As celebrações do Carnaval não ficam restritas ao território brasileiro. Pelo contrário, elas acontecem mesmo para quem passa um tempinho fora. Além do Carnaval tradicional de países estrangeiros, a festa ganha espaço nos campi ao redor do mundo. Em universidades maiores – e naquelas que contam com número maior de brasileiros no corpo discente – a organização de muitas das atividades carnavalescas fica por conta dos alunos.
Em outras palavras, as student associations comandam a organização e elaboram eventos que tratem de vários pontos da cultura brasileira. Entre tais pontos, é claro, está a data, para a alegria dos foliões. Para alguns dos grupos, o treinamento para datas importantes dura o ano todo, com blocos de percussão e reuniões regulares de alunos brasileiros.
Como funciona o Carnaval para quem estuda fora
“No final do ano passado, fui convidada pelo BACaSO (Bryn Mawr African & Caribbean Students Organization) por uma amiga caribenha para um festival que envolvia um desfile de Carnaval. Foi uma das experiências mais divertidas da minha vida. A gente tende a esquecer que a nossa cultura e a dos demais latinos deriva em grande parte da África. Enquanto fantasiada no backstage (fantasia feita pelas próprias meninas do grupo, verde e amarela para representar o Brasil), eu ouvia o batuque do lado de fora – de uma apresentação de música africana – e sambava feito doida junto com as meninas de Porto Rico. Fechamos o festival com o desfile, com música alta e vestidas de ‘passista’ e voltamos para o backstage para sambar!”
https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Design-sem-nome-1.pngália Santos, que cursa a graduação em Bryn Mawr College, nos Estados Unidos, estuda Economia e Ciência Política, com minor em Matemática.
“Não temos uma comemoração em particular em relação ao Carnaval brasileiro em Brown. Mas há um grupo de percussão brasileira (“Bloco da Brown”) que se reúne todo domingo para tocar ritmos brasileiros (como o samba e o maracatu), e realiza algumas apresentações durante o ano. Há tanto brasileiros quanto americanos, e estudantes de outras nacionalidades no Bloco”.
Beatriz de Arruda faz a graduação em Neurociência na Brown University, nos Estados Unidos.
“Aqui em Harvard, o grupo de brasileiros HUBA (Harvard Undergraduate Brazilian Association) organiza anualmente um evento em comemoração ao carnaval: o HUBA Carnaval. Esse evento é aberto a toda a comunidade de Harvard e inclusive conta com a participação de uma banda de percussão. A festa, que ocorre em um espaço que Harvard dedica para, entre outras coisas, eventos promovidos por alunos, conta com comida brasileira e ‘gringos’ tentando aprender a sambar. É sempre muito divertido e uma ótima oportunidade para matar um pouquinho as saudades do Brasil.”
Arthur Abrantes cursa Ciência da Computação na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
“Para não deixar essa data passar em branco e também como forma de divulgação da nossa cultura, os alunos brasileiros da École Centrale Paris organizam o Bar Spé Brésil. Trata-se de uma janta temática oferecida a todos os alunos da universidade. Nós cozinhamos comidas típicas (arroz, farofa, feijoada, mousse de maracujá e caipirinha), decoramos o salão — que é, na verdade, um espaço de convivência comum dentro das instalações da universidade — com bexigas, bandeiras do Brasil, serpentina. Também contratamos uma batuca, que lembra a bateria de uma escola de samba, mas com 10 a 15 integrantes. A ideia é realmente reconstruir o ambiente de Carnaval e oferecer um fim de dia agradável, divertido e brasileiro a todos os franceses.”