atendam essa população. “Diante do quadro de calamidade sanitária em que estamos, minha vontade de estudar e trabalhar na promoção de saúde para populações vulneráveis só aumentou”.

E o fato do programa ser na China foi um dos principais motivadores para a sua candidatura: “entendo a relevância crescente que a China vem conquistando”, diz. “Vi muita intolerância e desinformação surgirem nos últimos meses e, mais do que nunca, acredito na missão do Schwarzman Scholars de construir pontes entre os futuros líderes da China e do mundo”, complementa.

Igor Patrick Silva, jornalista

Igor formou-se em jornalismo pela PUC-MG em janeiro de 2014, e sempre quis fazer uma pós no exterior. “gostaria de uma formação mais alinhada com as habilidades no mercado midiático, já que desde 2015 cubro exclusivamente internacional”, diz.

Começou a se preparar em 2017 com a tradução de documentos e exames de proficiência. Em 2018, conseguiu bolsas tanto da Yenching Academy quanto da Erasmus Mundus Journalism.

“Eu já tinha feito um breve intercâmbio-sanduíche na Universidade de Pequim, cobria China com alguma frequência e esta sempre foi, reconhecidamente, minha maior fraqueza em termos de currículo. Decidi então voltar para lá e me aprofundar em Estudos da China”, comenta.

Leia também: Intercâmbio na China: conheça o ensino da principal economia em ascenção do mundo 

Em março de 2020, Igor voltou ao Brasil e se juntou a amigos no projeto Observa China. Nesse momento, sentiu que precisava de mais conhecimento sobre o país. “O currículo focado em liderança do Schwarzmann tornou-se, portanto, uma escolha natural, conta. Embora não “tivesse muita segurança na aprovação”, Igor foi escolhido e tornou-se o primeiro Yenching Scholar a se tornar também Schwarzman Scholar.

Susana Sakamoto Machado

Formada em Relações Internacionais (RI) pela UNESP em 2019, Susana atualmente trabalha com desenvolvimento internacional, “mais especificamente educação, no terceiro setor”. Ela buscou experiências internacionais desde o ensino médio, como uma maneira de complementar seus conhecimentos do curso de RI e encontrar mais oportunidades profissionais e acadêmicas.

Felizmente, ela encontrou muitas . Participou em 2017 de uma conferência na sede da ONU em Nova York. Ainda durante a graduação, criou uma iniciativa para levar jovens afrodescendentes de baixa renda, com projetos de alto impacto social, para participar dessa mesma conferência. Também trabalhou no setor privado em 2018 e 2019, reformulando o programa de trainees do Magazine Luiza.

Em 2019, fez um intercâmbio na Fudan University, em Xangai. Já tinha ouvido falar do Schwarzman Scholars desde sua experiÇencia em Nova York e, com a conclusão da graduação, decidiu se candidatar. “O processo seletivo (…) é admirável, porque te faz realmente refletir sobre seu momento presente e planos futuros. Ele te propõe um desafio mas também te testa”, avalia.

Estudar na China foi outro fator que motivou Susana a se candidatar. “Queria visitar o interior, e também as grandes empresas de tecnologia. Queria assistir uma aula em uma escola chinesa, queria vivenciar o dia-a-dia de uma start up em Pequim”, conta. A possibilidade de estagiar, viajar pelo país e receber mentoria de profissionais chineses de alto escalão também a interessaram. “Esse lado prático do Programa cada vez mais se tornou fascinante pra mim”, conclui.

Dicas para brasileiros que desejem se candidatar

Eduarda Silva

“Fale sobre o que te move, pelo que você quer trabalhar, fuja das dicas genéricas e fale sobre você abertamente. Não tenha medo de sonhar grande e trasse estratégias para alcançar esses sonhos. Se o caminho não estiver claro, fale isso na inscrição, e diga como o programa pode ajudar você a encontrar esse caminho”.

“Para quem está terminando a graduação e tem pouca experiência profissional: não se intimide e busque refletir sobre experiências da sua vida que demonstram seu perfil de liderança”.

Sobre o processo de candidatura: “Para as três referências, escolhi profissionais com quem e tinha contato diário para que elas fossem pessoais e autenticas.”

“Meu desafio foi deixar todos os enfeites e máscaras que nós tendemos a colocar quando estamos sendo avaliados e falar da minha realidade, da perspectiva de alguém que vem da periferia. Nessa jornada de autoconhecimento que foi a minha application, eu apendi a ser honesta e mostrar o quanto eu tenho a contribuir.  ”

Igor Patrick Silva

“Não seja mecânico, não tente impressionar demais e seja honesto com você mesmo quando escrever suas redações na inscrição. Na remota chance de você mentir/forçar a barra e ainda assim ser chamado para entrevista, você conversará com pessoas muito mais experientes e com faro para esse tipo de candidato”.

Leia também: O chinês vai substituir o inglês? Saiba mais sobre a crescente importância do mandarim 

“Fale sobre coisas que te importam, como o programa faz sentido na sua vida e que impacto você poderia trazer para a sua comunidade ao se formar. Mais do que aprender, a gente precisa urgentemente entender que é preciso multiplicar conhecimento”.

Susana Machado

“Em primeiro lugar, pergunte-se ‘o que me traz brilho nos olhos?’, pesquise sobre o Programa, e reflita se faz sentido com o seu momento e seus objetivos de vida. Quando você tiver tomado a decisão, e tiver pensando sobre as perguntas do application, procure dividir em três eixos suas respostas: como você influencia pessoas; como você impacta o seu país e a sua comunidade; por que o Schwarzman Scholars pode te ajudar a alcançar seus objetivos e como a China se relaciona a eles?”

“O primeiro eixo faz referência ao que eles procuram descobrir lendo suas cartas de referência, tanto a acadêmica quanto a profissional. Já o segundo eixo faz referência ao essay (redação) de liderança – você precisa, de forma concisa e clara, dar exemplos que impactaram as pessoas e transformaram positivamente a situação que se encontravam. Por fim, no terceiro eixo, guie-se pela razão que torna o Programa atrativo para você e elabore sobre seus planos futuros e onde a China se encontra neles.”

“Não se intimide porque muitos alumni (ex-alunos) vêm de Universidades como Harvard, MIT, Oxford, Science Po. Títulos são passageiros. Inclusive, uma das dinâmicas que tive com os demais scholars consistia em uma apresentação de si (um pitch) sem nenhum label, sem mencionar nome de Universidade que estudou, empresa que trabalhou etc”.

“Eu sempre gosto de lembrar de algumas técnicas para entrevista e pitch, como Jornada do Herói, STAR, e sempre estabeleço três coisas que eu gostaria de enfatizar para que a pessoa se recordasse ao dizer meu nome. Entretanto, de qualquer forma, siga sempre seus instintos e não tenha medo de errar, tenha de não tentar. Eu me coloco à disposição no LinkedIn para tirar eventuais dúvidas e dar mais dicas.”

Leia também: as melhores bolsas de estudo com inscrições abertas!

 

O que você achou desse post?

Sobre o escritor

Artigos relacionados

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!

Pular para o conteúdo