Dados publicados pelo Sci-Hub, uma biblioteca digital que disponibiliza gratuitamente milhões de artigos científicos e livros acadêmicos, mostram que o Brasil é o 3° país que mais utiliza a plataforma. Os números revelam que países que têm universitários com menos acessos às bibliotecas digitais gratuitas tendem a usar mais a plataforma.
De acordo com o Sci-Hub, os chineses são os que mais utilizam o site, e alcançaram cerca de 30 milhões de downloads somente em no último mês. A China ficou com uma distância considerável do segundo lugar, ocupado pelos Estados Unidos, que realizou 13 milhões de downloads. No último mês, o Brasil passou a França e alcançou o 3° lugar, com pouco mais de 4.9 milhões, enquanto os franceses, na 4ª posição, fizeram cerca de 4.3 milhões.
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O Sci-Hub é motivo de debate entre os acadêmicos. Alguns consideram a plataforma um exemplo da ideia de educação universal e democratização do conhecimento. Já, outros, a veem como um site ilegal, uma vez que os textos do acervo não possuem autorização de publicação e burlam as regras de direitos autorais.
O que os dados mostram
Os dados sugerem que pesquisadores de grandes países mas que as universidades possuem deficit de recursos e, consequentemente, disponibilizam menos assinaturas pagas em bibliotecas digitais para os estudantes, tendem a usar mais o Sci-Hub.
De acordo com o cientista de dados da Universidade de Praga, em entrevista para o jornal Nature (disponível aqui), “a América Latina não é uma região onde os cientistas desfrutam de remuneração competitiva em comparação com outras, a maioria das instituições carece de recursos para pagar serviços baseados em assinatura, como os fornecidos por grandes editoras”.
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Entre os países latinos, além do Brasil, o México e a Colômbia apareceram entre os 20 países que mais utilizam o Sci-Hub, com, respectivamente, 750 mil e 375 mil downloads em fevereiro.
China e Estados Unidos
O primeiro lugar ocupado pela China e com tanta distância para os Estados Unidos soou estranho para alguns profissionais da área. Ambos países disputam a posição de maior potência econômica mundial há alguns anos, espaço ocupado hoje pelos EUA. Entretanto, o país tende a perder a posição de maior do mundo para os chineses nos próximos anos.
Essa disputa entre potências acontece também no meio acadêmico. A China tem, nos últimos anos, colocado um número cada vez maior de universidades entre as melhores do mundo. Entretanto, até o momento, os Estados Unidos tem a maior parcela de instituições de ensino superior entre as melhores do mundo e ocupa a posição de maior potência científica como larga vantagem.
