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A grade curricular da graduação nos Estados Unidos: entenda e compare

grade curricular nos Estados Unidos

Por Helison Lima

Se você está pensando em fazer um curso de graduação nos Estados Unidos, vale a pena observar que a grade curricular é bem diferente da dos cursos de graduação no Brasil.

No Brasil, toda a grade curricular e as disciplinas do curso são determinadas pelo MEC. Assim, ao entrar na faculdade, o aluno já tem um organograma completo com as disciplinas já estabelecidas para cada ano e já saberá tudo o que irá estudar em cada semestre, do início ao fim de sua graduação. Além das disciplinas já estabelecidas, o estudante também terá a possibilidade de escolher algumas outras, conhecidas como optativas – que são restringidas, muitas vezes, pelo leque de disciplinas oferecidas pela instituição.

Nos Estados Unidos, a estrutura dos cursos de graduação é bem diferente. Primeiramente, todos os alunos, de todos os cursos, devem passar por algumas disciplinas básicas quem têm duração aproximada de 2 anos. Essas disciplinas são chamadas de “core courses” e abordam praticamente tudo o que foi visto no high school (ensino médio), mas dentro de um nível universitário. Todos os alunos, por exemplo, têm que estudar língua inglesa (English Composition), além de literatura, história, biologia, matemática e outros cursos já vistos no ensino médio. Muitos veem esse modelo como uma perda de tempo; já para outros, esta formação colabora para que o estudante tenha uma formação geral, não apenas no campo de sua formação.

Todos os docentes têm autonomia e são incentivados a oferecerem sempre novos cursos, atuais ou fruto de um projeto ou pesquisa, além dos cursos da sua área de especialização

O lado bom desse modelo é que o aluno não precisa escolher logo de cara qual curso ele irá seguir. Já que todos passarão por estas disciplinas, é possível entrar na faculdade, cursar o currículo “core” e só depois escolher o curso que irá seguir. Em outras palavras, na média de 4 anos de curso, 2 são para as disciplinas básicas e os outros dois para as disciplinas referentes ao curso de escolha.

Isto não quer dizer, porém, que o “curso de escolha” também tenha uma grade fechada. O estudante, após terminar o ciclo básico, também tem liberdade de escolha dentro do curso de graduação ou até mesmo fora dele. Não que ele seja único responsável por essa decisão – antes de se inscrever para tais disciplinas, é necessário ter a aprovação do seu orientador educacional.

Esta decisão é tomada com tempo e muita reflexão: as disciplinas a serem oferecidas no semestre seguinte são apresentadas ainda durante o semestre em andamento. Desta forma, o aluno seleciona suas preferências e, em seguida, agenda um horário com seu orientador para que ambos discutam sobre a carga horária e conteúdos propostos. Este momento também serve para discutir sobre o andamento do curso como um todo e possibilidades de antecipar ou prorrogar a conclusão do mesmo.

Parte dessa flexibilidade na grade curricular americana está relacionada ao perfil do professor universitário americano. Todos os docentes têm autonomia e são incentivados a oferecerem sempre novos cursos, atuais ou fruto de um projeto ou pesquisa, além dos cursos da sua área de especialização. Um professor que tem formação em História da América Latina, por exemplo, poderá ofertar cursos variados dentro da área, tais como: “Líderes Revolucionários na América Latina”; “A Sociedade Escravocrata no Brasil” ou “O Chavismo no Século XXI”. Assim, os professores não se limitam às disciplinas obrigatórias determinadas pelo seu departamento.

Portanto, ao planejar fazer um curso de graduação nos Estados Unidos, o aluno brasileiro precisa ter em mente que irá “rever”, por cerca de dois anos, todo o conteúdo que viu no ensino médio; por outro lado, porém, terá um curso bastante flexível, podendo ampliar o alcance dos seus conhecimentos dentro de sua formação.

Não há, no fim das contas, um modelo melhor ou pior; são currículos diferentes que atendem perfeitamente à formação acadêmica dos alunos, independentemente do país em que se obtenha seu diploma. Cabe ao estudante avaliar se prefere algo já determinado como no Brasil ou se gostaria de poder escolher o que estudar durante sua formação no caso dos Estados Unidos. Sem dúvida, essa é uma decisão que irá depender de cada aluno e o que vai prevalecer nessa decisão será o seu perfil de estudante.

 

Sobre o autor

344e6b6Helison Lima é Bacharel em International Studies and English pela University of Southern Mississippi. Durante seus estudos nos Estados Unidos, participou ativamente de projetos para a Cruz Vermelha e Anistia Internacional. Atualmente, Helison é Orientador Educação para os exames TOEIC e TOEFL na Mastertest Certificação Internacional, auxiliando os alunos que buscam informações sobre os exames. Também atua como voluntário dando aulas de inglês na ONG Cidadão Pró Mundo.

 

 

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