Por Lecticia Maggi
Giuliana Reis, de 25 anos, cursa MBA na Chicago Booth School of Business. Já José Frederico Lyra Netto, de 30 anos, é aluno de mestrado em Políticas Públicas em Harvard. Lá, também estuda Renan Ferreirinha Carneiro, de 21 anos, no 2º ano de graduação. Ele é amigo de Bárbara Cruvinel, de 19 anos, aluna de Yale. Além de estudaram em instituições de excelência, que ocupam o topo dos principais rankings acadêmicos mundiais, eles também têm outro fato em comum: são bolsistas da Fundação Estudar.
Na minha entrevista perguntaram por que eu optei por Chicago Booth e não o MIT, já que tenho um perfil bastante empreendedor, e eu fui direta: ‘Porque não passei lá’. Todos riram
Os quatro desbancaram dezenas de milhares de candidatos e, ao serem aprovados, receberam ajuda financeira para custear seus estudos no exterior e passaram a fazer parte da Comunidade Estudar – uma rede de talentos comprometidos com o desenvolvimento do Brasil. “Hoje, por fazer parte desta rede, ficou muito mais fácil falar com pessoas que gosto e admiro. E não só grandes nomes, como Jorge Paulo Lemann, mas também gente jovem e que já está fazendo a diferença”, afirma José Frederico.
Para quem também quer ingressar na Comunidade Estudar, as inscrições ao Programa de Bolsas estão abertas até o dia 31 de março. Para se candidatar, é necessário ter entre 16 e 34 anos de idade e estar matriculado ou em processo de aceitação de curso de graduação no Brasil ou no exterior (completo, intercâmbio acadêmico ou duplo-diploma) ou pós-graduação no exterior (mestrado, MBA, doutorado e pós-doutorado). Saiba mais aqui
A seguir, veja três dicas dos bolsistas sobre o processo seletivo que consideram ter contribuído para que fossem aprovados:
1. Informe-se a fundo sobre a organização: vá preparado!
Renan e Giuliana fazem coro ao dizer que a regra número para qualquer processo seletivo é se preparar, obtendo o máximo de informações possíveis sobre a empresa ou organização. “Já entrevistei muitas pessoas e é impressionante o tanto de gente que não sabe o que está fazendo ali. Isso elimina a maioria”, diz Giuliana que, antes de ir para os EUA, era empreendedora. “Saiba em detalhes o que a empresa ou organização faz, conheça seus valores – e como eles dialogam com o que você acredita, quais são as etapas do processo e quem são as pessoas envolvidas”, completa.
No processo da Fundação Estudar, ser você mesmo é a melhor coisa que você pode fazer. Pode parecer clichê, mas não
2. Seja verdadeiro e não tente parecer perfeito
“No processo da Fundação Estudar, ser você mesmo é a melhor coisa que você pode fazer. Pode parecer clichê, mas não é”, diz Bárbara. A estudante exemplifica o que diz com uma situação que vivenciou em uma das etapas de entrevistas: “Perguntaram: ‘Queremos abrir uma empresa, vocês vão com a gente?’. Todos os candidatos responderam imediatamente que ‘sim’ e eu disse que ‘não’, que meu objetivo é fazer pesquisa científica e eu só iria se fosse algo nesta área”.
Para Giuliana, a orientação principal é ser verdadeiro, apostar no que acredita e não tentar parecer perfeito. “Na minha entrevista perguntaram por que eu optei por Chicago Booth e não o MIT (Massachusetts Institute of Technology), já que tenho um perfil bastante empreendedor, e eu fui direta: ‘Porque não passei lá’. Todos riram”, conta.
3. Conheça-se e saiba “vender seu peixe”
Ao longo das oito etapas de seleção, os candidatos são diversas vezes confrontados e precisam saber defender seus sonhos e paixões – para isso, obviamente, é necessário saber quais são eles. “O processo todo é um grande convite à reflexão e ao auto-conhecimento, me fez pensar bastante em quem eu sou e onde quero chegar”, afirma Renan.
Não tente falar algo só para agradar, aposte nas suas crenças
Ele acredita que no Brasil as pessoas têm dificuldade em “vender o próprio peixe”, ou seja, falar de si mesmas e mostrar no que são boas, pois têm medo de parecerem arrogantes. “Há diferença entre arrogância e sinceridade. É muito importante ser sincero e mostrar suas skills (habilidades), sem timidez”, acrescenta.
No meio de tantos candidatos altamente capazes, José Frederico considera que histórias diferentes e ousadas contam pontos. “Não tente falar algo só para agradar, aposte nas suas crenças. Eu, por exemplo, deixei claro que meu sonho é ser político. Acho que isso é algo incomum e que chamou a atenção”, diz. “O mais importante é confiar em si mesmo e no seu potencial”.
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