9 autores e intelectuais negros para entender o presente
O ambiente acadêmico sofre com a falta de autores e referências negras nos na maior parte dos países mundo afora. Mesmo em países de maioria negra, como o Brasil, a realidade não é muito diferente. A seguir, veja uma lista com intelectuais negros para entender o presente:
Autores e intelectuais negros
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bell hooks (1952 – 2021)
Gloria Jean Watkins era mais conhecida pelo seu pseudônimo, bell hooks. Foi autora de mais de 30 livros livros fundamentais sobre questões sociais e culturais da atualidade, como “Tudo Sobre Amor” e “O Feminismo É Para Todos”. Foi uma grande defensora da noção do feminismo como o fim da opressão e exploração baseada em gênero. Também foi uma das responsáveis pela nossa compreensão de que a representação de negros em papeis distorcidos na mídia influencia numa sociedade mais racista.
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Achille Mbembe (1957 – )
Achille Mbembe é um filósofo e teórico político camaronês. Se tornou Ph.D em História pela Universidade de Sorbonne, em Paris, no ano de 1989, e ocupou diversos cargos em universidades como Columbia, Duke, Yale, University of California, Berkeley e Upenn. É considerado um dos pensadores mais relevantes da atualidade e trabalha como professor do instituto W.E.B Du Bois em Harvard. Mbembe, que é conhecido por estabelecer o conceito de “necropolítica”, escreveu obras como “Crítica da Razão Negra” e “Políticas da Inimizade”.
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Angela Davis (1944 – )
Ativista e com uma trajetória intelectual de excelência, Angela foi uma das 3 alunas negras da Brandeis University, onde se graduou. Depois, foi aluna do filósofo Herbert Marcuse, nas universidades de Frankfurt, da Alemanha, e Califórnia, de San Diego, nos Estados Unidos. Davis é autora de mais de 10 livros sobre feminismo e luta de classes da perspectiva racial. Sua obras nos ajuda a compreender como ainda hoje os negros, e principalmente as mulheres negras, têm poucas oportunidades para ascender economicamente.
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Chimamanda Ngozi Adichie (1977 – )
A autora escreveu romances como “Hibisco Roxo”, “Meio Sol Amarelo” e “Americanah”. Além dos romances, ela é responsável por uma obra robusta de ensaios e dona de uma trajetória acadêmica muito respeitável. Chimamanda nasceu na Nigéria e se mudou para os Estados Unidos aos 19 anos, para estudar na Universidade de Drexel. Se formou mestre em escrita criativa pela Universidade Johns Hopkins e em estudos africanos por Yale. Em seus ensaios, aborda temas como feminismo e a identidade do continente africano.
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Frantz Fanon (1925 – 1961)
Fanon nasceu na Martinica, uma ilha caribenha. Ele estudou Medicina e Psiquiatria na Universidade de Lyon, na França. Antes disso, lutou na 2ª Guerra Mundial pelas Forças Livres Francesas — sua experiência com o racismo durante a guerra marcou sua trajetória acadêmica. Em seu livro “Peles Negras, Máscaras Brancas”, o autor descreve os efeitos psicológicos negativos da dominação colonial sobre os povos negros. Foi pioneiro em abordar o racismo como processo de negação da humanidade das vítimas e ressaltar os efeitos psicológicos tanto em quem sofre quanto quem comete o ato.
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Milton Santos (1926 – 2001)
Milton se formou em Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1948 e fez doutorado na Universidade de Estrasburgo, na França, entre 1956 e 1958. Se tornou professor livre docente da UFBA e recebeu o título de doutor honoris causa de mais de 20 universidades de todo o mundo. Suas pesquisas sobre as economias de “terceiro mundo” e o “subdesenvolvimento” se destacam como contribuições para a geografia contemporânea. Ele também é reconhecido como um dos grandes críticos do conceito de “globalização”. Ele enxerga o conceito como um processo que produz novos totalitarismos, elimina culturas e transforma cidadãos em consumidores.
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Lélia Gonzalez (1935 – 1994)
Formada em História e Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara, atual UERJ, fez mestrado em Comunicação Social e doutorado em antropologia política. Chefiou o departamento de Sociologia e Política da PUC do Rio de Janeiro, pesquisando sobre gênero e etnia. Lélia foi de grande importância na estruturação do movimento negro brasileiro na segunda metade do século XX. Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, oficializado em 1978, e militou por diversas organizações e coletivos, além de ter atuado no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher de 1985 a 1989. Sua pesquisa e militância contribuíram para o entendimento da condição da mulher negra no Brasil e a importância da luta por seus direitos.
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Neil deGrasse Tyson (1958 – )
Neil tem uma formação que passa pelas universidades de Harvard, Texas at Austin e Columbia, com uma trajetória acadêmica de pesquisas sobre cosmologia, a formação dos corpos celestes e evolução das estrelas. Hoje, Tyson é mais conhecido como educador e divulgador científico, sendo conhecido principalmente pela série “Cosmos: Uma Odisseia no Espaço”, de 2014
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Sueli Carneiro (1950 – )
Sua trajetória na academia se inicia na Universidade de São Paulo (USP), em 1971, estudando Filosofia. Autora de mais de 150 artigos e 17 livros, ela teve seu trabalho reconhecido com o Prêmio de Direitos Humanos da República Francesa no ano de 1998. O tema de sua pesquisa é “A estruturação do racismo no Brasil e o feminismo negro”. Sueli analisa os processos que levam homens e mulheres negras a posições menos privilegiadas. Em seu doutorado, fala sobre o racismo como dispositivo social de bio-poder, conceito Foucaultiano.