Muitos candidatos a MBA no exterior supõem que, não importa para qual escola aplicarem, o ensino será mais ou menos o mesmo. Embora de fato haja semelhanças entre os programas das melhores escolas do mundo, cada uma tem uma metodologia distinta. Entre as abordagens mais comuns estão aquelas essencialmente baseadas em estudos de caso, outras que priorizam o formato de palestras e algumas que também apostam no aprendizado prático.
Para aumentar o potencial do seu aprendizado e garantir que você se sentirá confortável durante o curso, vale a pena se atentar para essas diferenças, que podem ser cruciais na escolha da universidade que você quer estudar:
Estudos de caso: Esse método foi criado pela Harvard Business School (ou por Wharton, há controvérsias) há mais de 100 anos e ainda é amplamente usado nas melhores universidades do mundo. Durante o curso de MBA, os alunos analisam e debatem cenários reais enfrentados por diversas empresas no passado, tendo que comparar e apresentar diferentes soluções práticas para os problemas. O professor faz apenas observações pontuais e responde a perguntas. O objetivo é preparar os estudantes para situações que podem encontrar durante a sua carreira, fazendo com que tomem decisões equilibradas, considerem diferentes ângulos e desenvolvam habilidades de liderança e parceria.
Quem curte? Cada aula requer uma preparação prévia profunda dos alunos, que devem se sentir confortáveis em compartilhar suas ideias em frente a um grupo grande de pessoas. Os introvertidos podem estranhar esse método, mas, para os extrovertidos, essa pode ser uma boa opção. Grande parte da avaliação dos alunos é feita de acordo com sua participação em classe.
Palestras com discussão: A maioria dos programas de MBA inclui o tradicional formato de palestra nas aulas, mas numa escala muito menor se comparada ao Brasil. Os professores explicam conceitos teóricos sobre economia, estatística, marketing e outros assuntos relacionados aos negócios, enquanto os alunos tomam notas. Depois da palestra, parte da aula é dedicada a perguntas, e a turma é dividida em grupos para as discussões. Geralmente, o tema de cada aula é definido com antecedência, e os estudantes devem ler previamente textos relacionados.
Quem curte? O ambiente dessas aulas deve ser mais confortável para estudantes introvertidos e aqueles que gostam do tradicional modelo de aprendizado, baseado na experiência dos professores. Para quem está fazendo uma transição de carreira e nunca viu boa parte dos conteúdos que compõe a grade curricular, esse formato torna mais fácil a introdução a conceitos novos.
Experiências práticas: Cada vez mais as escolas têm expandido as aulas que incorporam uma experiência prática, incluindo desafios para serem desvendados em grupo, competições, simulações, trabalhos de campo, atividades extracurriculares e ações de empreendedorismo. O objetivo é aplicar teorias em situações reais do dia-a-dia, o que envolve também estudo e pesquisa. Até mesmo Harvard lançou um projeto em 2011 para seus estudantes de primeiro ano, que prioriza essas atividades. Algumas universidades vão além e promovem programas de imersão em outros países, que colocam os alunos em situações reais de negócios.
Quem curte? Essa pode ser uma boa opção para aqueles com um espírito empreendedor e todos os que gostam de aprender fazendo.
Mescla de métodos: Nos últimos anos, a maioria das escolas têm mesclado estudos de caso com palestras de professores. Os trabalhos em equipe também são cada vez mais valorizados, e, muitas vezes, os alunos têm que trabalhar em casos atuais: como apresentar planos para um produto que de fato será lançado em breve. Os estudantes enfrentam, assim, os mesmos dilemas e dificuldades de gerentes na vida real. Aqueles cursos que incentivam a “mão na massa” estão se mostrando um grande sucesso.