Como conseguir uma bolsa para os cursos curtos nos EUA do LAIOB
Aqui no Estudar Fora, nós sempre falamos das bolsas para cursos curtos nos EUA que o Latin American Institute of Business (LAIOB) oferece. Atualmente, elas estão até com inscrições abertas. Para conhecer os cursos e entender como conseguir uma bolsa para eles, conversamos com duas ex-bolsistas do LAIOB.
Uma delas é Ludmila da Silva Hastenreiter, fundadora e diretora executiva da Empoderamento Contábil. A Empoderamento Contábil é uma iniciativa de empreendedorismo social que oferece soluções contábeis, palestras e workshops para pequenos empreendedores — mais especificamente, mulheres empreendedoras da periferia do Rio de Janeiro. E, para Ludmila, o curso foi uma oportunidade de ampliar sua atuação.
“Foi exatamente no momento em que eu me vi desenvolvendo um trabalho tão próximo de quem eu sou que eu percebi que esse era o melhor momento para realizar o sonho [de estudar fora] que eu tenho desde tão jovem”, conta Ludmila, que ficou sabendo das bolsas para o curso por meio do Estudar Fora.
Já para Heri Cristine Nakamura, que trabalha em P&D em um conglomerado brasileiro de grande porte, o curso foi uma oportunidade de complementar sua formação com conhecimentos mais próximos à área em que ela estava atuando na época. “Foi um divisor de águas na minha vida. Você volta outra pessoa”, comenta.
Como é o curso?
OS cursos oferecidos pelo LAIOB têm duas semanas de duração e se dividem entre aulas de Business English e as aulas do curso escolhido. Tanto Heri quanto Ludmila fizeram o curso de Corporate Finance, mas comentam que as aulas de inglês são igualmente proveitosas.
“O professor de inglês era uma pessoa que fazia tradução simultânea, e o contato com isso foi algo totalmente novo para mim, e ele mostrou alguns mecanismos bem diferentes para treinar [o inglês]”, lembra Heri.
Além das aulas, os alunos também podem visitar empresas e startups sediadas na região. Essa oportunidade é outro dos aspectos positivos do curso que Ludmila destaca. “A gente tem um contato muito próximo, pode conversar, e eu pude apresentar minha empresa para o gestor de um hub de empreendedorismo. Todos deixam seus contatos disponíveis para que a gente pudesse se manter em contato depois de voltar ao Brasil”, diz.
As aulas do curso em si, ao mesmo tempo, não deixam a desejar. “Fiquei apaixonada pelos professores, todos dominavam muito bem os conhecimentos”, avalia Ludmila. “Como a minha formação era diferente, eu nem imaginava as coisas que aprendi”, conta Heri (que se formou como engenheira).
Tanto Heri quanto Ludmila destacam positivamente o fato do curso ter duas semanas de duração. Dessa forma, fica mais fácil para quem quer estudar sem se afastar do mercado. “Depois que você começa a trabalhar é mais difícil [estudar fora], mas como o LAIOB é mais curto, fazia sentido pra mim. Dá pra fazer nas férias”, comenta Heri.
Candidatura às bolsas para cursos curtos nos EUA
As bolsas para cursos curtos nos EUA do LAIOB cobrem integralmente o valor dos estudos, da moradia e da alimentação durante as duas semanas. Ludmila montou um programa de financiamento coletivo para ajudar a custear também as passagens aéreas, e se surpreendeu com a boa recepção que sua iniciativa teve. “Uma causa que eu achava que era minha se tornou de muitos”, lembra.
O processo de candidatura envolve o preenchimento de um formulário online, o envio de alguns documentos e, num segundo momento, entrevistas por telefone ou Skype. Um dos documentos necessário é um CV atualizado em inglês, e Ludmila considera, lembrando, que foi uma boa oportunidade para fazer um CV nessa língua. “Precisei usar mais vezes depois”, diz.
Na visão de Heri, o próprio processo de preencher o formulário é interessante, pois faz você considerar sua própria trajetória profissional. “Eu tive que pensar bastante sobre como o curso poderia me ajudar e o que eu esperava dele”, diz. Para Ludmila, foi uma oportunidade de voltar a ter contato consigo mesma e com suas aspirações. “Quando você passa tanto tempo no ambiente corporativo, no meu caso 12 anos, você tende a se olhar mais como ‘a profissional’ do que como ‘a indivíduo'”, comenta.
As entrevistas, de acordo com o LAIOB, não são agendadas: a ideia é que o candidato seja pego um pouco desprevenido mesmo. Ela é feita em inglês, e envolve tanto perguntas sobre a formação e experiência profissional do candidato quanto questões mais motivacionais. Ludmila conta que ficou nervosa durante o processo, mas a entrevistadora foi muito gentil “e me ajudou a me acalmar”.
Para quem quer uma das bolsas para os cursos cursos do LAIOB, ela recomenda que a pessoa destaque seus principais pontos fortes durante a candidatura. Também sugere que o candidato pesquise bastante sobre a oportunidade, para poder se mostrar bem informada durante a entrevista, e se possível converse com outras pessoas que já fizeram o curso. Heri confirma que desde que fez o curso foi procurada por muitas pessoas para saber como ele funciona e se informar sobre o processo de seleção.
Outros aprendizados
Tanto para Ludmila quanto para Heri, as bolsas para cursos curtos nos EUA do LAIOB marcaram a primeira vez em que elas viajaram sozinhas para os EUA. “Logo depois do curso, eu tinha uma apresentação em um congresso e estava muito nervosa. O curso me deixou mais tranquila com relação a isso”, conta Heri. Nas aulas de inglês, ela diz, há várias oportunidades para falar em público, o que acaba sendo um treino.
Para Ludmila, foi também sua primeira viagem internacional. “Foi a primeira vez em que eu tive a responsabilidade de fazer um itinerário para viajar sozinha, e por mais que eu saiba inglês eu não domino a língua. Foi um desafio maravilhoso”, comenta. Ela também destaca as oportunidades de networking que o curso oferece. “Foi uma ótima oportunidade de conhecer pessoas diferentes, de várias faixas etárias e áreas de atuação”, diz.
Ela também reforça a importância que a inteligência emocional teve em sua experiência. “Não adianta a gente falar que o emocional e o psicológico não são afetados quando você tem uma oportunidade gigantesca e se vê em outro país, sem sua família”, comenta. POr isso, ela acredita que essa questão é “primordial”. Para ela, o fato de ela ter conquistado suas passagens com um financiamento coletivo ajudou nesse aspecto. “Me fez lembrar, em momentos de timidez e saudades da família, que tem pessoas que acreditam no meu trabalho e seriam impactadas quando eu retornasse”, comenta.