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Aproveitamento de crédito no intercâmbio acadêmico

formanda fazendo sinal de positivo

O aproveitamento de crédito é o procedimento de validação das matérias cursadas por um estudante em uma universidade que não seja a que ele vai se formar. Este procedimento pode ser adotado quando o aluno pede transferência de uma instituição para outra, ou quando o estudante opta por fazer parte de seu curso em outra universidade, seja ela no próprio país ou no exterior. Neste segundo caso, quando o estudante retorna à sua instituição, ele precisa validar as disciplinas cursadas fora como parte de sua formação, permitindo a eliminação de matérias que teriam que ser cursadas. Entretanto, o procedimento de validação dos créditos pode variar de acordo com as regras de cada instituição.

Segundo a Assessoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), do estado de São Paulo, para o reconhecimento dos créditos são levados em consideração o rendimento do estudante e a carga horária cursada. Disciplinas que não possuem equivalência curricular da UFABC, mas que,a critério do docente que a analisa, colaboram para a formação do estudante, podem ser aproveitadas como créditos livres. Cada aluno, conforme seu projeto pedagógico, deve obter determinada quantidade de créditos livres para se formar. A Assessoria também afirmou que o estudante, ao se matricular no exterior, “apresenta à UFABC um plano de trabalho contendo todas as informações das matérias que ele pretende cursar. O plano deve ser aprovado por um docente do curso em que está matriculado no Brasil, de modo que este tenha possibilidade de equivalência e aproveitamento futuro dos créditos”.

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) “geralmente, o reconhecimento é feito caso a caso, quando se confirma a simetria com as instituições envolvidas em termos de carga horária e conteúdo programático, ou mediante convênios previamente estabelecidos com universidades do exterior”. Se o aluno optar por escolher uma matéria fora da grade já prevista junto a Unicamp, o caso é apresentado ao Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação na universidade, que analisa se os créditos poderão ou não ser aprovados. A Unicamp disponibiliza em seu site um modelo de ficha que deve ser preenchida e todas as informações para solicitação de aproveitamento de créditos. Confira AQUI.

A universidade brasileira pode ainda solicitar que o estudante faça a autenticação dos documentos cedidos pela universidade do exterior no consulado brasileiro e a tradução destes documentos.

Fazer uma análise de quais matérias poderão ser validadas antes mesmo de fazer o intercâmbio pode ser uma boa estratégia. Foi o que fez Bruno Patias, que era aluno da Universidade Federal do Paraná (UFPR) quando ganhou uma bolsa para um semestre na The University of Texas Pan-American. “Quando voltei, tive que juntar as ementas das matérias cursadas na The University of Texas Pan-American e selecionar as matérias da UFPR que eram equivalentes. Preenchi alguns documentos e a coordenação aprovou meus créditos”, conta Bruno.

Assim como Bruno, Fábio Aquino fez uma comparação das disciplinas das duas universidades antes mesmo de embarcar. Ele estudava na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) quando decidiu fazer intercâmbio acadêmico na Universidade de Vigo, Espanha. “Não são todas as matérias cursadas no exterior que podem ser validadas aqui, por isso, antes de escolher, a coordenadora do meu curso sentou comigo e revisou o conteúdo programático de todas as disciplinas da universidade da Espanha e me apontou quais poderiam ser cursadas lá e que teriam equivalência aqui”, conta. Ao retornar ao Brasil, Fábio precisou trazer toda a documentação cedida pela Universidade de Vigo para que a PUCPR fizesse a análise das matérias cursadas, mas como o procedimento já havia sido feito antes mesmo de embarcar para a Espanha, ele não teve nenhum problema com a validação dos créditos. “Além das disciplinas nas quais eu teria a equivalência, eu cursei outras disciplinas na Universidade de Vigo, que eram do meu interesse pessoal, mas que não serviriam para a PUCR”, afirma.

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