Por Gabriela Ribeiro – Psicóloga Intercultural
Para os brasileiros em geral, o Natal é um momento para celebrar, agradecer, dar abraços carinhosos, desejar o “tudo de bom” e pedir a renovação. Cada um celebra de uma maneira diferente, como pode, faz a ceia a seu modo. Uns vão para a praia ou viajam, outros permanecem nas cidades. Há quem ame e espere as festas com uma ansiedade gostosa desde outubro! Mas um detalhe é unânime do Oiapoque ao Chuí: a noite (e o dia) de Natal foi feita para estar em família. Os corações ficam maiores e todos são bem vindos! Quanto mais gente, mais legal e especial fica. Não é?
Bem, assim idealizamos. Mas o que fazer se você está longe, muito longe, estudando numa universidade no exterior, morando um tempo fora, geograficamente impossível de estar com todas essas pessoas amadas?
Conheço quem se deprima e fique desolado gastando minutos a fio aos prantos no telefone. Sofrimento dos dois lados da linha, pouca celebração… Contudo, também conheço aqueles que se permitem vivenciar o Natal de um jeito diferente e criativo. É momento para comemorar a vida, certo? Então se você está do outro lado do oceano, o faça de um jeito diferente! Sem comparações… é di-fe-ren-te.
É sinal de amor e cuidado telefonar e derramar lágrimas com um saudoso “Feliz Natal, mãe!”, “Queria estar aí com vocês, gente”. Mas positivo e saudável é desligar o telefone, limpar as lágrimas, e desfrutar o que a vida lhe oferece onde você está. Como é passar o Natal na Austrália? Como eles festejam? O que eles pensam dessa comemoração? O que eles comem? Você sabe? Não tem peru e farofa? Ainda bem! Deixe para comer isso na volta, no Natal que vem. Nesse vasto continente deve-se comer outras coisas deliciosas. Experimente!
Para o seu bem-estar emocional e riqueza de aprendizado, sugiro que vá planejando carinhosamente o momento. Se dê esse presente: uma noite que pode não ter presentes materiais e nem muita gente por perto, mas tem você mesmo, se alimentando de bons pensamentos, aprendendo algo novo, comendo algo inusitado, exercitando a sua criatividade e capacidade de ser seu melhor amigo! Acredito ser um grande presente você estar aí.
Lembre-se que a gente tem sempre o poder de dar a cor e o brilho para os momentos da vida. Amo o Natal em família, se amo! Mas quando me vi sozinha na Inglaterra cinzenta e gelada, resolvi buscar o charme da situação e perguntar a mim mesma quais seriam os planos B, C e Dque me deixariam satisfeita e possibilitariam desfrutar o momento e a oportunidade de estar por lá. Achei a resposta e valeu a pena! Não doeu tanto e o mais legal foi que me dei conta que posso contar comigo mesma. Pense, também, que os vínculos formados quando se está longe, se tornam um pedaço da nossa família. Divida com eles seu coração cheio de amor e carinho.
Aproveite para fortalecer os laços com quem está longe. Mande aquela carta ou email, dizendo aquilo tudo que muitas vezes presencialmente não se tem coragem. A distância é física, mas os corações certamente estão mais perto do que nunca.
Gosto de lançar desafios que tornam as pessoas mais fortes, e por isso, deixo aqui um presente (que não é de grego!) para aqueles que aceitarem a brincadeira: o que VOCÊ vai fazer para que o seu Natal em 2013 seja especial, diferente e feliz?
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Gabriela Ribeiro – Colunista sobre Psicologia e Educação Intercultural
É psicóloga com formação na PUCRS, em Porto Alegre. Recebeu profunda formação na metodologia Intercultural Training®, desenvolvida por Andréa Sebben através de sua longa trajetória de estudos e trabalhos na Europa e Brasil. Fez intercâmbio na Inglaterra e Nova Zelândia e já esteve em 28 países. Participou de cursos de formação nas Ciências Interculturais em países como o Chile, Argentina, Venezuela, Costa Rica e Colômbia. Há 7 anos ministra palestras e Treinamentos Interculturais em todo Brasil, em diversos idiomas, é membro da IAIE – International Association for Intercultural Education.