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O que é STEM? Entenda os significados e origens do movimento

Ana Moraes - 09/08/2024
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A sigla STEM é um acrônimo em inglês para “Science, Technology, Engineering and Maths” (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Originalmente, refere-se a uma abordagem interdisciplinar de educação que envolve as quatro grandes áreas, mas também é utilizada para caracterizar cursos ou programas que se encaixam nas disciplinas. Para explicar melhor as origens e significados desse termo tão popular, o Estudar Fora conversou com Gustavo Pugliese, doutor em educação pela USP e especialista em STEM Education. Leia abaixo:

O que é STEM?

“Parte da confusão sobre o termo acontece porque não há uma definição única. É um movimento que vai tomando várias formas e evoluindo ao longo do tempo”, explica Gustavo. Se pensarmos em STEM apenas como um conjunto de disciplinas, é possível citar diversos cursos que se encaixam na sigla: engenharias, matemática, física, biologia, química, estatística, ciência da computação, astronomia e muitos outros. 

Um estudante que faz faculdade de ciência da computação, por exemplo, pode dizer que está fazendo um curso STEM, mas o currículo do programa não necessariamente segue as diretrizes propostas pelo modelo educacional STEM. Por isso, Gustavo defende que o conceito deve ser entendido como um movimento, não como uma metodologia única.

“O STEM não é metodologia que foi criada de uma só maneira, por uma só pessoa e que segue uma fórmula. Não existe um único currículo, existem vários”, contextualiza.

O especialista conta que o termo nasceu como uma concepção de ensino nos Estados Unidos entre o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000. “O mundo estava vivendo um novo cenário com o surgimento da indústria de tecnologia. O mercado precisava de mais engenheiros, mais cientistas, mais programadores”, diz. 

Se há a necessidade de mais profissionais de determinados setores, um dos caminhos é investir em um modelo educacional que enfatize áreas específicas. Assim, o STEM Education despontava com a ideia de reformular currículos do ensino básico, propondo atividades práticas que envolvessem várias áreas do conhecimento juntas. 

Desafios em STEM

Um dos pilares que guiam a educação STEM é a interdisciplinaridade. E é também um dos maiores desafios, já que requer formação de professores e disponibilidade de tempo e de recursos.

Gustavo identifica que o fracasso de alguns programas STEM acontece justamente porque há uma dificuldade de troca com áreas criativas e artísticas. “O STEM não é sobre exaltar determinadas áreas em detrimento de outras”, afirma. 

Os programas também falham quando reforçam desigualdades e estereótipos de gênero. Um exemplo disso é a dificuldade em atrair mulheres, cenário que vem mudando pouco a pouco. Atualmente, Gustavo trabalha como consultor da Unicef no programa The Game Changers Coalition, que ensina meninas a desenvolverem seus próprios games. 

“É um projeto STEM que tem dado muito certo. Elas recebem uma boa base de ciência, tecnologia, artes e engenharia. Para fazer os games, as meninas conseguem ligar verdadeiramente todas essas áreas”, relata.

A integração entre disciplinas que Gustavo descreve é um indicador de sucesso não só de programas STEM, mas também de profissionais que querem seguir carreira na área. “As oportunidades de bolsas e empregos internacionais não são para pessoas que saibam só programar, por exemplo. Quem está se saindo bem consegue reunir vários tipos de conhecimento, de várias áreas”, diz. 

Voltamos à questão inicial: cursar uma graduação em ciência da computação pode até enquadrar um estudante em uma área STEM, mas não garante a aplicação de uma metodologia STEM, que prioriza a interdisciplinaridade e forma profissionais críticos, que sabem resolver diversos problemas. Gustavo finaliza: “As universidades e empresas estão buscando pessoas que consigam olhar para uma questão técnica de maneira integrada à sociedade, causando impacto cultural, ambiental e social”.

Iniciativas em universidades internacionais

Se você pensa em seguir um programa STEM em uma universidade internacional, já pode se preparar conhecendo recursos e iniciativas que essas instituições oferecem. Listamos algumas abaixo:

A iniciativa Education and STEM Outreach, da Universidade Stanford, conecta professores, alunos e pós-doutorandos de Stanford com jovens, professores, organizações sem fins lucrativos e a comunidade em geral com os objetivos de aumentar a participação e a inclusão nas áreas STEM.

Leia também: Ranking QS: Veja quais são as melhores universidades do mundo em cada disciplina

A Universidade Harvard oferece Workshops voltados especificamente para alunos STEM, incluindo tópicos como estratégias eficazes de estudo para matemática e ciências e avaliação de compreensão. Em sua página dedicada a alunos da área, a universidade dá uma dica valiosa: Reconheça que o sucesso em STEM exige abandonar as práticas de aprendizagem passivas, nas quais o instrutor fornece informações que você anota e depois replica nos exames”. 

O MIT, melhor universidade do mundo nas áreas de engenharia e tecnologia, tem múltiplos projetos. Um deles, o MIT+K12 Videos, produz séries, workshops e eventos de divulgação para promover a alfabetização STEM e abrir as portas para o MIT para jovens. Além disso, a instituição tem uma página completa com recursos indispensáveis para quem se interessa por ciência, tecnologia, engenharia e matemática. 

Já o STEM Careers, da Universidade Oxford, foi projetado para criar oportunidades para que alunos do ensino médio adquiram conhecimentos e habilidades que possam impulsioná-los em uma carreira STEM. Isso é feito através de workshops, programas de férias e cursos gratuitos.

Oportunidade de bolsas em tecnologia

O Estudar Fora e a Fundação Estudar abriram as inscrições para o Tech Fellow 2024, um programa de bolsas exclusivo para brasileiros e brasileiras na área de tecnologia que desejam revolucionar o setor e fazer graduação nas melhores universidades do Brasil e do mundo.

Além do auxílio financeiro, o Tech Fellow também oferece mentoria, apoio individual e personalizado, acesso à cursos e eventos exclusivos e a uma comunidade de profissionais da área de tecnologia. O objetivo do programa é fomentar a comunidade de talentos brasileiros incentivando uma formação de qualidade para criar profissionais que tragam para o país as revoluções tecnológicas que o Brasil precisa. As bolsas contemplam de 5% até 95% do valor total solicitado pelos estudantes. Inscreva-se aqui!

A edição 2024 do programa apresenta uma nova iniciativa: além das vagas de ampla concorrência, o Tech Fellow oferece as “Bolsas Roxas”, focadas em perfis diversos. Por meio da parceria entre Fundação Estudar e Nubank, serão contempladas pessoas de grupos sub-representados, como pessoas negras, em situação de vulnerabilidade social, LGBTQIAPN+, mulheres e residentes das regiões Norte e Nordeste.

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Sobre o escritor

Ana Moraes
Jornalista e editora do Portal Estudar Fora. Entre em contato pelo e-mail [email protected].

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