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No MIT, brasileiro pesquisa inovações para combater o câncer

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Desenvolver um medicamento mais efetivo e menos agressivo para o câncer é mais do que um sonho, é uma das metas concretas de Pedro Pires para os próximos anos. Bolsista da Fundação Estudar, o mineiro de 31 anos é um dos brasileiros no MIT, o mais famoso instituto de tecnologia do mundo – onde atualmente realiza seu pós-doutorado em nanotecnologia.

Aluno da rede pública boa parte do ensino fundamental e durante todo o ensino médio, Pedro sempre gostou de química e biologia. Na hora de escolher a graduação, optou pelo curso de farmácia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na mesma instituição também realizou mestrado em Inovação Biofarmacêutica e doutorado no Departamento de Química.

Quero aplicar a nanotecnologia no tratamento do câncer para conseguir desenvolver um medicamento que seja mais efetivo na contenção de metástases, de forma a não prejudicar células sadias

“Entender como as coisas funcionavam, principalmente na natureza e no corpo humano, sempre foi emocionante. Mas, sem dúvida, o que mais me inspirou na escola foram as pessoas, os professores que tive a sorte de ter. O prazer e o domínio que alguns tinham ao falar sobre o conteúdo me contagiava e aumentava minha vontade de aprender”, diz.

Medicamento com carimbo brasileiro

O interesse em pesquisar remédios relacionados ao câncer surgiu ao observar os efeitos colaterais intensos associados ao uso de alguns medicamentos. Hoje, seu objetivo principal é tornar os medicamentos mais seletivos e específicos para células ou tecidos tumorais. “Quero aplicar a nanotecnologia no tratamento do câncer para conseguir desenvolver um medicamento que seja mais efetivo na contenção de metástases, de forma a não prejudicar células sadias. E esse medicamento terá carimbo brasileiro, será feito com tecnologia nossa”, garante.

Pedro já trabalhou no Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia, foi analista na Medley e coordenador de marcas e patentes na UFMG. A oportunidade de empreender em ciência surgiu com o projeto de mestrado submetido e aprovado pelo edital do Programa de Incentivo à Inovação. “Foi um incentivo a continuar tudo aquilo que havia começado. Foram feitos estudos de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental, assim como um plano de negócios em uma segunda etapa”.

Em defesa da ciência mais original e competitiva, Pedro acredita que a pesquisa no Brasil deve não só se basear em artigos, mas principalmente em patentes. “O número de patentes é levado em consideração em diversas análises de inovação mundial, como o Índice de Inovação Global (INSEAD/OMPI) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, explica.

Pesquisa no Exterior x Pesquisa no Brasil

Os custos e concessões para patentes aqui no Brasil o preocupam: “Em geral, o tempo necessário para a concessão de uma patente no Brasil chega a superar 10 anos (nos EUA e em outros países da América Latina a média é de dois anos), já os custos podem ser bastante elevados para uma empresa ou universidade, caso a tecnologia não se torne um produto explorado comercialmente”.

No MIT, Pedro participa de um grupo de pesquisa que possui mais de 25 startups e 1080 patentes, sendo 300 já licenciadas para indústrias farmacêuticas, químicas, biotecnológicas e de dispositivos médicos. “As expectativas aqui são as melhores possíveis. Além da pesquisa que estou desenvolvendo, quero vivenciar a relação universidade-empresa e aprender com o espírito empreendedor. Além disso, quero criar uma rede forte de colaboração para que outros pesquisadores brasileiros possam ter essa oportunidade e para que possamos desenvolver projetos em parceria com o Brasil”, diz. Alguém dúvida?

 

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