Em outubro de 2024, a Fundação Estudar promoveu um Hackathon online que reuniu jovens de 14 a 18 anos interessados em usar a tecnologia para desenvolver soluções criativas. O Hackathon é uma competição em que equipes multidisciplinares de TI competem para desenvolver a melhor solução tecnológica para o desafio proposto pela organização do evento. Essa atividade é especialmente interessante para quem busca experiências extracurriculares para enriquecer o currículo, como, por exemplo, para estudar no exterior.
A programação foi dividida em dois momentos: uma semana de preparação com conteúdos online, incluindo workshops e lives, seguida da competição principal. Durante o evento, equipes de todo o país trabalharam para criar projetos inovadores, desenvolvendo soluções tecnológicas para desafios de suas comunidades locais, sempre alinhados a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Veja abaixo os integrantes das equipes vencedoras das duas categorias e, depois, um pouco sobre a experiência e os projetos de cada grupo:
Categoria Geral
1º Lugar – Axiom
Equipe: Heitor Borim Szabo, Pedro Ferreira de Souza, Thiago Riciatte Pereira, Wilson Rozin Gomes Martins
2º Lugar – Trojan Minds
Equipe: Gisele Ramos dos Santos Silva, Henrique de Oliveira Melo, Maitê Nascimento de Paula Silva, Mateus Almeida Oliveira
3º Lugar – Sample Text
Equipe: Gabriel Neves Siqueira, Ícaro Silva da Rosa Linck Fróes, Luan Henrique Evangelista, Maria Luisa Pimenta Bastos Berbert, Pedro Eduardo Roel
Categoria Institutos Federais
1º Lugar – Programação Orientada a Gambiarra
Equipe: Carlos Alberto Martins Antunes, Danilo Gameleira Dias, Eduardo de Oliveira Silva, Ivan Vitor Dias de Oliveira, Nailton dos Reis Maciel
2º Lugar – Hackíticos
Equipe: André Mariano Dallapiccola, Gabriel Figueiredo França Garcia, João Vitor Porto Lorencini
3º Lugar – Os Calvos
Equipe: André Henrique Araújo da Silva, Kleber Emanuel Ribeiro da Silva, Osean Pinto Cordeiro do Nascimento, William Kramer Santos da Luz
Projetos vencedores do Hackathon 2024
1º Lugar Geral – Axiom
A equipe Axiom brilhou com o Workonnect, um aplicativo que conecta trabalhadores autônomos a clientes. “Nosso objetivo foi resolver um problema recorrente: a dificuldade de encontrar profissionais confiáveis e, ao mesmo tempo, proporcionar visibilidade para trabalhadores que enfrentam desafios na conquista de clientes”, explicam os integrantes.
O aplicativo funciona como uma ponte entre trabalhadores e clientes, oferecendo funcionalidades como criação de perfis, geolocalização, sistema de avaliações e até incentivo para trabalhadores se cadastrarem como Microempreendedores Individuais (MEI), garantindo maior formalização e benefícios trabalhistas. Os trabalhadores podem criar perfis e detalhar suas habilidades, enquanto os clientes conseguem buscar profissionais por proximidade, além de criar e ler avaliações. “Ele foi pensado para ser uma solução inclusiva, tanto para trabalhadores quanto para clientes”, comentam.
Para desenvolver o protótipo, a equipe utilizou o Figma e o MIT App Inventor, priorizando a usabilidade e a funcionalidade. Além disso, houve a preocupação em oferecer um design acessível para todos os tipos de usuários. Apesar dos desafios impostos por vestibulares e provas escolares durante a competição, os participantes destacam a superação como um aprendizado único: “O hackathon foi recompensador, não só pelo prêmio, mas por vivenciarmos o processo de transformar uma ideia em algo útil para a sociedade”, afirmam.
2º Lugar Geral – Trojan Minds
A equipe Trojan Minds apresentou o Sentinela, um sistema de monitoramento de níveis de água para prevenir enchentes urbanas. A solução utiliza sensores ultrassônicos para medir os níveis de água em bueiros e córregos, além de sensores de umidade que ampliam o diagnóstico das condições. Esses dados são transmitidos para uma plataforma online que facilita tanto o trabalho de equipes de reparação quanto o acesso do público a informações preventivas.
O desenvolvimento do projeto foi um exercício de colaboração. “Cada integrante desempenhou um papel indispensável”, explicam os membros. Para organizar o trabalho e garantir eficiência, as tarefas foram divididas entre os integrantes: o design, criado no Figma, foi concebido por Gisele; a programação do software web ficou sob os cuidados de Henrique e Mateus; e a documentação, tanto do vídeo quanto dos slides, foi elaborada por Maitê. “A sinergia foi essencial, mesmo trabalhando online. Conseguimos unir diferentes habilidades para criar algo com potencial de impacto real”, relatam.
O grupo enfatiza o aprendizado proporcionado pela experiência: desde a exploração de novas tecnologias até a oportunidade de colaborar de forma intensa e sob pressão. Para eles, o hackathon foi um marco no desenvolvimento de competências técnicas e interpessoais. “O Sentinela é uma solução prática para enfrentar desafios urbanos e reflete nossa dedicação em criar algo alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Saímos do hackathon orgulhosos e com novos aprendizados para a vida”, contam os integrantes, já planejando como levar o projeto além do protótipo.
3º Lugar Geral – Sample Text
Com foco em saúde animal, o grupo Sample Text desenvolveu o VivaPet, uma inteligência artificial voltada para o cuidado de pets. A ferramenta oferece suporte em rotinas, problemas básicos de saúde e primeiros socorros, armazenando dados relevantes de cada animal, como histórico de peso, idade e condições anteriores.
“A IA foi projetada para ser uma assistente, não um substituto de veterinários. Ela pode ajudar com diagnósticos simples e recomendar visitas ao profissional quando necessário”, explicam os integrantes. O sistema foi desenvolvido com a API da OpenAI e integra funcionalidades que conectam usuários a um banco de dados robusto e personalizável.
Trabalhar com colegas desconhecidos até então foi um dos desafios mais enriquecedores para a equipe. “Nos conhecemos apenas um dia antes da competição, e isso tornou o processo ainda mais único. A colaboração e o aprendizado técnico foram além do que esperávamos. Além disso, a oportunidade de desenvolver algo que pode melhorar o cuidado com os pets nos deixou extremamente motivados”, afirmam. Para o grupo, o hackathon também reforçou a importância de criar soluções tecnológicas que impactem positivamente a relação entre humanos e seus animais de estimação.
1º Lugar IFs – Programação Orientada a Gambiarra
A equipe conquistou o primeiro lugar com seu projeto inovador de módulos de agricultura vertical, voltados para espaços urbanos. Os módulos foram projetados para serem fabricados com materiais recicláveis, o que reduz custos e torna a solução acessível para todos. Equipados com sensores baseados em Arduino Uno, uma placa de desenvolvimento, os módulos monitoram dados como umidade e temperatura, conectando-se a um aplicativo desenvolvido pela equipe. Esse app permite aos usuários acompanhar as condições de cultivo em tempo real e gerenciar vários módulos simultaneamente.
“O projeto surgiu ao observarmos a realidade do município onde estudamos, São Raimundo Nonato, que enfrenta a falta de espaços verdes e baixo incentivo à agricultura”, contam os integrantes. A proposta promove a produção de alimentos orgânicos e busca fortalecer o mercado regional enquanto aproxima as comunidades através da tecnologia. Além de monitorar os cultivos, o aplicativo funciona como uma rede social para agricultores urbanos. Nele, os usuários podem compartilhar suas experiências, interagir com outros produtores e até comercializar seus produtos.
A experiência de desenvolvimento, segundo o grupo, foi transformadora: “A vivência foi totalmente nova para todos os integrantes. Além de adquirir novos conhecimentos técnicos, tivemos a oportunidade de vivenciar conceitos importantes como trabalho em equipe e colaboração”, concluem.
2º Lugar IFs – Hackíticos
O grupo Hackíticos trouxe inovação ao abordar um tema pouco explorado: o consumo de insetos. Com o projeto Crawley Connect, eles criaram um site que apresenta as vantagens nutricionais dessa prática e inclui receitas que utilizam insetos como substituto proteico ou alternativa para farinha de trigo.
“O projeto tem como objetivo mudar a visão sobre o consumo de insetos, que em nossa sociedade ainda é visto com maus olhos”, dizem. A criação do site incluiu uma API de receitas, além de uma interface funcional e intuitiva, desenvolvida sob pressão de tempo.
Os participantes da equipe também falaram sobre como os workshops da semana de preparação foram essenciais para expandir seus conhecimentos. “Foi uma semana bem instrutiva, já que acabamos conhecendo algumas ferramentas interessantes. O que foi mais útil, ou pelo menos o que achamos mais interessante para o nosso grupo, foi o workshop sobre desenvolvimento mobile. Como trabalhamos mais com o desenvolvimento web, foi divertido saber como funciona a criação para mobile, além de conhecer algumas ferramentas para isso”, relatam.
3º Lugar IFs – Os Calvos
A equipe Os Calvos apresentou o Limpaki, uma plataforma inovadora para otimizar a limpeza urbana. Por meio de marcações em mapas, o sistema organiza a coleta de lixo e promove a reciclagem de maneira eficiente.
Com base nos tópicos da Agenda 2045, a equipe realizou uma votação interna para selecionar os mais relevantes. A partir disso, levantaram os requisitos do projeto, definiram as tecnologias a serem utilizadas, desenvolveram o protótipo e gravaram o vídeo de apresentação.
“A experiência foi excelente para entender como funciona uma hackathon, além de desenvolvermos as habilidades de trabalho em equipe e construção de projetos”, comentam.
