Não é à toa que as universidades da Ivy League tenham fama de ser competitivas. Se a intenção é, por exemplo, se candidatar a Harvard, as chances de aceite são de 5,2%. Os índices mais generosos ficam para a Universidade Cornell, que aceite 12,5% dos que aplicam para a graduação.
Estabelecer quem passa pelo crivo, portanto, é uma tarefa difícil. Essa porcentagem mínima precisa dar conta dos critérios holísticos da seleção, que incluem atividades extracurriculares e histórico acadêmico. Para os brasileiros, ainda, há o requisito de proficiência a ser comprovado, por meio de testes como TOEFL e IELTS.
Por isso, o aluno deve demonstrar sua excelência na área de interesse e os resultados obtidos no passado em sua application. O processo conta, também, com uma etapa de entrevistas para muitas universidades americanas.
Ainda assim, nem todo mundo consegue o “sim” logo de cara. Para aqueles que recebem a carta de rejeição, a princípio, há novas chances.
Como se candidatar a Harvard (ou outra Ivy League) pela segunda vez
Sim, é possível se candidatar a Harvard mais de uma vez – e o mesmo vale para outras instituições que compõem a Ivy League, associação de universidades americanas.
Antes de deixar de lado o sonho de estudar fora, vale refletir sobre o processo de seleção e sobre quais pontos comprometeram a candidatura. Ou seja, onde foi que o candidato “errou” ao apresentar sua application. De início, essa análise pode ser feita por si mesmo, por alguém próximo – por exemplo, um amigo que conheça sua trajetória -, ou por um especialista.
Nessa segunda análise, em busca dos erros que “barraram” a aprovação, devem ser levados em conta os fatores diversos estabelecidos na seleção. Notas em testes padronizados, desempenho acadêmico no Ensino Médio e pontuação nos exames de proficiência em inglês, por exemplo. Também entram na lista as cartas de recomendação e os essays, que constituem uma parte essencial da candidatura.
Se a nota baixa em uma prova padronizada, com o SAT, salta aos olhos, é possível verificar qual a nota obtida pelos aprovados. Em geral, as universidades listam a média de desempenho dos recém-admitidos em seus sites oficiais. Preparar-se para refazer testes, ou elaborar novamente os textos de apresentação à universidade exigem disciplina para uma segunda tentativa.
E agora, o que fazer?
Depois do exercício de reflexão, chega o momento de pensar nos caminhos possíveis. Para se candidatar normalmente, por uma segunda tentativa, o aluno estrangeiro não pode estar cursando uma graduação no país de origem. Isso porque, nesses casos, o modo de admissão seria por transferência, processo diferente da application.
Com a carta de rejeição em mãos, resta elaborar um plano de ação para diferenciar a candidatura da primeira e da segunda investida. Ou seja, o aluno deve se esforçar para que, no período de um ano que separa esses dois momentos, sua application ganhe força.
Por exemplo, o estudante pode dedicar-se a um projeto pessoal, que soará interessante para os responsáveis por admissões. Ou mesmo, arriscar-se em oportunidades de pesquisa, fóruns e conferências para jovens ou mesmo trabalho voluntário. Se o problema são as notas em testes padronizados, é possível fazê-los novamente.
Exemplo de quem tentou duas vezes – e conseguiu
A alagoana Larissa Maranhão nutriu por anos o sonho de fazer faculdade no exterior. Depois de ser rejeitada na tentativa inicial, decidiu se candidatar a Harvard novamente. Ela refletiu, inicialmente, sobre o que faria de diferente e seguiu a orientação de uma representante do admissions office: viver novas experiências durante o gap year.
Ela também detalha quais foram as lições que tirou da experiência, antes de embarcar para o curso de Economia da universidades mais prestigiada dos Estados Unidos. “Você pode sentar e desistir, ou pode seguir para alcançar o que deseja, por um caminho alternativo”.