Por Beatriz Rezende, estudante do Prep Program 2024
Quando decidi estudar no exterior, me deparei com um desafio inesperado: pedir cartas de recomendação. No Brasil, isso não é algo comum no ensino médio, e a ideia de abordar meus professores com esse pedido me deixou nervosa. Como garantir que eles entendessem a importância dessas cartas e, mais ainda, que as escrevessem de forma que realmente refletisse meu potencial? Se você está passando por esse processo e tem as mesmas preocupações, aqui vão algumas dicas que podem ajudar:
Como pedir uma carta de recomendação
Escolha a pessoa certa
A primeira e talvez mais crucial etapa é escolher o professor certo para escrever sua carta de recomendação. Não escolha aleatoriamente ou apenas pelo cargo que ele ocupa na escola. Pense nos professores que realmente conhecem seu trabalho, que acompanharam seu progresso ao longo do tempo e com quem você tem uma relação de respeito e confiança.
Se você se destaca em uma matéria específica que esteja relacionada ao curso que pretende seguir, esse professor é um excelente candidato. Por exemplo, se você quer estudar economia, um professor de matemática que viu sua evolução e interesse ao longo dos anos pode ser a escolha ideal.
Explique a importância
Ao pedir a carta, não se limite a apenas fazer o pedido. Explique por que essa carta é essencial para o seu processo de admissão. Detalhe como o sistema de seleção no exterior dá grande peso às recomendações e como a visão desse professor pode ser crucial para que as universidades entendam seu perfil acadêmico e pessoal.
Fale também sobre suas ambições e como estudar no exterior é um passo importante na sua jornada. Ao compartilhar suas metas, você não só reforça a importância da carta, mas também envolve o professor no seu sonho, tornando-o mais inclinado a investir tempo e cuidado na redação da recomendação.
Leia também: Cartas de motivação e recomendação: como elaborar as melhores para a sua candidatura
Faça uma “brag sheet”
Uma das maneiras mais eficazes de garantir que sua carta de recomendação seja detalhada e personalizada é fornecer ao professor uma brag sheet, ou seja, um documento que reúne suas conquistas, atividades extracurriculares, interesses, e aspirações futuras. Isso facilita muito o trabalho do professor, pois ele terá informações específicas para mencionar na carta, tornando-a mais rica e relevante. Ao criar sua brag sheet, inclua:
- Conquistas acadêmicas: Prêmios, notas destacadas, ou projetos em que você se envolveu.
- Atividades extracurriculares: Participação em clubes, voluntariado, estágios, ou outras atividades que demonstrem seu comprometimento e interesses fora da sala de aula.
- Características pessoais: Qualidades que você acredita que te definem, como liderança, trabalho em equipe, criatividade, ou resiliência.
- Metas futuras: Suas aspirações acadêmicas e profissionais, e como acredita que o curso que escolheu no exterior se alinha com essas metas.
Certifique-se de que o brag sheet seja claro e organizado, mas também pessoal. Ele deve servir como uma extensão da sua história, ajudando o professor a escrever uma carta que capture a essência de quem você é.
Peça com antecedência
Nunca deixe para pedir a carta de recomendação na última hora. O processo de escrita demanda tempo e reflexão, e é fundamental que o professor tenha espaço para pensar sobre o que vai escrever. Idealmente, peça as cartas em maio. Além disso, ofereça-se para fornecer mais informações ou esclarecer dúvidas durante esse período, mostrando que você valoriza o tempo e o esforço do professor.
Tenha suas cartas revisadas por especialistas
Uma das coisas que me deixava nervosa com as cartas de recomendação era o fato de eu não poder ver o resultado dela. Por isso, o Prep Program foi tão essencial. Sendo um Prep Scholar, suas cartas serão revisadas e o feedback será enviado para seu professor/coordenador para que ele possa deixar a carta ainda melhor!
Pedir cartas de recomendação pode parecer intimidador, mas com a abordagem certa, você pode garantir que elas realmente reflitam seu potencial e ajudem a abrir as portas para seu futuro acadêmico no exterior.
Beatriz Rezende é uma estudante do 3º ano do ensino médio em Goiânia (GO). Estudar fora do Brasil é um de seus maiores sonhos desde os 13 anos de idade. Atualmente, Beatriz é aluna da Prep Class of 2024 e se prepara para enviar suas applications para estudar economia em faculdades americanas. Ao longo do ensino médio, desenvolveu uma enorme paixão pelo debate competitivo, sendo premiada em diversas ocasiões tanto nacionalmente quanto internacionalmente. Além disso, a luta pela sustentabilidade é uma questão altamente importante para Beatriz. Por isso, também é presidente da maior ONG ambiental do Centro-Oeste gerida por estudantes de ensino médio, o Casulo.
A coluna acima foi escrita por Beatriz Rezende, participante do Prep Program, preparatório da Fundação Estudar com foco em jovens que desejam cursar a graduação no exterior. Totalmente gratuito, o programa oferece orientação especializada sobre o processo de candidatura em universidades de fora do país. Saiba mais e faça sua inscrição aqui.