Aprovado em 8 universidades dos EUA, estudante sonha em fundar faculdade
Willian Mallmann, de 18 anos, nasceu em Campo Erê, uma cidade de cerca de 9 mil habitantes no interior de Santa Catarina. Desafiando a falta de opções de seu município, ele já se envolveu nas mais diferentes atividades: é medalhista em olimpíadas de robótica e informática e nas modalidades de tênis de mesa, xadrez e salto em altura nos jogos escolares; já participou de projetos de jornalismo e comunicação; e deu aulas voluntárias de inglês e dança. “Sabe aquelas crianças enxeridas em tudo que é coisa? Então, eu era assim e um pouco mais”, brinca. “Teve uma época em que fazia tantas atividades extracurriculares que minha mãe chegou a pedir que eu escolhesse algo”, conta.
A curiosidade exacerbada de Willian e seu interesse pelas mais diversas áreas do conhecimento o levaram a ultrapassar os muros da escola pública em que estudava e participar do processo de admissão para universidades nos Estados Unidos. E ele foi aprovado em oito instituições, incluindo a Arizona State University (ASU), onde pretende estudar jornalismo e educação. Hoje, é um dos 17 participantes do Crowdfunding Estudar Fora e busca apoio para arcar com o valor das altas mensalidades cobradas na universidade. Assista ao vídeo dele aqui e contribua.
Conheça um pouco do Willian na entrevista a seguir:
Você enfatiza o fato de ter sido aprovado em tantas universidades mesmo morando em uma cidade muito pequena do interior do país. Acredita que, para quem não está nas grandes capitais, falta informação e estímulo para estudar fora?
Quando eu falava em estudar no exterior, davam risada de mim. Eu não sabia para quem pedir orientação
A realidade dos estudantes de cidades pequenas é completamente diferente de quem estuda em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por exemplo. Quando eu falava em estudar no exterior, davam risada de mim. É muito difícil que uma escola pública saia daquilo que ela, de certa forma, acredita que está destinada a ser. A escola onde eu estudei só passou a participar de olimpíadas do conhecimento, além da área de matemática, porque tomei a iniciativa de falar com meus professores. Quando comecei a pensar em realizar a graduação nos Estados Unido não sabia para quem pedir orientação. Eu tinha o sonho, mas não tinha a menor ideia de como chegar lá. Foi em 2012, participando da seleção do programa Jovens Embaixadores que descobri os programas de preparação da EducationUSA e da Fundação Estudar. Resolvi participar e fui selecionado em ambos. Depois disso, meus horizontes se ampliaram.
As atividades extracurriculares têm um peso importante no processo de application e você tem um histórico de participações em competições que vão de dança à robótica. Acredita que isso te ajudou?
Em julho, lanço um projeto chamado LeadUS, que tem como objetivo levar oportunidades a jovens que não imaginam onde podem chegar
Com certeza. Quando minha mãe me pediu para escolher algo entre minhas atividades extracurriculares, eu não conseguia, pois uma coisa era diferente da outra. Não tinha como dar mais ou menos importância a uma ou outra. Basicamente, penso que humanas e exatas não conseguem ir à frente uma sem a outra. Pode parecer estranho, mas nunca tive uma matéria preferida na escola, por isso, sempre me envolvi nessas áreas diferentes. Até a decisão por estudar jornalismo surgiu em uma dessas atividades extras: o Instituto Parati lançou o projeto “Repórter na Escola” e eu e uma colega fomos selecionados para participar. Eu, que ainda não sabia nada sobre a área, fui a várias oficinas de jornalismo e achei incrível. Uma semana depois, o diretor do projeto entrou em contato comigo e passei a frequentar o Instituto para dar aulas do assunto a outros jovens.
Você convida (em sua foto, inclusive) outras pessoas a sonhar com você. Mas quais são seus sonhos?
Em julho, lanço um projeto chamado LeadUS, que tem como objetivo levar oportunidades a jovens que não imaginam onde podem chegar, assim como eu um dia não imaginava. Gostaria muito de que outras pessoas tivessem acesso a informações e oportunidades tão bacanas quanto às que eu tive. A longo prazo gostaria muito de trabalhar em uma grande emissora, como a CNN. Mas o que maior sonho é um dia poder criar no Brasil uma faculdade completamente diferente das existentes e que ofereça oportunidades tão legais quanto às de fora do país.
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