Em geral, todos os pais desejam que seus filhos tenham sucesso. No entanto, muitos têm uma visão equivocada do que é isso e acabam associando tal palavra ao status e prestígio de uma universidade. “Se meu filho ingressar nessa instituição, será bem sucedido!” A realidade, porém, não é bem assim. “Sucesso deveria ser algo mais ligado à felicidade, empatia e bem-estar do que ao nome de uma universidade”, afirma Brady Norvall, coaching educacional, que esteve no Brasil na última semana para participar do G.A.T.E, evento promovido pela Student Travel Bureau (STB).
Brady é o criador da FindaABetterU (algo como: encontre o seu melhor, em tradução livre), organização que, por meio de mentoring e aconselhamento, auxilia estudantes a identificarem — e ingressarem — em universidades norte-americanas alinhadas ao seu perfil. Junto às famílias que o contratam, trabalha também para diminuir o gape entre aquilo que os pais anseiam para os filhos e o que eles próprios esperam do futuro. “É comum os pais projetarem nos filhos seus próprios medos e desejos, tornando-os ainda mais ansiosos”, afirma.
Segundo Brady, os adolescentes precisam de mentores nessa fase de transição do ensino médio para a universidade. Isto é, pessoas em quem confiem e se sintam à vontade para falar de suas emoções e dúvidas, e que possam auxiliá-los a encontrar o melhor caminho. O mentor não precisa necessariamente ser um profissional especializado nisso (como Brady): os pais, um tio ou um professor, por exemplo, podem exercer esse papel.
“Na adolescência estamos formando nossa personalidade, não sabemos exatamente quem somos, e tudo parece ser um grande dilema”, diz Brady. “Isso não significa que os adolescentes não possam conduzir a própria vida, eles podem e devem, mas precisam também dessa figura de um mentor.”
Outra orientação dele para os pais que querem saber como ajudar os rebentos a serem pessoas mais felizes é não focar apenas nos resultados entregues, mas principalmente nos caminhos trilhados para se chegar a eles.
“Queremos que nossos filhos sejam felizes, mas os pressionamos diariamente para que tenham as melhores notas da sala, sejam pessoas extraordinárias e se destaquem dos outros. É muita pressão para quem já vive uma fase conturbada”, afirma. “Eles precisam de perspectiva de futuro, mas sabendo que podem errar ou falhar e que não há nada de anormal nisso. A capacidade de resiliência também é algo importantíssimo para o tal do sucesso”, completa.