Por Andréa Beer, aluna de MBA em Kellogg
Apesar do sentimento de estar perdendo algo relevante ainda estar forte, o chamado FOMO, aos poucos minha vida começa a voltar ao normal. Por normal, quero dizer que finalmente consegui estabelecer uma rotina. O segredo é priorizar e não estressar muito se você não está acompanhando uma disciplina ou a agenda de um clube como gostaria.
Às vezes, ainda marco dois eventos para o mesmo horário, mas, como tenho um calendário, rapidamente descubro que há um conflito e aí decido qual me interessa mais naquele momento. Uma 00M-651 regra simples é escolher o que não terei oportunidade de ver de novo. Ontem, por exemplo, a CEO da Mondelez, Irene Rosenfeld, participou de uma bate-papo com a reitora Sally Blount. Irene esteve por trás dos principais movimentos estratégicos da Kraft nos últimos anos, tendo liderado este ano a separação da Kraft em duas companhias: a Mondelez, antiga divisão de guloseimas com foco no mercado internacional, e a Kraft Food, que engloba as marcas da divisão de mercearia da América do Norte (bebidas, queijos e refeições prontas). O split ocorreu em agosto e é um dos assuntos mais quentes do
E20-097 momento, por isso não podia deixar de assisti-la.
Outro critério é balancear o tempo dedicado a cada um dos meus interesses. Hoje, por exemplo, fui no primeiro evento profissional para latino-americanos. Já tínhamos feito um churrasco com os brasileiros (estamos em 18, apenas no meu ano!!!), mas ainda não havia conseguido ir nos eventos mais oficiais. Como quero manter meus laços com a região, pretendo participar ativamente do clube. A ideia não é apenas reforçar meu networking, mas também aumentar a visibilidade da escola na América Latina e o conhecimento dos alunos de Kellogg sobre a região.
Os clubes também ajudam bastante no processo de recrutamento. Pois é, nem bem começamos a estudar e o foco já estar em voltar para a labuta. Na realidade, grande parte dos alunos escolheu um MBA porque quer mudar de emprego, de carreira, de indústria ou mesmo porque quer trabalhar em outro país. E a preparação para esta transição vai muito além das aulas. As escolas oferecem centros de carreiras – CMC, no caso de Kellogg – onde você pode fazer desde uma simples revisão de currículo até simular uma entrevista, as chamadas MOCKs interviews, ou mesmo fazer uma sessão com um coach para te ajudar a entender qual caminho seguir na sua vida profissional.
As empresas também recrutam no campus e, para aquelas que não o fazem, você pode encontrar facilmente um ex-aluno que trabalha na empresa por meio do diretório de alumni e usá-lo como fonte para conseguir entender se a empresa contrata ou não alunos de MBA durante o verão. O processo de recrutamento começa entre novembro e pode ir até maio em alguns casos. Consultorias e mercado financeiro, por exemplo, começam cedo, já marketing tem um processo mais tardio.
Para muitos brasileiros, o processo já começou. Neste fim de semana, estivemos em Nova Iorque para o MBA Brazilian Networking Event. Basicamente, os alunos de Columbia, Kellogg, MIT Sloan, NYU Stern, Tuck e Wharton organizam há três anos uma conferência para que empresas que operam no Brasil possam conhecer e iniciar o processo de recrutamento de MBA, para brasileiros e internacionais, seja para o summer internship – estágio de verão que grande parte dos alunos do primeiro ano faz entre junho e agosto, seja para o full time – posições de gerência para alunos que terminam o MBA no ano que vem.
Além da oportunidade de conhecer mais de perto empresas como Itaú Unibanco, J&J, BRF e Natura, também é bacana entrar em contato com alunos de outras escolas, não só das que organizam o evento, mas também de outras como Ross, Emory, UNC, entre outras.
Outro upside é já começar a treinar seu discurso e entrar no ritmo para o recrutamento no campus. Geralmente, as empresas norte-americanas têm um processo bem mais intenso e diferente do que estamos acostumados na América Latina. Escrever cartas de apresentação em um primeiro momento e e-mails de agradecimento são um “must do” aqui na terra do Tio Sam. Mesmo que você não esteja recrutando, todo este aprendizado sobre networking pode te ajudar e muito na sua carreira futura.
Bom, comecei este post dizendo que tinha superado o FOMO, mas depois de descrever minha última semana, acho que na verdade apenas aprendi a lidar com ele. Como sempre digo, keep calm and carry on!
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Andréa Beer – Colunista sobre a experiência de cursar um MBA no exterior
Andréa Beer, colunista do Estudar Fora, é jornalista de formação e Relações Públicas por opção. Apaixonada por boas histórias, teve a oportunidade de contar algumas delas na rádio BandNews FM, como repórter, e depois de participar de outras como consultora de Relações Públicas no Grupo Máquina PR. Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, com pós-graduação em finanças pela USP, Andréa também presidiu por dois anos o Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, entidade que reúne jovens investidores do mercado financeiro. Aluna do MBA de Kellogg, colabora com o Estudar Fora contando detalhes da rotina de um MBA internacional. Seu lema é simples: todos os dias são uma oportunidade de fazer a diferença. Com seus posts, espera continuar conectando ideias e pessoas.