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Bolsas de doutorado pleno

Mulher com globo terrestre - pós-doutorado

Para pedir uma bolsa de doutorado pleno, o primeiro passo é obter o aceite da universidade ou instituição estrangeira desejada. É preciso que um pesquisador ligado à universidade pretendida aceite orientar seu projeto de pesquisa. Para isso, o candidato pode entrar em contato diretamente com uma das instituições parceiras do programa Ciência Sem Fronteiras. Para bolsas nos Estados Unidos, o candidato deve atender também às orientações disponíveis no site da LASPAU, que fará a colocação do estudante em uma universidade norte americana.

Tendo a carta de aceite ou manifestação de interesse do possível orientador no exterior, os candidatos devem se inscrever no site do programa. “As inscrições estão abertas o ano todo e não é necessário esperar pela divulgação de chamadas públicas”, ressalta Márcio Ramos de Oliveira, coordenador-geral do Programa Ciência Sem Fronteiras. A recomendação é que elas devem ser realizadas com antecedência mínima de três meses para o início das atividades no exterior (tempo mínimo para a obtenção de visto e demais providências). Na hora da inscrição, será preciso anexar o currículo atualizado na Plataforma Lattes, os históricos escolares de graduação e de pós-graduação concluídos ou em andamento, cópia do documento de identidade brasileiro, um currículo resumido e atualizado do professor estrangeiro que topou orientar a pesquisa e a carta de aceite dele.

O mais importante, e que tem gerado mais dúvidas entre os interessados, é o plano de estudo que precisa ser enviado junto com a inscrição. “Ele não difere muito do projeto de pesquisa exigido dos estudantes que querem cursar o doutorado no Brasil e, inclusive, segue a mesma estrutura metodológica”, conta Ivo Rosa Montenegro, bolsista de doutorado pleno do Ciência sem Fronteiras no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

O documento deve estar escrito em português e ter, no máximo, 15 páginas (fonte Arial, tamanho 11, espaço entre linhas 1,5). A ideia é que o candidato mostre a importância da pesquisa proposta, como ela será realizada, no que ela está baseada e qual o cronograma – assim como nos projetos de doutorado realizados no Brasil. Como o documento deve ser escrito em português, o candidato pode pedir auxílio a um professor brasileiro que trabalhe com o mesmo tema para melhorar e adequar o projeto. “A qualidade do projeto, a excelência da instituição de destino no exterior e a fluência no idioma são fatores fundamentais para o candidato ter sucesso em seu pleito”, recomenda Oliveira.

A portaria que regulamenta esse tipo de bolsa exige que o plano de estudos contenha título da pesquisa, introdução e justificativa, objetivos (com definição e delimitação clara do objeto de estudo), metodologia a ser empregada, bibliografia de referência, justificativa para escolha da instituição de destino no exterior e cronograma do plano de atividades (incluindo previsão de pesquisa de campo e a infraestrutura experimental ou laboratorial específica, quando necessária). De acordo com o CNPq, “o programa vai avaliar o plano de estudo em relação à qualidade do projeto de pesquisa, a pertinência da instituição escolhida para o desenvolvimento e a experiência profissional e o potencial do candidato à futuras contribuições para o ensino superior, da pós-graduação e da ciência, tecnologia e inovação brasileira”.

“O processo de inscrição foi bem longo e cansativo, mas valeu muito a pena. Eu já tinha intenção de fazer o doutorado e assim tinha meu projeto de pesquisa já todo estruturado. Contei com o apoio do meu orientador de mestrado para ajustar a pesquisa e encontrar um laboratório que tivesse interesse no foco que eu queria dar. O MIT era o melhor deles e fui aceito. Adaptei meu projeto para as regras do programa e inclui o cronograma, tudo com a ajuda do meu orientador de mestrado e da própria universidade daqui. Não tem muito mistério, é preciso mostrar a importância da pesquisa a ser realizada e delimitar bem o foco – algo que quem já passou por uma pós-graduação sabe como fazer. O laboratório aqui é incrível. Tenho aprendido muito e vou levar essa experiência para toda a vida.”

Ivo Rosa Montenegro, bolsista de doutorado pleno do Ciência sem Fronteiras no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

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