Se você valoriza aprender alguma coisa nova sempre, acredita em trabalhos flexíveis e que realização profissional é sinônimo de trabalho com paixão, você é um deles. A Geração Y, que representa a atual geração jovem (nascidos entre os final da década de 70 e os anos 80) , já soma hoje 2.3 bilhões de inquietos, apaixonados e “tech-savvy” no mundo. Vivendo em um cenário de economia criativa, de constante criação de novas profissões e formas de trabalho, como estudar fora pode contribuir?
As universidades do exterior (principalmente nos Estados Unidos) estão mais à frente quando o assunto é se encaixar nos desejos e características da Geração Y. Enquanto no Brasil um jovem de 17 anos precisa decidir antes de entrar na faculdade qual carreira irá seguir, em outros países essa escolha pode ser mais flexível, gradual e assertiva.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a filosofia de ensino de Liberal Arts permite ao estudante ter uma formação multidisciplinar e experimentar várias matérias antes de escolher qual será o seu major, ou seja, seu curso foco na graduação. E essa decisão só é tomada ao final do primeiro ano da faculdade. Isso dá a você a chance de experimentar várias possibilidades de cursos e analisar com mais embasamento qual gosta mais e pretende seguir. Além disso, existe a possibilidade de se graduar com um minor (uma espécie de graduação secundária) ou um double major (algo como graduação em dois cursos). Ou seja, você sai mais preparado para ter uma carreira dinâmica, caso queira.
Somado a essas oportunidades, estudando fora você poderá aproveitar a vida no campus e participar dos vários clubes e associações para desenvolver múltiplas habilidades. Segundo a especialista, Sandra Betti, diretora da consultoria MBA empresarial, a experiência de Estudar Fora traz ao jovem competências que serão essenciais para o desenvolvimento profissional dele, seja como empreendedor, funcionário de uma empresa ou autônomo. “É incrível como você exercita flexibilidade, adaptabilidade e jogo de cintura ao estudar em outro país. E essas são algumas das competências mais importantes para alguém ter sucesso na carreira atualmente”, afirma Sandra.
Tudo isso sem falar na experiência internacional em si. A pesquisa NextGen: a global generational study, realizada pela consultoria Price Water Coopers (PWC), mostrou que a Geração Y vê a oportunidade de trabalhar em outro país como parte do plano de carreira. Isso fez as empresas cada vez mais reforçarem no seu planejamento programas de mobilidade global. Segundo o documento, eles são tech-savvy, tem foco global, são informais, gostam de compartilhar informações, colaborar e são tão hard workers quanto as outras gerações.
Mas, com toda essa aproximação do mundo digital, do aprendizado colaborativo e da educação informal que os Geração Y têm, vale a pena ainda fazer uma faculdade fora? Sandra Betti diz que sim. A experiência real vivida fora não consegue ser substituída. A saída da zona de conforto ocorre nos desafios do dia a dia na outra cultura. “Na sua casa tudo é mais barato, mais confortável, mas também mais fácil e mais preguiçoso. Eu acho que é isso: a vida começa além da zona de conforto”, afirma Betti.