Por Carine Berteli
Conforme o combinado gostaria de compartilhar com vocês a parte II da minha aventura de estudar no Canadá! Aproveito para dar dicas sobre o processo de admissão para o mestrado e sobre as bolsas de estudo na Universidade de Montréal (UdeM).
Tomei a decisão de fazer meu mestrado em física experimental depois de ter feito um estágio de verão com o professor Carlos Silva no último ano da minha graduação. Ele é mexicano, referência internacional em semi-condutores orgânicos e em espectroscopia óptica ultra-rápida, e um apaixonado por futebol. Durante o meu estágio, ele me liberou para ver todos os jogos do Brasil na Copa de 2010!
Encontrar um orientador que aceite e acredite no seu projeto é o primeiro passo para o mestrado ou doutorado no exterior
No meu caso, conversei pessoalmente com ele, que seria meu futuro orientador, mas é muito normal que os estudantes internacionais façam este primeiro contato por e-mail. Encontrar um orientador que aceite e acredite no seu projeto é o primeiro passo para o mestrado ou doutorado no exterior – e um dos mais importantes.
No departamento de ciências e engenharia existem muitas bolsas disponíveis, mas estudantes internacionais de todas as áreas também podem concorrer a uma bolsa de isenção nas mensalidades suplementares (Bolsa de excelência C). Com essa bolsa, os valores de anuidade pagos são semelhantes aos dos estudantes canadenses. Fui contemplada pela bolsa do meu orientador e por essa bolsa de excelência C – o que foi mais que suficiente para me manter em Montréal e pagar a universidade. Existem outras possibilidades de bolsas na UdeM e outras ainda oferecidas pela Mitacs.
Optei pela modalidade tradicional do mestrado, voltado para pesquisa e com duração de dois anos. O primeiro ano é de estudos: fiz três cursos, dois na UdeM e um na McGill University, também em Montréal, através de um convênio entre as universidades. Depois, é dedicação total à pesquisa e escrita do mémoire – o trabalho de conclusão de curso para o mestrado.
Os cursos possuem um número reduzido de alunos, e os professores são muito próximos e disponíveis. Um professor por quem tenho uma profunda admiração, por exemplo, é o Michel Côté, que aos 31 anos tornou-se professor na UdeM depois de ter feito seu doutorado em Berkeley e pós-doc em Cambridge. Fiquei impressionada com a habilidade que ele tinha de tornar simples assuntos complicados e a disponibilidade que tinha para nos ensinar (e olha que eu era uma daquelas alunas chatas que fazem muitas perguntas!)
Fora da sala de aula, o mais legal é a possibilidade de fazer amizade com pessoas de vários países do mundo. Um exemplo é minha amiga chinesa Fei, que conheci durante o seu estágio de doutorado na UdeM, e que me ensinou coisas que vão muito além da física! Uma vez ela veio me ajudar numa experiência às 22h30, pois não estava conseguindo fazer funcionar um instrumento do laboratório. Posso afirmar que mesmo com o inverno, existe muito calor nos corações dos quebequenses!
Recebi muitos e-mails com muitas perguntas legais após escrever o primeiro artigo. Por isso gostaria de compartilhar com vocês um link com FAQ sobre o application para universidades do Canadá, que vai ajudar muita gente com estas dúvidas. Por fim, desejo coragem, determinação e sucesso a todos e todas que querem estudar fora!
* Foto: Carine e a amiga Julia Neves em Montréal, no Canadá
Carine Berteli fez a sua graduação em Física e mestrado em Física Experimental na área de energia solar ambas pela Université de Montréal. Atualmente ela é embaixadora da Universidade de Montréal no Brasil e trabalha como Consultora em Inovação Tecnológica no Parque Tecnológico São José dos Campos. Tem paixão por empreender, adora aprender e tudo o que é inovador!
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