Depois de se formar em Direito, no final de 2019, a capixaba Daniela Duarte, de 26 anos, começou a advogar em um escritório de sua cidade, a pequena Boa Esperança, de 15 mil habitantes, no interior do Espírito Santo. Ela, que estudou em colégios públicos durante a vida toda e foi bolsista do Prouni, sempre teve vontade de estudar em outro país, sonho que julgava inalcançável. “Parecia algo impossível para alguém como eu, de uma cidade pequena, que não estudou em uma universidade famosa”, conta.
Apesar de considerar que seu trabalho como advogada das áreas de família e previdência ajude as pessoas, Daniela diz que sentia a necessidade de fazer algo maior, que impactasse a vida de muitas pessoas. Unindo sua vontade de estudar fora e de ajudar a sociedade, ela decidiu em 2022 que tiraria do papel seus projetos internacionais.
Ela optou por se candidatar a mestrados em Políticas Públicas, já que tem grande interesse em pesquisas de raça e gênero. “Sou uma mulher preta em uma cidade pequena, durante toda a minha vida fui uma das únicas nos espaços que ocupei. Isso sempre me incomodou, e foi essa inquietação que me moveu a fazer o mestrado em Políticas Públicas”, diz. Um dos desejos de Daniela é aplicar no Brasil o conhecimento obtido pelos estudos no exterior. “Quero fazer a diferença no país, aplicando políticas que sejam inclusivas e tenham igualdade, equidade e diversidade, para que eu não seja mais a exceção nos espaços”, explica.
Brasileira é aprovada em mestrados internacionais
O que era antes só sonho agora já é realidade: Daniela foi aprovada no mestrado de cinco universidades: Hertie School, na Alemanha, PennState, University of Minnesota, University of Maryland e The George Washington University, nos Estados Unidos, sendo que nessas duas últimas recebeu bolsas parciais. Ela ainda aguarda o resultado de outras universidades.
Daniela fez parte do Prep Pós, curso online e gratuito que prepara jovens que sonham em fazer uma pós-graduação em outro país. “O preparatório me ajudou a entender que o processo de candidatura não era um bicho de sete cabeças, só era preciso fazer uma parte de cada vez. A partir do momento que foi dividido, ficou mais fácil”, conta.
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Além disso, a rede de apoio criada no curso foi fundamental para atravessar o percurso de modo menos solitário. “Nós nos ajudávamos, liamos as cartas uns dos outros e dávamos feedback , isso foi essencial. Também foi importante conhecer histórias de pessoas parecidas comigo e que já tinham conseguido chegar onde eu queria”, lembra.
A família foi uma parte fundamental para que ela conseguisse lidar com a parte emocional do processo. “Minha mãe era professora do primário e meu pai tem uma pequena loja de produtos informáticos. Eles sempre me apoiaram, mas não tinham condições de me ajudar financeiramente nesse sonho”, diz. Daniela sempre trabalhou para ter o próprio dinheiro: aos 15 anos foi para a loja do pai e já no segundo ano de faculdade começou a fazer estágios remunerados.
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Uma das partes mais difíceis do período foi lidar com a insegurança, que muitas vezes aparecia como síndrome do impostor. “Nesses momentos, ter o apoio de pessoas ao meu redor era muito útil, tanto da minha família quanto do curso. Ao mesmo tempo que algo dava errado, tinha alguém que ajudava e me apoiava nessa montanha russa de sensações”, relata. Com o Prep Pós, ela entendeu que ter alguém mostrando o caminho deixa tudo mais fácil.
Agora, ela espera os resultados das universidades para ver qual oferecerá a melhor bolsa para que ela vá realizar seu sonho nos Estados Unidos. Olhando para o caminho que percorreu, ela avalia que passar pelo processo com a ajuda de outras pessoas foi fundamental para seu sucesso. “Não é impossível passar por tudo sozinho, mas é muito mais difícil”, finaliza.
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