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Como escolher a universidade mais adequada para o seu LL.M.

Na coluna anterior,  foram levantados os custos de fazer um LL.M. no exterior. Acredito que, uma vez analisado esse aspecto, o próximo e natural passo de qualquer candidato é escolher a universidade em que pretende estudar. Diferentemente do que se possa pensar, não se trata de tarefa simples, e requer reflexões aprofundadas a respeito: (i) das pretensões profissionais do estudante; (ii) das peculiaridades que caracterizam cada uma das escolas de direito estrangeiras; (iii) do modelo de experiência internacional que o candidato pretende vivenciar; dentre outras.

Há cursos de LL.M. com perfil mais acadêmicos e outros com perfil mais voltado ao mercado de trabalho

Perfil mais teórico ou mais prático? – Em primeiro lugar, é importante que o candidato perceba desde cedo que cada universidade apresenta características próprias. Neste sentido, é fundamental que o candidato navegue nos sites das instituições de ensino, pesquise em blogs especializados e converse com ex-alunos a respeito das peculiaridades de cada uma das escolas para as quais pretende aplicar, para que sua decisão seja adequada ao seu perfil e às suas expectativas.

Os custos de fazer um LL.M. no exterior

O candidato logo atentará para o fato de que há cursos de LL.M. com perfil mais acadêmicos e outros com perfil mais voltado ao mercado de trabalho. Não há universidades puramente acadêmicas e outras profissionalizantes, mas sim que a depender da instituição o estudante se deparará com um approach mais teórico ou mais prático.

Os que estão focados em uma carreira acadêmica, podem aproveitar o embalo e começar a pesquisar também a respeito do S.J.D (Doctor of Juridical Sciences),  que representa o título equivalente ao PhD para as escolas de direito americanas. O LL.M. é a porta de entrada para o grau de doutor. Ressalte-se, porém, a resistência no Brasil à oficialização de ambos os títulos, tanto o de Master of Laws quanto o de Doctor of Juridical Sciences. As autoridades locais não os reconhecem como pós graduações em sentido estrito.

Já aqueles que pretendem entrar em escritórios de advocacia norte-americanos ou europeus devem ficar atentos se a universidade oferece ou não um serviço de inserção do recém graduado no mercado, bem como se terão liberdade para preencher os requisitos exigidos pelo BAR, equivalente norte-americano à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Aqueles que pretendem entrar em escritórios de advocacia norte-americanos ou europeus devem ficar atentos se a universidade oferece ou não um serviço de inserção do recém graduado no mercado

Áreas de especialização – Outro aspecto para ser levado em consideração é o da especialização. Há escolas de direito que oferecem LL.M. em áreas específicas como: Taxation, Corporate, Legal Theory e etc. A grande maioria, porém, oferece um LL.M. geral, sem áreas específicas, em que o candidato escolhe suas disciplinas de acordo com suas preferências. Neste último caso, nada impede que o candidato monte seu currículo de acordo com sua área de interesse.

Reputação e prestígio – É importante ainda (para não dizer irresistível) que o candidato mergulhe nos diversos rankings que hierarquizam as melhores escolas de direito de cada país. Obviamente, a decisão não deve ser baseada exclusivamente neste aspecto, mas essa análise serve, sem sombra de dúvidas, como um belo norte.

Critérios adicionais que também devem ser ponderados são: (i) o interesse em algum professor específico, especialista em um tema que o candidato pretende se aprofundar; (ii) o tamanho das turmas, já que há diferenças grandes entre universidades; (iii) a concessão de bolsas, que podem ser por méritos ou por necessidade, a depender da instituição de ensino; e (iv) a existência de linha ideológica que norteia as pesquisas na universidade e com a qual o candidato se identifica.

Cidade – No mais, o candidato deve olhar também para a cidade que pretende viver. Algumas universidades americanas e europeias ficam em cidades muito pequenas, enquanto outras estão localizadas em grandes metrópoles. É fundamental, para o aproveitamento do curso, que o estudante sinta-se à vontade na cidade em que morará. Não é demais lembrar que, para os que pretendem trabalhar em um escritório norte americano após o LL.M., a escolha de uma cidade grande proporciona um networking mais constante, o que pode ajudar no processo de seleção.

Enfim, estes são apenas alguns aspectos que devem ser analisados. Há outros tantos que são difíceis de controlar, mas que certamente exercem influência no momento da escolha. Afinal de contas, a mística de algumas universidades mexe com o imaginário dos estudantes e em muitos casos faz ressurgir sonhos de criança, fazendo com que candidatos aceitos em mais de uma instituição acabem escolhendo aquela que aparentemente não seria a mais adequada ao seu perfil.

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Michel Haber, bolsista 2015 pela Fundação Estudar, é mestre e doutorando em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente faz LL.M. na Harvard Law School (HLS), nos EUA.

Leia também:
Os custos de fazer um LL.M. no exterior
O que você precisa saber para estudar Direito no exterior
Saiba em detalhes como funciona o processo de admissão ao LL.M.

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