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Bolsista do programa Erasmus Mundus dá dicas sobre o processo seletivo

Thiago Bogossian, que conquistou uma bolsa Erasmus para estudar na Europa

Olá! Meu nome é Thiago Bogossian, sou formado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense e em junho de 2017 recebi uma carta de aceite para a bolsa Erasmus Mundus, da Comissão Europeia para o Programa Erasmus Mundus. No final de agosto, embarquei para a Europa para cursar o Mestrado Internacional em Educação de Adultos para a Mudança Social, mantido por um consórcio entre as Universidades de Glasgow, Malta, Talín e a Universidade Aberta do Chipre.

Neste primeiro texto da minha coluna para o Estudar Fora, compartilho um pouco sobre minha preparação para o processo de candidatura.

Decisão: por que estudar fora?

Entre minha decisão de estudar fora do Brasil até a carta de aceite da bolsa Erasmus Mundus transcorreram quinze meses. Na verdade, em um primeiro momento, eu não tinha muita ideia do curso que gostaria de fazer, apesar de ter certeza que seria fora do país. Passei o primeiro semestre de 2016 focado em um programa de Políticas Públicas e Boa Governança na Alemanha – que nem tinha muito a ver com minha formação original. Mesmo assim, nesse período realizei um curso preparatório de inglês, fiz o TOEFL, contratei tradutores juramentados para meus históricos e diplomas, confeccionei cartas de motivação, recolhi recomendações com meus professores da faculdade e até mesmo enviei documentos por correios, além de ir tocando a minha vida profissional.

Depois de ter gasto bastante energia e dinheiro com esse processo, resolvi que não ficaria restrito apenas a esse edital da Alemanha. Enquanto esperava o resultado desse programa, continuei fazendo muita pesquisa nos sites de cursos, editais, bolsas e universidades. Ao final, me inscrevi para um total de 13 processos seletivos, para cursos de Mestrado e Doutorado, entre cinco países europeus distintos.

Lidar com os “nãos” é parte do processo

A carta de rejeição é bastante decepcionante – e ela veio. Primeiro a do programa de Políticas Públicas da Alemanha, depois os de Doutorado, alguns outros na área da Geografia. Durante meses, chegaram cartas de recusa por e-mail, o que foi frustrante. Mas como eu não tinha focado apenas em um curso e em apenas uma universidade, minha esperança se manteve. Até que, finalmente, depois de dez recusas, recebi a carta de aceite para a bolsa Erasmus Mundus, que cobre custos de vida e passagens aéreas, além da mensalidade das universidades.

É importante considerar que, no meu caso, recebi o aceite da universidade muitos meses antes do aceite da bolsa. Mas os custos para estudantes internacionais eram proibitivos – algo na casa dos 50 mil reais por ano só de taxas universitárias, tirando o custo de vida.

O site Estudar Fora foi minha página inicial durante quase um ano e as notícias foram fundamentais para eu encontrar as seleções de bolsas.

Assim, utilizando meu caso como exemplo, destaco quatro dicas importantes para quem quiser estudar fora do Brasil com bolsa.

As dicas de Thiago para quem quer conquistar uma bolsa Erasmus Mundus:

#1 Pesquisa:

É preciso fazer muita pesquisa. Os sites das universidades variam muito entre si e, pelo fato de não estarem escritos na nossa língua mãe, nem todas as informações são claras de primeira. É preciso revirar editais de bolsas antigos, páginas de fundações e programas, identificar os pré-requisitos e ficar atento aos prazos. O site Estudar Fora foi minha página inicial durante quase um ano e as notícias foram fundamentais para eu encontrar as seleções de bolsas.

#2 Experiência Profissional:

Os programas no exterior valorizam a experiência profissional, inclusive a voluntária. Como já sou professor e tive alguns anos de experiência na área de Educação de Adultos em um curso comunitário, minha candidatura fazia sentido especialmente para o programa para o qual fui aceito.

#3 Formação Acadêmica e Notas:

O curso de graduação deve estar relacionado ao curso de Mestrado. Isso parece óbvio, mas o meu desconhecimento de Economia, Políticas Públicas ou Relações Internacionais me impediria de acompanhar as aulas do curso de Políticas Públicas, mas certamente me ajudou no programa de Educação. O histórico acadêmico do curso anterior também é levado em conta em todas as seleções que participei. No meu caso, tive um Coeficiente de Rendimento alto na graduação, o que certamente influenciou na decisão dos comitês de seleção da universidade em me conceder a bolsa.

#4 Conversa com amigos e professores:

Alguns amigos já passaram pelo mesmo processo, já reviraram editais e programas e podem te ajudar, inclusive aqueles que não foram estudar fora. Não subestime informações que colegas ou professores da universidade podem ter sobre esse assunto.

 

Até o próximo post!

Sobre o Autor
Thiago Bogossian é formado em Geografia pela UFF e professor dessa disciplina na Educação Básica. Em agosto, está embarcando para o Mestrado Internacional em Educação de Adultos para a Mudança Social, para o qual ele ganhou uma bolsa da União Europeia, e vai passar por três países diferentes.

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Sobre o escritor

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