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Saiba quem foi César Lattes, o nome por trás da plataforma para acadêmicos

César Lattes

O Lattes é uma base de dados integrada com informações sobre acadêmicos, grupos de pesquisa e projetos de todo o Brasil. O sistema reúne CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), FAPESP (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e outros órgãos ligados ao Ministério de Ciência e Tecnologia. 

Fundamental para pesquisadores e docentes, a plataforma que agiliza modalidades de fomento e abarca currículos acadêmicos foi batizada em homenagem a César Lattes, físico brasileiro e descobridor do méson-π. O professor, aliás, foi um dos criadores do CNPq e seus estudos são considerados fundamentais para o desenvolvimento da física atômica no Brasil. A seguir, saiba mais sobre a vida e a trajetória profissional do cientista, que morreu em 2005.

César Lattes estudante

Filho de imigrantes italianos, o físico nasceu em Curitiba, em 1924. Foi na capital paranaense que ele cresceu e iniciou os estudos. Na adolescência, Lattes se mudou para São Paulo e estudou no tradicional colégio Dante Alighieri.  Já no ensino superior, ele ingressou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 

Na USP, Lattes estudou Matemática e Física. Nesta última se destacou, tendo chamado atenção do professor Gleb Wataghin, então responsável pelo departamento. 

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Mais tarde, ele estudou, na Bolívia, os raios cósmicos. Depois, foi para a Inglaterra e trabalhou no Laboratório da Universidade de Bristol, dirigido pelo físico britânico Cecil Powell. 

Descoberta do méson pi

Foi na Inglaterra que Lattes teve os primeiros indícios do que viria a ser sua mais proeminente descoberta. Os átomos são formados por elétrons e núcleos contendo carga positiva (prótons) e negativa (nêutrons). O que se pretendia descobrir nos anos 1940 era como prótons e nêutrons se prendiam uns aos outros para formar os núcleos. Não se tratava de uma força elétrica, porque as energias eram opostas. Portanto, outro tipo de força era necessária.

Em paralelo às pesquisas sobre o tema, Lattes se debruçava sobre as pesquisas envolvendo raios cósmicos. Ele havia registrado, em chapas fotográficas na Bolívia, a trajetória das partículas que se originavam destes raios. A observação revelou o méson pi como sendo uma nova partícula atômica. O brasileiro descreveu sua descoberta em um artigo na famosa revista Nature, em 1947.

Fundação de instituições importantes

César Lattes ganhou o título de Doutor Honoris Causa, com apenas 23 anos. Em 1949, César Lattes cofundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, que também dirigiu. Anos depois, a instituição passou por uma transição para o que viria a ser o CNPq. Antes, ele havia trabalhado na Universidade de Berkeley e recusado um convite para a Universidade de Harvard, o qual recusou porque, segundo uma entrevista que concedeu na época, queria “melhorar o Brasil”.

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O cientista foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador emérito e da Universidade Estadual de Campinas. Integrou a Academia Brasileira de Ciências, a União Internacional de Física Pura e Aplicada, o Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos e as Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física.

Prêmios em homenagem a César Lattes

O físico recebeu, no Brasil, o Prêmio Einstein, de 1950; o Prêmio Fonseca Costa, do CNPq, em 1958, a Medalha Santos Dumont em 1989; a medalha comemorativa dos 25 anos da SBPC e placa comemorativa dos 40 anos da mesma sociedade. Ele também foi cotado para receber o Nobel em três ocasiões, sendo que a principal delas foi pela própria descoberta do méson pi. Lattes só não foi agraciado porque o prêmio foi concedido a Cecil Powell, já que, até 1960, somente o líder da equipe pesquisadora vencedora poderia ganhar o Nobel.

Em 2021, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados brasileira entregou, pela primeira vez, o Prêmio César Lattes. Criada pelo deputado Aliel Machado (PSB-PR), a condecoração homenageia personalidades e entidades que se destacaram na defesa e na promoção da ciência, da tecnologia e das inovações. Um dos vencedores foi o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.

 

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