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Preparando a candidatura: como entender os seus pontos fortes e fracos

Forças e Fraquezas escritas no papel

Ana Pinho e Rafael Carvalho, do

Avaliar-se em busca dos próprios pontos fortes e fracos pode parecer uma tarefa abstrata, mas é essencial na rota para o autoconhecimento e o autodesenvolvimento. Boa parte das universidades no exterior exigirão que você saiba como se apresentar, justificar suas escolhas e explicar por que será uma boa adição àquela comunidade estudantil.

Há, porém, uma infinidade de pontos fortes e fracos a serem identificados e, como tempo e energia são recursos limitados, é preciso priorizar desenvolver os que lhe darão mais retorno num futuro próximo. A pergunta principal é uma só: Por que desenvolver esta competência seria importante na minha vida?

O modelo de aprendizagem 70:20:10, usado em muitas organizações, ilustra a importância do autodesenvolvimento – ou seja, o desenvolvimento impulsionado por você mesmo. Criado pelo professor Charles Jennings, esse modelo divide a fonte de aprendizado em três partes: 70% vêm de experiências próprias (e práticas!), 20% do contato com os outras pessoas e 10% através de cursos. Com estes números em mãos, fica fácil ver que tomar as rédeas do seu próprio desenvolvimento é o melhor caminho.

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Como refletir sobre meus pontos fortes e fracos? 

Iniciar um processo de autodesenvolvimento passa pela questão inicial: “O que eu quero desenvolver?” Para responder, é necessário refletir sobre seus pontos fortes e fracos e como cada um impacta sua vida. O exercício a seguir pode te ajudar nessa reflexão:

#1 Para começar, faça duas colunas numa folha de papel. De um lado ficarão seus pontos fortes: aquilo em que você é bom, no que se destaca e causa de elogios. Do outro, os pontos fracos: o que atrapalha sua performance, do que sente falta e dicas de melhoria que já recebeu.

#2 Em seguida, faça uma retrospectiva de sua atuação no ano ou semestre anterior e reflita com calma, pontuando cada item com um exemplo real, ou seja, situações em que esse ponto forte ou fraco se mostrou presente. Não se preocupe com as palavras exatas – o importante é que você entenda o que quis dizer.

Com tudo em mãos, pense no que é prioridade de desenvolvimento – e isto pode não ser tão óbvio. “É hora de entender melhor como essa competência se desdobra em mim”, diz a coach Stephanie Crispino, que participou da criação do programa Catálise, do Na Prática. “Como ela me atrapalha ou me prejudica? Como me destaca ou traz resultados?”

Assim, com base nos exemplos do exercício anterior, é hora de escolher de escolher os pontos que vale a pena desenvolver. Lembre-se que um ponto fraco só precisa ser desenvolvido na medida em que ele tem atrapalhado sua performance e seus resultados, enquanto uma fortaleza sua também merece investimentos para que você vire um expert.

É útil lembrar que transformar pontos fracos em pontos fortes exige grande esforço e aprimorar fortalezas pré-existentes pode ser uma estratégia melhor. Há também os pontos neutros, que não destacam nem prejudicam, e são outra oportunidade digna de atenção. Para fazer essa priorização, os seguintes questionamentos podem ajudar:

#1 Você realmente precisa desenvolver tal competência?
Pense no impacto dela na sua vida.
#2 Quanto ela te ajudaria no curto, médio ou longo prazo?
Pense se a competência vai te ajudar a atingir seus objetivos.
#3 O quanto você tem vontade de desenvolvê-la?
É mais provável que você invista tempo e esforço em desenvolver uma competência que você realmente quer.

Janela de Johari 

Para quem quiser se aprofundar ainda mais, Stephanie sugere pedir feedback de pessoas em seu convívio e que não tenham medo de criticá-lo. “É possível pedir que façam isso até de maneira anônima, através do Google Forms, caso deixe-as mais confortáveis na hora de responder”, aconselha ela.

Há inclusive uma ferramenta, criada nos anos 1950, para facilitar o estudo de relações interpessoais: a Janela de Johari. Com o modelo, é possível estruturar seus pontos claros, cegos, desconhecidos e ocultos em relação aos outros. Se uma competência é desconhecida por você mas conhecida pelos outros, por exemplo, cai na janela “eu cego”. Funciona assim:

#1 Faça uma autoavaliação, listando suas características mais marcantes e que te tornam único
#2 Faça a mesma pergunta a amigos, familiares e colegas de trabalho, buscando saber como eles enxergam você
#3 Cruze as informações na Janela de Johari, seguindo o modelo abaixo:

Janela de Johari

É aí que entra a utilidade do feedback. Ao contrastar sua autoavaliação com a avaliação externa, um quadro mais realista de atuação começa a surgir. “É um contraste da minha percepção de mim mesma com a que os outros têm de mim”, resume Stephanie.

Concluindo

Dependendo de como a conta fechar – ou seja, de quais são seus planos de curto e médio prazo e o que exigem –, trace seus objetivos e liste as competências que serão seu foco. Pense nelas como ativos internos que embasam suas conquistas e ações.

“Independente de seu nível de autoconhecimento atual, é preciso começar”, resume Stephanie. “Pode ser difícil no começo, mas conforme você se torna consciente dessas reflexões, começa a poder projetar e usar essa ferramenta no futuro com mais facilidade.”

 

Este artigo foi originalmente publicado no Na Prática, portal de carreiras da Fundação Estudar

 

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