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Carnaval: como são as festas de rua de outros países

Copenhagen distortion - carnaval fora do brasil

De sábado até quarta-feira, o Brasil comemora o Carnaval. São quatro dias e meio de desfiles, música e festas, além de feriados. É uma grande manifestação cultural brasileira e um dos maiores símbolos por meio dos quais o Brasil é reconhecido no exterior. E de acordo com a Agência Brasil, ele deve movimentar cerca de R$ 8 bilhões só no setor de turismo.

Mas o Brasil não é o único país a ter festas de rua. Diversos outros países têm celebrações semelhantes. Em alguns casos, elas acontecem no mesmo período do ano e compartilham parte da origem cristã das festividades. Em outros, no entanto, elas acontecem durante outra época, mas também são feriado e trazem desfiles, festas de rua, música e ocupações criativas do espaço público.

Por isso, para marcar a data, listamos abaixo outros países que também têm festas de rua semelhantes ao carnaval. Confira:

Como é o “carnaval” de outros países

Canadá — Carnaval de Quebec

Mais ou menos na mesma época em que o carnaval brasileiro acontece, transcorre também uma festa semelhante no outro hemisfério: trata-se do Carnaval de Quebec, na cidade de mesmo nome do Canadá. Ele acontece todos os anos desde 1954 e é um dos maiores festivais de inverno do mundo.

Assim como o carnaval daqui, o evento canadense também inclui desfiles, grupos de percussão e atividades festivas para pessoas de todas as idades. Mas assim como o nosso carnaval é marcado pelo calor, as festividades do Quebec são marcadas pelo frio. Tanto que o mascote oficial da celebração é um boneco de neve chamado “Bonhomme Carnaval”. E uma atração particularmente famosa do evento é a exibição de esculturas feitas de neve e gelo.

Corridas de trenós e labirintos feitos de gelo também são comuns durante as festividades. Para combater o frio, os foliões costumam beber uma bebida alcólica quente chamada Caribou, que mistura vinho tinto com conhaque e xarope de bordo — uma espécie de mel extraído da árvore cuja folha aparece na bandeira do Canadá. Em alguns casos, ela é servida em copos feitos de gelo.

Dinamarca – Copenhagen Distortion

Uma das maiores reuniões anuais de pessoas na Europa, o festival Copenhagen Distortion acontece na capital da Dinamarca durante a semana do primeiro sábado de junho. Não é à toa: durante essa época do ano, os dias dinamarqueses são extremamente longos, e a luz do sol vai até quase as 22h. Com isso, há mais tempo para aproveitar a claridade, as ruas e as festividades.

A ideia para o festival começou como uma festa de música (chamada “Distortion”) em 1998. Atualmente, o festival conta com o apoio da prefeitura da capital e milhares de pessoas do mundo todo. Ao longo do dia, as festas acontecem na rua, nos bairros de Nørrebro and Vesterbro, e há também eventos para crianças e pique-niques comunitários. De noite, elas se deslocam para baladas e bares da cidade toda.

No fim de semana final, acontece também um festival de música eletrônica chamado Distortion Ø, que traz grandes nomes do gênero para uma área reservada na cidade. Fogos de artifício, luzes extravagantes e decorações chamativas complementam o clima da festa.

Espanha – La Tomatina

Imagine uma cidade inteira (e mais um monte de turistas) fazendo uma guerra de comida durante uma hora. É basicamente isso que acontece durante “La Tomatina“, uma festa celebrada anualmente na última quarta-feira de agosto na cidade de Buñol, na região de Valencia na Espanha.

A festa começou em 1945 quando uma briga durante um desfile resultou numa troca de tomatadas. No ano seguinte, os jovens relembraram o acontecimento trazendo tomates de casa, mas a festa foi ilegal até 1957, quando tornou-se um evento oficial. Foi só depois de 1983, quando uma reportagem de um jornal espanhol retratou a festa, que ela começou a crescer em popularidade e atrair gente de fora.

Atualmente, a guerra de tomates continua a acontecer e atrai cada vez mais pessoas. Ela tem foco no centro da cidade e dura (oficialmente, pelo menos) cerca de uma hora. Ao fim do período, um sinal é dado e os participantes encerram as tomatadas. Nesse período, são arremessadas cerca de 130 toneladas de tomate. Depois, as ruas são lavadas por caminhões de bombeiros. E de acordo com uma matéria do Los Angeles Times, o ácido dos tomates faz com que as ruas que são palco da guerra fiquem extremamente limpas.

EUA – Mardi Gras

Em todo o estado da Louisiana, nos Estados Unidos — e especialmente na capital, New Orleans — celebra-se anualmente o Mardi Gras. O nome, de origem francesa, significa literalmente “terça-feira gorda”, e é significativo: o evento acontece na terça-feira antes da quarta-feira de cinzas, e marca a última oportunidade de se banquetear antes do início da quaresma.

Os primeiros registros de celebração da festa no estado datam de 1703, segundo o site oficial da celebração. Nos dias de hoje, no entanto, o Mardi Gras se expandiu e engloba um período que começa no dia 6 de janeiro e vai até a quarta-feira de cinzas. Mas em geral, é nos cinco dias anteriores à quarta-feira de cinzas que a verdadeira festa acontece. Nesses dias, as ruas são tomadas por desfiles semelhantes aos nossos blocos ou escolas de samba, organizados por grupos chamados de “Krewes”.

Assim como as nossas organizações carnavalescas, os krewes têm seus próprios temas e tradições, que se refletem nas fantasias, músicas, máscaras e motivos decorativos usados nos carros alegóricos de cada um. Os maiores deles saem na própria terça-feira pelas ruas em desfiles bem exuberantes.

França – Noite Branca (Nuit Blanche)

Inspiração direta para a Virada Cultural paulistana, a Nuit Blanche de Paris é a principal de uma série de eventos semelhantes que acontecem em capitais europeias. O nome (que significa literalmente “noite branca”) vem da expressão usada, em francês, para designar uma noite passada “em branco”, sem dormir. E o nome já revela um pouco do intuito da celebração.

Em Paris, ela acontece no primeiro sábado de outubro, e durante a virada de sábado para outubro, muitos museus e atrações culturais mantêm-se abertos a visitantes. As ruas ficam abertas para pedestres, são iluminadas de maneira decorativa e recebem desfiles, instalações artísticas e outras manifestações culturais. De acordo com a prefeitura de Paris, cerca de um milhão de pessoas participam dos eventos a cada ano.

Para permitir o acesso dessas pessoas aos eventos, o metrô fica aberto durante a virada, e há também caminhos dedicados às bicicletas. Também acontece uma corrida noturna gratuita chamada “La Grand Traversée” (ou “a grande travessia”), com dois circuitos de 10 quilômetros de extensão pelas ruas da cidade.

Holanda – Dia do Rei (Koningsdag)

O Koningsdag, ou “Dia do Rei”, é a comemoração do aniversário do rei da Holanda. Atualmente, trata-se do rei Wilhelm-Alexander, que faz anos no dia 27 de abril. Mas para fins de comemoração, caso o aniversário dele caia num domingo, a festividade acontece no dia 26, sábado. E o dia em questão sempre é um feriado nacional no país.

As celebrações começam na noite anterior, quando os bares e baladas aproveitam que o dia seguinte é feriado para promover festas especiais. No dia em si, o centro da cidade fica inteiro aberto para pedestres e recebe uma série de eventos culturais, incluindo shows e desfiles. Há também um mercado de rua chamado Vrijmarkt (literalmente “mercado livre”) no qual qualquer pessoa pode vender qualquer coisa que tiver.

É comum que os participantes se vistam de laranja, em homenagem à dinastia de Orange-Nassau que governa a Holanda. Por esse mesmo motivo também são populares bebidas de cor laranja. É comum que mais de um milhão de turistas venham homenagear o rei e participar das festividades, o que exige que os trens que parariam na estação central de Amsterdam sejam redirecionados para outras estações.

 

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