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Dicas para ir bem no GMAT (de quem já tirou notas excelentes na prova)

Pessoa estudando em frente a um computador

Quem quer fazer pós-graduação no exterior pode ter que fazer o GMAT, uma prova exigida por mais de 1.500 escolas nos Estados Unidos e na Europa — especialmente na área de negócios. A sua nota da prova é um dos critérios que decidirão se você será admitido ou não ao programa que escolheu; por isso, é essencial saber como se preparar para o GMAT!

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Por isso, conversamos com Lucas Machado, fundador da empresa de educação Ivy Room. Lucas já fez o GMAT duas vezes: da primeira vez, tirou 720 pontos (ficando entre os 6% melhores); da segunda, tirou 750 pontos (e ficou entre os 2% melhores). Como referência, ele cita que a mediana de nota dos que são aceitos na Harvard Business School é 730.

Ele sente que esses bons resultados vieram da preparação específica para o exame que ele fez. Na visão dele, “definitivamente não” é possível tirar uma boa nota na prova só com o que se aprende numa graduação. “Eu sou engenheiro, e achei o GMAT diferente de todas as outras provas de inglês e matemática que já fiz”, comenta. Ele acrescenta que começou a se preparar para o exame com quase um ano de antecedência (tomando por base a data-limite para a sua candidatura).

O que o GMAT cobra?

Segundo Lucas, o exame “cobra uma forma de pensar que é muito particular”. “Ela testa capacidade analítica de interpretar textos, sentenças e identificar nuances em colocações técnicas”, avalia, sobre a parte de entendimento verbal.

Já na área de matemática, ele considera que a prova “quer testar o quão analítico e encadeado é o raciocínio das pessoas”. “[O GMAT] exige velocidade de raciocínio mas, mais do que isso, você tem que ter capacidade de analisar as coisas”, explica.

Para ilustrar esses pontos, ele cita dois exemplos de perguntas do GMAT:

  1. Num time de basquete, há 8 veteranos e 2 jogadores novos. E os 2 jogadores novos não podem estar, ambos, presentes ao mesmo tempo no time que vai para a quadra. De quantas formas é possível montar um time?
  2. Se X e Y são inteiros de tal forma que X³ = 750y², qual o menor valor possível de X*Y?

“Uma coisa que é interessante é que dificilmente, no GMAT, a resposta vem por meio de uma conta ou formula. É quase sempre por meio de raciocínio, e aí que as pessoas se batem, porque são raciocínios muito diferentes do trivial”, diz.

Leia também: Como escrever um essay que conquiste a Harvard Business School 

Dicas para ir bem

Mesmo com essas dificuldades, é possível se preparar para a prova e tirar uma boa nota. Para isso, Lucas oferece a seguir uma série de dicas com base em sua experiência e na de algumas pessoas para quem ele deu aulas preparatórias. Confira:

Ao começar a estudar para o GMAT:

1 – Use os materiais oficiais

Segundo Lucas, os materias oficiais de preparação para o GMAT oferecidos pelo site MBA.com são, de longe, os melhores. Ele usou também o material da Princeton Review, mas não os considerou à altura dos preparativos oficiais.

Além disso, ele afirma também que os simulados oferecidos pelo site oficial são os únicos que usam o mesmo algoritmo que a prova para dar a nota final dos candidatos. “Se você fizer simulado fora do site [oficial], você vai ter uma nota muito diferente da sua nota na prova”, alega.

2 – Não subestime a prova

“Eu já dei aulas para consultores, para gente que trabalha em grandes fundos de investimento… Todo mundo acha que é só dar uma estudada e dá tudo certo. E aí as pessoas tomam pau”, descreve Lucas. Por isso, ele recomenda: não subestime a prova. “É mais difícil do que as pessoas antecipam”, diz.

3 – Não vá sozinho!

Se possível, Lucas recomenda procurar por um professor para ajudar na preparação — e não qualquer professor: “A pessoa tem que ter tirado mais de 740 na prova”. No mínimo, ele recomenda conversar com pessoas que já fizeram o exame para ter uma perspectiva de como é o exame.

“A minha preparação levou 3 ou 4 meses, enquanto eu trabalhava e estudava cerca de 20 horas por semana. Então é possível fazer sozinho, mas se eu pudesse voltar atrás eu teria feito diferente”, comenta. “O GMAT é um péssimo momento para você querer economizar”, complementa.

4 – Tente não focar em como a prova funciona

O GMAT é uma prova diferente também no sentido de que ela vai se adaptando ao seu desempenho, e a nota final é dada com base em uma série de critérios. Mas segundo Lucas, “resolver questões [como forma de estudo] é mais importante do que entender como a prova funciona”. Por isso, ele recomenda não pesquisar muito sobre os mecanismos da prova.

Durante a preparação:

1 – Primeiro entender, depois acelerar

Lucas recomenda dividir sua preparação para o GMAT em duas etapas. A primeira, no começo, envolve conhecer a prova e suas questões. “Saber a matéria, quais são as manhas pra solucionar cada questão, entender como interpretar um texto, qual a matemática que vc tem que aprender”, delineia Lucas. Resumidamente: a ideia aqui é aprender a matéria, sem se preocupar com o tempo.

A preocupação com o tempo vem na segunda parte, depois de uns dois meses de estudo (na perspectiva de Lucas). “Depois de ter aprendido as soluções, é hora de torná-las mais óbvias e automáticas na sua cabeça e buscar agilidade”, diz. No total, ele recomenda resolver mais de duas mil perguntas de prova durante a preparação, para pegar o ritmo.

Leia também: MBA Internacional: como é a experiência e como ela pode impactar sua carreira

2 – Abuse dos simulados

“Uns 20 dias antes de você fazer a prova, é a hora de fazer muitos simulados”, recomenda Lucas. E para cada um recomenda, fazer num esquema de prova, com cronometro e local silencioso. De seis a oito simulados é o número que ele recomenda — mas, quanto mais, melhor.

Isso é importante não só para treinar para a prova, mas também para ter uma ideia da nota que você vai tirar. “Sempre tem uma quedinha no dia da prova, por nervosismo, fazer em outro computador, etc. Mas fazer vários simulados cronometrando ajuda bastante”.

Logo antes da prova

1 – Pesquise o local de prova

Infelizmente, nem todos os locais de prova são iguais. E numa prova como o GMAT, que exige muita concentração, locais barulhentos podem ser prejuciais. Por isso, Lucas recomenda pesquisar o local de prova antes de definir onde vai fazer. No mínimo, ligar para o local para saber se está tudo certo.

Outra dica que ele dá é de visitar o local de prova antes do dia do GMAT. “Ver onde você vai sentar, reconhecer o ambiente para se tornar mais familiar antes da prova, isso pode ajudar a reduzir a ansiedade”, argumenta.

2 – Descanse!

No dia anterior da prova, Lucas sugere desacelerar um pouco: descansar bastante, não estudar, alimentar-se bem e, de maneira geral, ter um dia tranquilo e saudável. “Essas coisas fazem MUITA diferença, porque a prova é exaustiva, exige muito raciocínio. E no dia, também é importante se hidratar bem”, coloca.

3 – A ordem dos fatores altera o produto

O GMAT dá a opção de escolher a ordem das seções na hora de fazer a prova, e segundo Lucas, essa escolha é essencial! Começar pela seção mais importante, na visão dele, ajuda a garantir uma nota melhor na prova, já que o candidato chega a ela mais descansado.

Por isso, ele recomenda resolver a prova na seguinte ordem: Verbal reasoning, Quantitative reasoning, Integrated reasoning, e por último o Analytical Writing Assessment. “Se você tiver uma dificuldade muito aguda, vale a pena mudar essa ordem. Mas tem que ser algo muito agudo. Eu insisto fortemente que as pessoas comecem a prova pelo verbal, porque com certeza o seu percentual de acerto em casa seção muda conforme você faz as coisas”, defende.

4 – Use o break

Finalmente, Lucas lembra que os candidatos que fazem o GMAT têm direito a uma pausa de 8 minutos no meio do exame. E por mais que haja a vontade de encerrar a prova rápido, ele considera que o ideal é aproveitar essa pausa. “Não usar é um tiro no pé, porque aí você chega no fim da prova praticamente morto”, conclui.

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