Estou na rota da lusofonia. Estudo por um trimestre em Portugal, o seguinte em Angola e, no último, eu retorno para o Brasil Estou cursando o MBA Atlântico, como eu disse no nosso primeiro texto.
E, neste segundo, o destaque se relaciona com a afirmação que lá estava :“Ah, esqueci de dizer, sou bolsista integral e, feliz notícia, não sou a única”. Vou brevemente compartilhar como foi o processo de que participei.
As bolsas para o MBA Atlântico
As bolsas do MBA Atlântico são de mérito e resultam de um processo de candidatura que inclui um teste, uma redação, avaliação de currículo e entrevista.
No teste, somos confrontados com uma bateria de 30 perguntas de raciocínio lógico e de análise de suficiência de informação. Este teste tem a duração de 1 hora e conta como 25% da nota de candidatura. Em seguida é pedido um ensaio sobre um tema das economias lusófonas, na forma de comentário critico. Igualmente com a duração de uma hora e compondo mais 25% da nota de candidatura.
Existe ainda uma entrevista pontuada, feita por um dos Diretores Científicos do Programa, que vale outros 25%, e uma pontuação de currículo que compõe com os restantes 25%.
Estas avaliações são normalmente realizadas nas Universidades Católicas parceiras (Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) e ao melhor candidato de cada uma destas Universidades é oferecida uma bolsa de mérito de 100%.
Aos restantes, e dependendo da nota final do processo, podem ainda ser atribuídas bolsas parciais para ajudar na decisão de candidatura, numa lógica de reter o talento, pelo que vale a pena ir à briga por uma bolsa!
Mas o que eu fiz para conseguir?
Este é um breve relato de como eu fiz – não tenho nenhuma pretensão de montar uma receita de bolo, fazer uma prescrição médica ou ditar leis (no mundo, já tem muitas por aí).
O primeiro passo foi correr atrás de informação.
E convenhamos que não nos falta. Alô, internet. Alô, google. Bom, você já acessa ao Portal Estudar Fora, ponto! Agora, você sabe qual é a diferença entre Mestrado e MBA? Você sabe qual é a trajetória de vida das pessoas que, profissionalmente, você admira? Você sabia que dá para estudar com professores no padrão de qualidade de grandes universidades do Brasil e do mundo através de cursos onlines? (Nossa, tem muitos!)
Sim? Por qual você se interessa? Já tentou fazer algum? Já deu um olhada no currículo dos professores destes cursos? Qual é a linha de pesquisa deles? Já leu alguns dos papers que eles escreveram? Em que os seus interesses se aproximam e se afastam?
Neste primeiro momento, eu ampliei o meu horizonte. Li muito! Às vezes, a gente fica com um olhar já tendencioso que só existem boas oportunidades no país X, na universidade Y, na empresa Z. A gente honra tradição, só por honrar. A gente papagaia. Enfim, não ousei parar na primeira página de pesquisa do Google, foi o momento de ir #AlémDaPage1. Li relatos, li programas, vi calendários. E já adicionava ao “Favoritos” o que tinha me chamado atenção, numa análise bem preliminar de só separar o “joio do trigo”.
O segundo passo foi parar para me ouvir e me conhecer.
E, convenhamos, auto-conhecimento é tudo e serve para todas as áreas da vida. Saber separar o que funciona ou não para você. Sem modismos, sem gastar energia com o que não vale a pena. De tudo o que você viu que existe no universo, você tem perfil para fazer um mestrado? Em qual momento de vida? Ou MBA é mais a sua praia? Consigo conciliar com outros interesses? De todos os programas que eu já favoritei, quais as vantagens e desvantagens de cada uma deles? Por que eu favoritei? Pergunte. Pergunte. Pergunte para você mesmo, para ex alunos, para amigos, para familiares.
O terceiro passo foi tomar decisões.
E saber dizer um sonoro NÃO é muito difícil. Mas era em cada não que eu dava que eu tinha cada vez mais certeza dos meus SIM’s: “Sim, isto vale a pena pra mim”. Neste momento, eu considerei muito as políticas de bolsas de estudo, as fundações que poderiam me financiar, levei em consideração aquelas famosas variáveis (cada um com o seu devido valor): grana, família, namorado, carreira, momento de vida etc.
O quarto passo foi me preparar para cada SIM.
E aí, em breves considerações, tem que ser organizado: dividi em subtarefas, me preparei para os exames, medi meus avanços. A cada dia eu me esforçava para dar um pequeno-grande passo para ficar mais próximo do seu SIM.
Revivendo esse trajeto (foi delicioso escrever este texto, espero que seja tão bom o ler), mas o que fica é que
… ainda que a nossa geração (tenho 26 anos) tenha a fama de querer-tudo-pra-ontem – já quer sair da faculdade e virar CEO, que come e consome fast food e fast fashion, que tem traços de ansiedade crônica… – percebi que dar um passo na direção certa é sempre melhor que sair correndo para a direção errada.
E, certo e errado? Para você? Só você pode responder isso.
Como dizem os portugueses para as mais diversas situações que te exige uma ação, uma movimento… Força, pá!
Sobre Monyse
Permita-me apresentar com a (tentativa de) polidez com que os portugueses assim o fazem. Sou Monyse Almeida, advogada de formação, escritora de coração e empreendedora por uma não só razão. Bolsista do programa MBA ATLÂNTICO. Para acompanhar um pouco da sua saga lusófona, confira registros diários no instagram: @fuso.luso.