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‘Não posso me contentar em ser a única a chegar lá’, diz primeira brasileira a ganhar uma bolsa Rhodes

A Líder Estudar Luiza Vilanova, graduada magna cum laude pela Universidade Columbia em 2024, foi recentemente nomeada Rhodes Scholar de 2025, prestigiada bolsa de estudos para estudar na Universidade de Oxford. Ela, que recebeu apoio da Fundação Estudar para estudar em Columbia, em Nova York, agora se prepara para dar seguimento aos estudos no Reino Unido. Luiza, que viveu boa parte da vida em Goiânia, tornou-se a primeira cidadã brasileira a receber essa bolsa – o que torna sua conquista ainda mais notável. Em Oxford, ela planeja cursar um mestrado em Políticas Públicas e um M.Sc. em Educação Comparada e Internacional. 

Apesar das diversas conquistas acadêmicas, a jovem de 22 anos é movida por sonhos que vão além dos diplomas: “Meu objetivo é garantir que outras crianças e jovens, assim como eu, tenham as ferramentas para superar as barreiras que enfrentam e alcançar seu pleno potencial”, afirma. Com uma trajetória marcada pelo impacto social, Luiza quer continuar a utilizar seu conhecimento para transformar a vida das pessoas ao seu redor.

Fundação do Tocando em Frente

“Aos 13 anos, minha avó paterna se casou pela primeira vez. Quando alcancei essa mesma idade, eu já sonhava em transformar o mundo”, reflete a jovem. Luiza viu de perto as desigualdades que limitam o acesso à educação e as oportunidades, o que moldou sua determinação em criar soluções concretas para jovens em situação de vulnerabilidade. “Essa realidade me deu não apenas resiliência, mas também a consciência de que ocupar espaços de prestígio, como a Universidade Columbia e a bolsa Rhodes, é um privilégio que precisa ser compartilhado”, acrescenta.

Foi essa visão que levou Luiza a fundar, em 2021, a organização social Tocando em Frente, que busca combater a evasão escolar em comunidades rurais brasileiras. Como CEO, ela expandiu o projeto para impactar mais de 11 mil crianças em 19 estados brasileiros e em outros sete países. O trabalho da organização combina atividades extracurriculares inovadoras com o fortalecimento de habilidades socioemocionais, criando uma experiência escolar mais envolvente e inclusiva.

De acordo com Luiza, a evasão escolar em comunidades interioranas é agravada pela falta de engajamento dos alunos e pelas altas taxas de ausência. “Nosso principal desafio foi criar um currículo inovador e acessível que tornasse a escola mais atraente para os alunos, combatendo a falta de engajamento”, explica. Dados do projeto mostram um aumento significativo no engajamento dos estudantes e uma redução expressiva no número de faltas nas escolas atendidas.

Além disso, a abordagem do Tocando em Frente prioriza o desenvolvimento integral dos alunos: “Acreditamos que, ao trabalhar habilidades como empatia, resiliência e comunicação, não apenas prevenimos problemas de saúde mental, mas também criamos um ambiente escolar mais acolhedor e inspirador”, destaca.

Perspectivas e futuro

Durante sua graduação em Ciências Políticas e Educação, Luiza conduziu pesquisas sobre financiamento de campanhas e liderança feminina, aprofundando-se nas desigualdades estruturais que afetam tanto a educação quanto a representação feminina em posições de poder. “Estudos mostram que a exposição a líderes mulheres pode transformar as aspirações de meninas, impactando diretamente seu desempenho educacional e suas escolhas profissionais”, comenta.

Luiza acredita que a educação deve ir além do currículo tradicional para inspirar novas possibilidades. No Tocando em Frente, ela implementou atividades que apresentam modelos de liderança diversos, encorajando jovens de comunidades periféricas a romper com limites impostos por expectativas sociais.

Já como membro do Conselho Internacional de Jovens da UNICEF, Luiza trabalhou em iniciativas relacionadas à saúde mental de jovens. “Questões como bullying, evasão escolar e falta de engajamento dos alunos estão profundamente enraizadas na ausência de habilidades socioemocionais e no pouco suporte emocional oferecido pelas escolas”, observa. 

Em Oxford, Luiza planeja aprofundar seus conhecimentos em metodologia e mensuração de impacto para aprimorar as iniciativas do Tocando em Frente. Além disso, ela busca desenvolver soluções que possam ser replicadas em outros contextos, promovendo equidade e oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade.

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