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Andréia Sales rumo ao espaço

Redação do Estudar Fora - 03/06/2014
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Desde criança, Andréia Sales, de 17 anos, é fascinada por descobertas e pelo céu. Enquanto suas amigas brincavam de boneca, ela ficava horas aprendendo os nomes das luas de Jupiter e de naves que foram enviadas ao espaço. Outro de seus passatempos favoritos era caçar insetos para poder analisá-los com seu microscópio de brinquedo.

Jovens fazem ‘vaquinha’ para estudar nas melhores universidades do mundo

Já na adolescência, estimulada por vitórias em olimpíadas de astronomia, robótica e astronáutica, decidiu que iria perseguir seu sonho de infância. Estava resolvido: iria ser astronauta. E na jornada rumo ao espaço, Andreia já obteve sua primeira conquista: foi aprovada no curso de Engenharia Aeroespacial e Física da Universidade do Colorado at Boulder, nos Estados Unidos. A instituição está listada entre as 10 melhores universidades americanas nos setores aeronáutico e espacial e possui 18 ex-alunos astronautas, além de 11 ganhadores de prêmios Nobel.

Agora que foi aprovada, a estudante busca apoio para custear o alto valor da mensalidade cobrada na universidade. Ela é uma das 17 participantes do Crowdfunding Estudar Fora, uma parceria da Fundação Estudar com o site Benfeitoria para ajudar jovens de alto potencial a estudar nas melhores escolas do mundo. Assista ao vídeo dela e colabore.

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Confira a seguir a entrevista com Andréia e saiba mais:

Não é comum nos depararmos com adolescentes que mantém o sonho de infância de ser astronauta. Conta para a gente qual é o processo que você deve enfrentar até chegar ao espaço, de fato.

Minha mãe costuma dizer que a minha fase dos “porquês” nunca passou. Acho que é reflexo da minha curiosidade científica

Primeiro é preciso passar por um processo de seleção bastante rigoroso em alguma agência espacial, como a NASA ou a Agência Espacial Europeia. É necessário passar por avaliações físicas, psicológicas e acadêmicas. E depois de ser aceito no corpo de astronautas tem todo um treinamento antes de você poder realmente ir para o espaço. Como pessoas de todas as áreas do conhecimento podem ser astronautas, a contribuição para a sociedade e para o mundo pode vir de diversas maneiras, desde pesquisas médicas no espaço – para ver, por exemplo, como o corpo humano responde em situações extremas – até controle das condições climáticas da Terra.

Como começou esse seu interesse por física e astronomia?

Acho que por volta dos meus 6 anos…Lembro que passava horas observando o céu e me perguntando o que acontecia lá em cima. Minha mãe costuma dizer que a minha “fase dos porquês” nunca passou (risos). Gosto de pensar nisso como um reflexo da minha curiosidade científica, dessa vontade de querer entender toda a beleza por trás dos fenômenos da natureza. E ir para o espaço surgiu como uma extensão natural dessa busca incessante por compreender o mundo ao meu redor.

Você já ganhou diversas olimpíadas nas áreas de astronomia, astronáutica, informática, robótica e até linguística. Alguma competição te marcou ou inspirou mais?

Todas as provas são especiais porque são oportunidades de testar os seus conhecimentos e adquirir novos! Mas o episódio mais especial foi quando recebi um convite para fazer o curso preparatório para as equipes brasileiras que representariam o país na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica. Ter contato com várias pessoas que compartilhavam da minha paixão pelo céu e pela ciência me manteve motivada a estudar e aprender cada vez mais. Acordava de madrugada com vontade de ler as apostilas do curso, acredita?! (risos). Percebi que tinha nascido para isso.

Há um grande preconceito quanto à capacidade das mulheres com as ciências. Esta é uma situação que precisa urgentemente ser mudada

Como você espera contribuir para o mundo sendo astronauta? 

Quero desenvolver algo relevante para o mundo através de pesquisas espaciais e contribuir com o crescimento da indústria aeroespacial brasileira. Meu desejo é conseguir despertar o interesse científico nos jovens brasileiros e inspirá-los a seguir este rumo para aumentar exponencialmente nossa participação no setor aeroespacial, que é tão fundamental para um país.

Você fala muito em aumentar a participação das mulheres na área de ciências. Você se considera feminista? 

Com certeza! Em todos os sentidos, especialmente na libertação das normas impostas por uma mentalidade patriarcal ainda muito forte na sociedade. Um dos meus maiores sonhos é ser essa inspiração para outras meninas, para que nunca desistam de seus objetivos, por mais desencorajadas que elas sejam, e que jamais duvidem de suas habilidades. Aliás, para mim, a grande razão pela qual há poucas mulheres nas carreiras de exatas é a falta de estímulo para que continuem na área. Infelizmente, ainda há um grande preconceito quanto à capacidade das mulheres com as ciências e esta é uma situação que precisa urgentemente ser mudada.

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