Não é novidade que a Universidade Harvard, localizada nos Estados Unidos, concentra alunos brilhantes do mundo todo. Ao todo, são mais de 20 mil estudantes, divididos entre graduação e pós-graduação – que passaram por uma rígida seleção. Mas o que há de comum entre estudantes de perfis variados? No fim das contas, o que determina o candidato ideal para Harvard?
Antes de pensar nos critérios, vale pensar em quem já passou pela peneira com sucesso. O ex-presidente americano Barack Obama, por exemplo, frequentou a Harvard Law School – assim como sua esposa, Michelle Obama, advogada também formada pela HLS. Já Bill Gates deixou a universidade, em 1975, para fundar a Microsoft. John Kennedy, que também passou pela presidência americana, não só fez a graduação em Harvard como editou o jornal universitário de lá. Já a atriz Natalie Portman obteve um diploma em psicologia na instituição de ensino, antes de enveredar pela carreira em atuação.
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Em outras palavras, há políticos de destaque, empreendedores em tecnologia, artistas e acadêmicos de áreas diversas. O aspecto em comum, nesse caso, não se restringe aos campos de atuação, mas sim à excelência. Ano após ano, o candidato ideal para Harvard continua a ser o de alguém com resultados excelentes.
Como explica o brasileiro Victor Domene, que estudou Ciência da Computação e Matemática na universidade, esse aspecto é importante na hora de redigir os essays da candidatura e também conseguir as cartas de recomendação. Demonstrar seus diferenciais na application, como ele destaca, não é tarefa simples. “Saber comunicar em pequenas redações a essência de quem você é provavelmente é a parte mais difícil do processo inteiro”, opina Victor.
Agora, ao fim da seleção, o candidato ideal para Harvard costuma ter traços em comum: em especial, o brilho no olho pelo seu campo de atuação. Nas palavras de Victor, “uma vontade e uma paixão muito grande por suas áreas”. E valem todas as áreas: filosofia, matemática ou engenharias reúnem alunos apaixonados pelo que estudam. “Para mim, a característica mais importante de Harvard é justamente essa mistura de pessoas extremamente talentosas e dedicadas a suas respectivas áreas”, pontua o brasileiro.
Qual filtro seleciona o candidato ideal para Harvard
Por trás da escolha de quem entra ou não em Harvard, estão critérios avaliados por meio dos documentos da application. Por exemplo, além do histórico escolar, que deve revelar um bom desempenho acadêmico, é necessário detalhar atividades extracurriculares. Há ainda espaço para essays sobre os motivos pelos quais o estudante escolheu Harvard e explicações sobre como o diploma impulsionará seus planos.
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Como regra geral, a definição do processo seletivo de Harvard é a de um sistema holístico, comum às universidades americanas. Ou seja, que incorpora aspectos pessoais, acadêmicos e profissionais do candidato, analisando-o como um todo. Por meio do processo – que inclui desde os documentos da application e até entrevistas -, é possível dizer quem se encaixa melhor na universidade e que serviria como uma boa aquisição para o corpo docente.
Isso não significa dizer que há um perfil ideal para Harvard fechado a uma área de conhecimento ou a uma característica de personalidade ou de trajetória. Não há apenas pessoas tímidas ou extrovertidas, ou só alunos que passaram por olimpíadas científicas. Como destaca a professora Helen Vendler, que integrou o comitê de admissions da instituição, há uma preocupação em escolher também os alunos que podem ter se saído mal em uma matéria – mas que compensam isso sendo, por exemplo, criativos.
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“A verdade é que muitos futuros poetas, escritores e roteiristas podem não ser estudantes que só tiram notas 10, seja no ensino médio ou na faculdade”, pontua a professora em seu texto para o setor de admissions de Harvard. E daí vem a importância do processo holístico e da possibilidade de demonstrar os atributos do aluno em várias seções.
Como saber se você se daria bem em Harvard
Na hora da application, o caminho certeiro é contar uma boa história sobre sua trajetória e seus interesses, antes de se preocupar com uma nota ruim em matemática ou com a dificuldade em ciências.
O candidato ideal para Harvard, do curso de Filosofia ao Direito, é alguém apaixonado pelo que estuda e faz, e capaz de demonstrar sua excelência naquilo. E são muitas as formas de fazê-lo: seja submeter um bom resultado em provas de matemática e testes padronizados, seja mencionando um campeonato de xadrez ou o engajamento de longa data com teatro.